Os futuros da soja terminaram com alta pela terceira sessão seguida na Bolsa de Commodities de Dalian, impulsionados por uma severa seca que prejudica as lavouras de trigo, o que provavelmente terá impacto na área dedicada ao plantio da oleaginosa. O mercado contrariou a tendência de baixa das cotações na Bolsa de Chicago. O contrato janeiro, o mais negociado, fechou com valorização de 0,2% nesta sexta-feira, a 4.662 yuans por tonelada (6,59 yuans = US$ 1).
A estiagem que impulsionou os futuros do trigo para um nível recorde na quinta-feira ainda é vista como um fator otimista para os preços, afirmou Yu Ruiguang, analista da Tianqi Futures Co. "Sem dúvida, é lógico ver altas no preço da soja", disse ele. De acordo com o analista, a oleaginosa provavelmente terá que ceder terras para o arroz e o milho, após o governo chinês ter recentemente introduzido políticas para estimular a produção dos outros grãos, enquanto a de soja não é tida como prioridade.
Processadoras têm recorrido fortemente às importações, e os produtores não estão dispostos a plantar mais acres, já que as margens obtidas com a oleaginosa não são tão lucrativas quanto as do milho, acrescentou Yu. A crescente demanda e as incertezas com relação às ofertas podem puxar os preços da soja para cima no longo prazo, segundo o analista.
A China produziu cerca de 15 milhões de toneladas em 2010, apenas 0,7% acima do volume colhido em 2009, informou a consultoria Chinese Grain Network, que pertence à estatal China Grain Reserves Corp, na terça-feira. Enquanto isso, a demanda local deve subir 8,3% em 2010/11, sinalizando que mais importações serão necessárias, revelou a consultoria.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
CHINA/SOJA ESTENDE RALI PREOCUPADA COM ESTIAGEM E OFERTAS.
SOJA: DEMANDA CHINESA ELEVA PRESSÃO SOBRE OFERTA GLOBAL.
A demanda chinesa por soja importada está aumentando a pressão sobre a oferta global exportável, que deve ficar aquém de uma estimativa do governo norte-americano, conduzindo os preços para um novo rali, disse o Rabobank em um relatório divulgado nesta sexta-feira. Na Bolsa de Chicago os futuros da oleaginosa dispararam 18% nos últimos três meses, enquanto o governo adota várias medidas para ampliar as ofertas no mercado doméstico e conter as pressões inflacionárias.
O Rabobank estima que a produção combinada dos três maiores exportadores de soja do mundo - Estados Unidos, Brasil e Argentina - deve recuar nove milhões de toneladas neste ano. "Na nossa visão, isso reduzirá a disponibilidade global de soja para exportação em mais de quatro milhões de toneladas em relação à projeção atual [do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos] de 98,7 milhões de toneladas", informou o banco.
A China importou 5,5 milhões de toneladas em novembro e 5,4 milhões em dezembro. No ano passado, as importações de soja cresceram 29%, atingindo um recorde de 54,8 milhões de toneladas. O volume importado nos dois últimos meses de 2010 são "bem superiores ao ritmo mensal de 4,75 milhões de toneladas necessário para atingir as 57 milhões de toneladas previstas pelo USDA para temporada 2010/11", afirmou o Rabobank. Dados oficiais referentes ao mês de janeiro serão divulgados na próxima semana.
GRÃOS/CBOT- REALIZAÇÃO DE LUCROS.
Os futuros da soja fecharam em queda nesta quinta feira na bolsa de Chicago, pressionados pelas vendas motivadas pela realização de lucros e pelo fortalecimento do dólar.
O contrato março, de maior liquidez, recuou 18 centavos, ou 1,2%, para fechar cotado a US$ 14,33 por bushel. O novembro, referente à safra nova, perdeu 11,50 centavos, ou 0,8%, para US$ 13,8550 por bushel.
