segunda-feira, 31 de maio de 2010

PERSPECTIVA: CENÁRIO EXTERNO AINDA LIMITA MOVIMENTOS EM CHICAGO.

Os sinais externos referentes à crise econômica europeia e as indicações internas sobre as condições climáticas e a evolução do plantio da nova safra de soja nos EUA devem dar o tom nos negócios com o grão nesta semana, após o feriado do Memorial Day. Analistas esperam que o mercado siga sem direção definida, enquanto os participantes aguardam por uma definição melhor do cenário macroeconômico.
Por ora, o mercado deve ficar em modo de ziguezague, "não deve formar tendência", avalia Vinícius Ito, analista de commodities da Newedge. "Há incertezas climáticas para a nova safra. Se o solo fica mais seco, há uma dificuldade maior para a germinação. O desejável é que esteja quente e úmido", explica Ito, acrescentando que a secura afeta também a produtividade do óleo de soja. "Nos vencimentos curtos, além do cenário macroeconômico geral, há a questão dos baixos estoques da safra antiga para atender à demanda", acrescenta o analista, prevendo que a volatilidade para os vencimentos de curto prazo deve ser menor do que nos contratos longos.
A incerteza do cenário macroeconômico e as perdas em outros mercados está levando os fundos a diminuir sua exposição nos futuros da soja, destaca o corretor da mesa de operações da Icap, Marcelo Gumiero. Ele pondera que o setor continua com saldo positivo, mas a redução gradativa em maio indica que eles apostam em novas baixas. Gumiero observa ainda que, embora o mercado mantenha o suporte a US$ 9,20/bushel, o movimento da última sexta-feira coloca em xeque a capacidade de recuperação da demanda de forma geral. "O mesmo problema de falta de umidade se aplica à nova safra de milho nos Estados Unidos, que já está entre 78% e 79% plantada", observa Ito, da Newedge. Mas no curto prazo, ressalva o analista, a situação dos estoques de milho é bem distinta da verificada com a soja. "Há bons estoques de milho. E há a indicação do retorno de um comprador importante, a China, que já vem sondando o mercado para fazer uma aquisição bastante significativa", acrescenta o analista, referindo-se aos rumores de que a China estaria disposta a comprar de 4 a 5 milhões de toneladas de milho, em razão da possibilidade de quebra da safra local.
O trigo deve seguir a tendência dos mercados de milho e soja. Analistas apontam que há espaço para uma correção técnica, já que o vencimento mais negociado, base julho, perdeu 3,02% na semana. Os fundos voltaram a ampliar o saldo de posições vendidas em Chicago, reforçando a tendência de baixa do mercado. Analistas ressaltam que os temores quanto aos efeitos da crise fiscal europeia tornam difícil prever os movimentos da commodity na semana.

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