sexta-feira, 19 de novembro de 2010

INFLAÇÃO E DÚVIDAS COM GOVERNO MANTÊM JURO ALTO

Os juros nos contratos futuros perderam o fôlego de alta no meio da tarde, mas resistiram a ir abaixo da estabilidade em relação ao ajuste de ontem. Pelo lado econômico, o mercado sustentou as taxas com base em uma alta da segunda prévia da o IGP-M de novembro impulsionada pelos preços dos alimentos. Pelo lado político, pesaram as dúvidas sobre redução de gastos no próximo governo a partir da decisão do governo de reduzir a meta do superávit de 3,3% do PIB para 3,1% e das incertezas sobre a permanência de Henrique Meirelles à frente do Banco Central.
No meio tarde, o Ministério do Trabalho divulgou dados sobre a geração de vagas formais de emprego apurada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mas, apesar de positivos e acima das expectativas do mercado, os números não tiveram força para reforçar as taxas.
Ao término da negociação normal, o DI janeiro 2012 ficou em 11,66%, de 11,64% no ajuste de ontem, com 473.115 contratos; o DI janeiro 2013 foi a 12,16%, de 12,15%, com 264.840 contratos; o DI de janeiro 2014 ficou em 12,14%, de 12,13%, com 33.955 contratos. Nos DI mais longos, as taxas recuaram levemente: o DI janeiro 2017 marcou 12,05%, de 12,07% ontem, com 34.685 contratos; e o DI janeiro 2021 fechou a 12,06%, ante 12,10%, com 12.960 contratos.
Nos contratos curtos, o vencimento de abril 2011 fechou a 10,80%, de 10,78% no ajuste de ontem, com 446.470 contratos, e o de julho 2011 a 11,11%, de 11,08%, com 335.275 contratos.
A segunda prévia do IGP-M saltou de 0,89% para 1,20% de outubro para novembro, puxada pelo fortalecimento da inflação das commodities no atacado, sobretudo no setor agrícola. Além disso, a percepção de que o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, não sinaliza para corte gastos cresceu com a decisão do governo de reduzir a meta do superávit primário de 3,3% para 3,1% do PIB das contas do setor público de 2010 e 2011. A redução foi publicada hoje no Diário Oficial da União, em mensagem presidencial que encaminha projeto de lei ao Congresso Nacional.
Como pano de fundo, o mercado mantém a preocupação sobre a permanência ou não de Henrique Meirelles à frente do Banco Central. “Se for decidido que ele sai, o mercado vai entender que Dilma evitará o confronto da Fazenda com o BC mas que o BC no governo dela não terá a autonomia que teve no governo de Lula”, opina Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets. “Aí, com a disposição já conhecida da presidente eleita de cortar juros, o mercado tende a reduzir as taxas dos DI”, completou.
Em Frankfurt, onde participa de uma conferência internacional promovida pelo Banco Central Europeu (BCE), Meirelles pediu manutenção da autonomia para seguir no BC e disse que foi convidado pela presidente eleita a se reunir com ela na próxima semana para discutir o futuro da autoridade monetária.

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