O mercado acabou devolvendo os ganhos de quarta-feira. A alta do dólar, a fraqueza das exportações semanais da safra antiga e o fato de o milho não ter subido com força foram os fatores que levaram os traders a reduzir a exposição ao risco. Um dólar mais forte é baixista para as commodities já que a maioria delas é negociada na moeda norte-americana, o que as torna mais caras para compradores estrangeiros.
Incapaz de atrair compras após dados neutros sobre a oferta e a demanda por parte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a soja conseguiu se descolar do milho depois de ter atingido na véspera a máxima de dois anos e meio na esteira do cereal.
O cancelamento de vendas da safra antiga para a China e destinos desconhecidos foi considerado como um sinal baixista de que a China está cada vez mais confortável com suas compras de longo prazo, disse John Kleist, analista da e-BOT Trading. A demanda do país asiático, maior comprador mundial, ajudou a impulsionar os preços da soja para máximas de dois anos e meio devido a preocupações de que a forte demanda do país estaria acabando com a oferta norte-americana.
O USDA divulgou que as exportações semanais atingiram um total de 971,1 mil toneladas na semana encerrada em 3 de fevereiro, sendo apenas 20,8 mil para entrega no ano comercial 2010/11. Esse volume de vendas foi o menor para 2010/11 e representa uma queda de 97% em relação à média de quatro semanas.
Os produtos derivados também fecharam em queda, devolvendo a maior parte dos ganhos do dia anterior. O óleo de soja registrou realização de lucros e o contrato março caiu 70 pontos, ou 1,2%, para 59,04 centavos por libra-peso.
O farelo também acompanhou a soja, mas sofreu pressão ainda das preocupações com um desaquecimento da demanda, disseram analistas. O março recuou US$ 6,10, ou 1,26%, para fechar em US$ 382,50 por tonelada.
MILHO FECHA ESTÁVEL COM SUSTENTAÇÃO DA DEMANDA
Os preços futuros do milho terminaram o dia quase estáveis na Bolsa de Chicago, ainda sustentados pela expectativa de oferta apertada e com fortes exportações na semana. Os contratos com vencimento em março tiveram alta de 0,50 cent ou 0,07% e fecharam a US$ 6,9850/bushel. "Todo mundo está com medo de vender milho", disse o analista Arlan Suderman, da revista Farm Futures.
Embora o trigo e a soja tenham caído por causa da alta do dólar, o milho se manteve firme um dia depois de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido sua previsão para os estoques finais 2010/11. O governo espera que a relação entre oferta e consumo atinja nível crítico.
Muitos analistas enxergam um salto dos preços para US$ 7/bushel. As vendas semanas aumentaram e superaram 1 milhão de toneladas pela segunda semana consecutiva, minimizando o argumento de alguns traders de que os preços altos estão limitando o consumo.
Suderman avalia que a firme exportação indica "compras de pânico" entre países que querem garantir a oferta.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
CÂMBIO ESTABILIZARÁ ENTRE R$ 1,65 E R$ 1,75 EM 2011.
O economista da LCA Francisco Pessoa acredita que o governo está disposto a tomar as medidas necessárias, caso seja preciso, para conter a queda do dólar. "A moeda norte-americana deve oscilar entre R$ 1,65 e R$ 1,75 neste ano. "Não há espaço para uma valorização maior, pois o governo parece disposto a adotar mais medidas, inclusive novos aumentos de IOF, se for necessário", afirmou, durante entrevista à AE TV, da Agência Estado, nesta quinta-feira.
Pessoa acredita que até o fim do ano o Federal Reserve (banco central americano), mude sua retórica, afirmando que um dia a política monetária voltará a ser restritiva e isso deve aumentar a atratividade do dólar. "Isso dá um piso para a valorização do real", disse.
Com relação a taxa básica de juros no País, o economista avalia que será necessário elevá-la em um ponto porcentual, para 12,25% até o final do ano. "As medidas macroprudenciais e o corte no Orçamento são suficientes para manter a inflação nos trilhos, ainda que no médio prazo", disse.
