A valorização do dólar, reflexo da aversão dos investidores a ativos de risco, pressionou para baixo o preço de várias commodities. A previsão de clima mais quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos, condição que favorece os trabalhos de plantio da safra 2010/11, também pesaram sobre os futuros da soja. "O clima deve dar aos fazendeiros uma janela para retornar aos campos e retomar o cultivo, que está adiantado", disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics and Consulting.
As preocupações com a queda das exportações e da demanda doméstica por soja nos Estados Unidos também exercem um efeito baixista sobre a soja. "O câmbio se voltou contra o mercado; a valorização do dólar pode eliminar qualquer margem de vantagem dos exportadores norte-americanos em relação aos sul americanos", disse Zuzolo.
Em contrapartida, a pressão sobre as cotações foi limitada pelo aumento dos prêmios no interior dos Estados Unidos. Segundo analistas, as esmagadoras do país têm sido forçadas a aumentar o valor de suas ofertas a fim de convencer os fazendeiros a liberar soja de seus estoques. Os fundos especulativos registraram uma venda líquida de aproximadamente 3 mil contratos de soja hoje.
A força do dólar e a queda dos preços futuros do petróleo e das ações mantiveram os compradores à margem do mercado. McCambrigde declarou que, sem demanda para exportação da China e com clima favorável para o plantio nos Estados Unidos, o mercado iniciou a sessão sobrecomprado. Isso teria estimulado participantes a embolsarem lucros. Estima-se que fundos especulativos tenham vendido 12 mil lotes de milho na CBOT.
Segundo o analista, os futuros parecem entrar em modo de consolidação. Incertezas sobre a duração da temporada de plantio, embora apenas 15% das lavouras americanas não tenham sido cultivadas, estão sustentando os preços, conforme McCambrige.