terça-feira, 1 de junho de 2010

DEMANDA POR COMMODITIES NA CHINA PREOCUPA.

Analistas acreditam ter encontrado uma tendência que pode ser preocupante para os produtores de commodities da China: o país tem avançado sobre suas reservas de matérias-primas, informa reportagem do Wall Street Journal Ásia. O resultado é uma redução na demanda chinesa em alguns mercados de commodities, ausência que tem pesado sobre os preços. Na semana passada, o índice Dow Jones-UBS caiu para o menor nível desde junho, embora tenha se recuperado de parte das perdas. Neste ano, acumula queda de 9,9%. Para os analistas, é importante acompanhar com precisão os movimentos da China sobre seus estoques, especialmente porque o consumo é expressivo. Eles estão atentos a qualquer sinal de redução da demanda provocado pelas medidas de aperto monetário, adotadas recentemente pelo país com objetivo de conter o aquecimento da economia. Mas os registros sobre os níveis dos estoques são incompletos e inconsistentes no país, o que torna difícil fazer avaliações.
O analista de commodities do J.P. Morgan, Sung Yoo, disse que "se você não tem números precisos para mostrar quanto os estoques estão crescendo ou encolhendo, haverá uma grande diferença" de opiniões.
Alguns estão preocupados com o fato de indústrias estarem recebendo menos encomendas de consumidores, o que as leva a usar materiais que já possuem em vez de comprar para estocar. Outros afirmam que os usuários de commodities da China são experientes e aguardam uma queda maior dos preços internacionais antes de voltar a comprar. Quando as cotações atingirem um piso, eles retomariam as aquisições. Analistas concordam, entretanto, que a falta de compras na China provavelmente pesará sobre os preços nos próximos meses, antes de uma recuperação.
Analistas do Deutsche Bank avaliam ser provável o declínio dos preços de metais, de modo que o terceiro trimestre pode ter "pressão considerável". As políticas de aperto na China e uma desaceleração da economia são riscos para metais como cobre e níquel, de acordo com nota do banco a clientes.
Em viagem recente à China, analistas do Macquarie Securities observaram que alguns usuários finais de aço, como fabricantes de veículos e produtos da linha branca, estão "optando por consumir seu próprio estoque, em vez de seguir comprando" nas operações de mercado aberto. "Por que comprar aço hoje se ele ficará mais barato amanhã?", questionaram.
Mas os analistas do Macquarie concluíram que a demanda por automóveis e refrigeradores segue robusta na China, levando a crer que a indústria deixará de drenar seus estoques em breve. "Esperamos que as condições mudem rapidamente", declararam em nota. O Macquarie avalia que estoque de aço da China atingiu um pico em janeiro e desde então diminuiu 15%. O banco espera que a demanda se recupere no quarto trimestre.
A analista de metais Natalya Naqvi, do banco de investimentos Barclays Capital, também comentou que a China vem avançando sobre os estoques de chumbo desde março. A importação do material caiu nos últimos dois meses. Os chineses consomem cerca de 40% do chumbo mundial, que é usado principalmente para produção de baterias automotivas. Naqvi acredita que a China voltará a ser importador líquido "até o fim do ano".
No caso dos estoques de petróleo, as opiniões também divergem. Em abril a China registrou que a importação líquida de petróleo bruto subiu 33%, totalizando 20,98 milhões de toneladas. O presidente da consultoria Paul Ting Energy Vision, Paul Ting, estima que a demanda chinesa por petróleo tenha aumentado 13% durante os primeiros quatro meses do ano, o que sugere um pequeno aumento dos estoques de petróleo. No entanto, o J.P. Morgan entende que a China vem cortando os estoques nos últimos meses e, citando um executivo de petrolífera, afirmou que o crescimento da demanda foi de 23%.

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