RIO GRANDE DO SUL/MILHO: COLHEITA ATINGE 26%.
A colheita da safra de milho avançou 2% nesta semana no Rio Grande do Sul e atinge 26% da área de 1,1 milhão de hectares, informa a Emater. O pequeno avanço se deve às chuvas que atingiram o Estado e prejudicaram os trabalhos. A umidade, no entanto, foi benéfica para as lavouras em fase de floração (10% do total) e de enchimento de grão (30%).
Dulphe Pinheiro Machado Neto, agrônomo da Emater, ressalta que a colheita está acima da média para igual período do ano passado, quando 24% da área estava colhida, e que a expectativa é de bons resultados na lavoura, que continua a apresentar bons rendimentos.
Ao produtor, os preços do milho voltaram a reagir nesta semana, chegando a R$ 23,44/saca, segundo a Emater. A valorização é de 2,6% em uma semana e de 37,64% no período de um ano. Para Machado Neto, mesmo com o avanço da colheita, a demanda pelo produto sustenta os preços.
CHINA/SOJA SOBE MOTIVADA POR SECA E RELATÓRIO EUA
Os futuros da soja terminaram com alta pelo segundo dia consecutivo desde que a reabertura da Bolsa de Commodities de Dalian.
O mercado acompanha o rali generalizado das commodities agrícolas, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido em seu relatório mensal a projeção dos estoques finais de milho. Uma severa estiagem, que afeta cerca de 7,73 milhões de hectares dedicados ao plantio da safra de trigo de inverno, também influencia positivamente os preços.
Nesta quinta-feira, o contrato referencial do trigo avançou quase 1%, atingindo um novo recorde de 3.036 yuans por tonelada (6,59 yuans = US$ 1), após ganhos perto de 6% ontem. O contrato janeiro da soja fechou com alta de 1,7%, a 4.653 yuans por tonelada, seguindo uma valorização de 1,2% na Bolsa de Chicago.
O relatório do USDA projetou as ofertas de milho no final da temporada 2010/11 em 675 milhões de bushels, volume abaixo dos 745 milhões de bushels previstos em janeiro e bem inferior à expectativa de analistas. A revisão da estimativa elevou as cotações do grão na CBOT para o maior nível em 31 meses, a US$ 6,98 por bushel. "Nós prevemos que uma oferta apertada de milho norte-americano sustente os preços da soja no longo prazo", disse a Shanghai Cifco Futures em uma nota, acrescentando que o milho disputa acres com a oleaginosa nos Estados Unidos.
O desempenho da soja, contudo, foi contido pelo limitado efeito do fenômeno La Niña na produção da Argentina. A safra argentina foi revisada para baixo pelo USDA, em um milhão de toneladas, para 49,5 milhões de toneladas, enquanto a brasileira teve aumento de igual proporção.
O mercado também foi motivado pela decisão do governo chinês de gastar mais para assegurar a produção de grãos e elevar em até 22% o preço mínimo de compra para o arroz neste ano, além de ampliar os estoques agrícolas.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
SOJA/MT: PRODUTORES INVESTEM NA CONVERSÃO DE PASTAGENS.
Os produtores rurais de Mato Grosso investiram nesta safra cerca de R$ 131,6 milhões na conversão de 98 mil hectares de pastagens em áreas apropriadas ao cultivo da soja. A conversão das pastagens foi responsável por metade do aumento de 196,05 mil hectares na área cultivada com soja em Mato Grosso nesta safra. Os outros 50% referem-se à expansão do plantio em áreas arenosas, que já haviam sido utilizadas para o cultivo da soja, mas, em função dos preços baixos, que comprometiam a rentabilidade, foram deixadas de lado nas últimas safras.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, o investimento na conversão de pastagens foi possível por causa dos preços atrativos da soja e nos mercados internacional e doméstico. Ele observa que a conversão só não foi maior porque os custos são altos e exige aportes significativos de capital. Outro fator limitante foi a recuperação dos preços do algodão, que levou grandes agricultores a expandir a área cultivada da pluma.
Silveira estima que os agricultores de Mato Grosso precisariam do aporte de R$ 12 bilhões para tornar 9,1 milhões de hectares de pastagens em condições aptas para o cultivo de grãos. Ele cita cálculos do Imea, que projetam o custo de conversão em R$ 1.335 por hectare, valor 36% acima do custo operacional de uma área já utilizada na produção de soja, que é de R$ 982 por hectare. Na conversão, os gastos com correção de calcário são três vezes superiores e as despesas com adubação duplicam.
O presidente da Aprosoja/MT afirma que 36% dos 27 milhões de hectares de pastagens existentes atualmente em Mato Grosso, cerca de 13 milhões de hectares, apresentam condições de solo para o cultivo de grãos e declividade máxima de 12%, o que possibilita o acesso das plantadeiras e colheitadeiras.
O último levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimou o cultivo de soja nesta safra em 6,413 milhões de hectares, com um crescimento de 196 mil hectares (3,2%) em relação ao ciclo passado. A atual estimativa de área é 267,2 mil hectares superior (4,3%) à projetada em outubro do ano passado (6,146 milhão de hectares). Na ocasião, as perspectivas eram de retração de 71 mil hectares (1%) em relação à safra passada, por causa do atraso no plantio, provocado pela falta de chuvas, e da perspectiva de expansão do cultivo do algodão.
A região onde houve maior aumento na área cultivada de algodão foi o médio-norte, onde o plantio aumentou 53,4 mil hectares (+70%), para 130 mil hectares. A soja avançou 105,4 mil hectares (4,3%), para 2,571 milhões de hectares. Em outubro, quando o início do plantio estava atrasado, o Imea estimava que a área de soja médio-norte cairia 30 mil hectares (1,2%).
A perda mais significativa na área de soja ocorreu na região oeste, onde houve retração de 18 mil hectares (2%), para 948,2 mil hectares. No oeste, onde cresce o arrendamento de terras por parte dos grandes grupos, o cultivo de algodão aumentou em 85,3 mil hectares (94,6%), para 175,5 mil hectares. O destaque é Sapezal, que se tornou o maior produtor do Estado, com aumento de 94,6% no cultivo de algodão, para 89 mil hectares, apesar de a área de soja ter encolhido apenas 10 mil hectares, para 360 mil hectares.
A maior expansão no cultivo do algodão ocorreu na região sudeste de Mato Grosso, que responde por 46,5% da área cultivada com a pluma. O plantio no sudeste aumentou 93,3 mil hectares (44%), para 306,3 mil hectares. No geral a área cultivada com algodão em Mato Grosso aumentou em 251,9 mil hectares (60,1%), para 671,1 mil hectares, conforme o levantamento do Imea de janeiro.
SOJA : BRASIL TERÁ DE ABRIR ÁREA PARA ATENDER DEMANDA.
A crescente demanda mundial por soja vem colocando o Brasil em uma posição de destaque como fornecedor da oleaginosa. Para ter mais produto e atender a essa procura, o aumento da área cultivada é considerada por analistas a melhor opção no curto prazo, já que eventuais novidades em biotecnologia, capazes de elevar a produtividade em áreas já ocupadas, ainda devem demorar a chegar ao mercado. Ampliar a lavoura de soja significa não só avançar sobre áreas de pastagens, como está se vendo em Mato Grosso, mas também abrir novas áreas, dizem as fontes.
De acordo com Amélio Dall´Agnol, pesquisador-chefe de comunicação e negócios da Embrapa Soja, dos três maiores produtores mundiais o Brasil é o que tem as melhores condições para atender à demanda impulsionada principalmente pelo apetite voraz da China. Os Estados Unidos, maiores produtores, já enfrentam uma forte disputa por área principalmente entre soja e milho. No país, é grande a demanda pelo cereal, matéria-prima do etanol. Já a Argentina, segundo Dall'Agnol, só expandiria a área da oleaginosa se o preço se mantiver alto, porque as regiões para onde o plantio pode avançar precisariam de maior aplicação de fertilizantes e representam maior risco.
"No Brasil temos muita área disponível apta para produção, e que pode ser facilmente incorporada ao processo produtivo. Nos últimos 11 anos, a média anual de aumento de produção foi de mais de 8 milhões de toneladas, e nem por isso está sobrando soja", disse Dall´Agnol à Agência Estado. Desde a safra 2000/01, a área cultivada com soja cresceu 10 milhões de hectares. Para atender à demanda crescente, André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, diz que o Brasil precisa expandir a lavoura do grão em mais 8 milhões de hectares nos próximos 10 anos. Isso elevaria o total semeado de 24,1 milhões de hectares na atual temporada para 32 milhões de ha. O Ministério da Agricultura projeta a área de soja em 2019/2020 em 26,8 milhões de hectares.
"É ingênuo pensar que não precisamos de novas áreas. Hoje, a cultura da soja está perto do limite de produtividade possível de se obter. Há necessidade de se produzir mais, de ampliar a área de produção", defendeu Pessôa, para quem o País não dará conta de atender à demanda internacional sem a abertura de novas lavouras. Segundo ele, enquanto no milho a produtividade brasileira ainda está longe das maiores vistas no mundo, na soja, o produtor nacional está "perto do estado da arte", ao tirar das lavouras o mesmo volume de soja - ou até mais - que os concorrentes norte-americanos.
De acordo com dados divulgados hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade das lavouras de soja brasileira deve chegar a 2.943 quilos por hectare. Já o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório também divulgado hoje, diz que o produtor do país deve retirar 2.925 quilos de grão em um hectare. No milho, por exemplo, o produtor brasileiro produz 4.158 quilos por hectare (média considerando a primeira e a segunda safra), menos da metade dos colegas americanos, que colhem 9.590 quilos por hectare.
Cerrado - O plantio de soja já vem ocupando áreas de pastagens, como aconteceu nesta safra em Mato Grosso. Mas na opinião dos consultores, a produção brasileira não poderá crescer sem o uso de novas áreas, destacadamente as do Cerrado. Esse movimento, entretanto, depende de os preços permanecerem em patamares elevados como os vistos atualmente, devido ao alto investimento para a implantação de novas lavouras. De acordo com Dall´Agnol, dos 207 milhões de hectares do Cerrado, 130 milhões são agricultáveis. Cerca de 20 milhões de ha são utilizados atualmente para a agricultura.
"Se os preços compensarem, o produtor pode facilmente dobrar, triplicar a área de soja, sem derrubar a floresta amazônica", disse Dall'Agnol.
"A área está crescendo todos os anos, só que o custo de produção também. Então o produtor só abre áreas novas quando tem certeza de que vai vender a um preço bom. E é isso que está acontecendo neste ano", acrescenta.
A soja negociada em Chicago está em torno de US$ 14, nos maiores níveis em dois anos e meio, devido à demanda forte e ao aperto da oferta. Com esse preço, o produtor não recupera no primeiro ano o custo que teve para derrubar a vegetação nativa, corrigir o solo e transformar a região em área agricultável. Nas contas de Dall´Agnol, esse processo custaria em torno de R$ 2.500 a R$ 3.000 e o produtor ainda gastaria mais R$ 1.500 para instalar a lavoura.
"Colhendo 50 sacas por hectare e vendendo a R$ 40 a saca, que é o preço praticado hoje no Centro-Oeste, daria R$ 2 mil por hectare. Ou seja, é preciso dois anos colhendo bem para cobrir essa conta. Não é fácil para o produtor decidir abrir uma grande área se não tiver uma perspectiva de bons preços, então ele vai aos poucos", disse o pesquisador, lembrando que a lei permite que 80% da vegetação do Cerrado seja transformada em lavoura, contra 20% da Amazônia.
André Pessôa, da Agroconsult, destaca um ponto: o bom momento também para a pecuária de corte. Os altos preços da arroba do boi estimulam a pecuária atualmente e podem limitar a liberação de áreas de pastagens para o plantio de soja. "Além disso, recuperar o pasto degradado está ficando caro", acrescenta sobre a necessidade de preparar o terreno para receber a oleaginosa.
Biotecnologia - Enquanto isso, as soluções em biotecnologia criadas exclusivamente para aumentar a produtividade devem demorar.
Atualmente esse resultado é indireto, já que as variedades transgênicas de soja disponíveis no mercado e a maior parte dos estudos atuais são voltados para a resistência a herbicidas, a insetos ou à seca.
"Nenhuma dessas tecnologias aumenta diretamente a produtividade, mas sim de forma indireta devido ao melhor controle das ervas daninhas, à redução dos custos e do uso de inseticidas. Não é que falte interesse em melhorar a produtividade, mas essa é uma característica muito complexa. Estamos apenas na ponta do iceberg (dos estudos nessa área) e ainda há muita coisa evoluindo", disse Alexandre Nepomuceno, pesquisador da Embrapa Soja.
Segundo ele, que também é membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o único estudo atualmente conhecido no mercado para uma soja geneticamente modificada de alto rendimento é da Monsanto. A empresa já pediu a liberação para testes em condições de campo, mas não há qualquer previsão para resultados iniciais.
"Vamos ter que esperar mais dois, três anos para ver os resultados desse estudo da Monsanto", disse Nepomuceno. A Monsanto não dá mais detalhes sobre esse estudo e também não fala em prazos.
SOJA/EUA: USDA MANTÉM ESTIMATIVA DE ESTOQUES FINAIS EM 10/11
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve inalterada a estimativa de estoques finais do país na safra 2010/11 em 140 milhões de bushels (3,8 milhões de toneladas). Além disso, manteve também sem alterações a previsão de produção e de área plantada em seu relatório mensal de oferta e demanda, divulgado hoje.
A estimativa da produção 2010/11 foi estimada em 3,329 bilhões de bushels, graças a uma produtividade de 43,5 bushels por acre. Já a área plantada foi mantida em 77,4 milhões de acres.
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ESTIMATIVAS DE OFERTA E DEMANDA DE SOJA DOS EUA
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Safra 2009/2010 2010/2011
Estimativas janeiro fevereiro janeiro fevereiro
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Área - em milhões de acres
Plantada 77,5 77,5 77,4 77,4
Colhida 76,4 76,4 76,6 76,6
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Produtividade por acre colhido - em bushels
44,0 44,0 43,5 43,5
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Números em milhões de bushels
Estoque inicial 138 138 151 151
Produção 3.359 3.359 3.329 3.329
Importações 15 15 15 15
Oferta total 3.512 3.512 3.495 3.495
Esmagamento 1.752 1.752 1.655 1.655
Exportações 1.501 1.501 1.590 1.590
Sementes 90 90 88 88
Uso residual 18 18 22 22
Uso total 3.361 3.361 3.355 3.355
Estoques finais 151 151 140 140
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Preço médio pago ao produtor - em US$ por bushel
9,59 9,59 11,20-12,20 11,20-12,20
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MILHO/EUA: USDA REDUZ PROJEÇÃO DE ESTOQUES FINAIS EM 2010/11
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa do estoque final da safra 2010/11 de 745 milhões de bushels (18,92 mi de t) para 675 milhões de bushels (17,14 mi de t) no relatório mensal de oferta e demanda divulgado nesta quarta-feira.
O ajuste reflete um aumento na projeção da demanda total para 13,5 bilhões de bushels (342,9 mi de t), ante 13,43 bilhões de bushels (341,12 mi de t) previstas em janeiro, enquanto as estimativas da produção e da produtividade nesta temporada foram mantidas em 12,447 bilhões de bushels (316,15 mi de t) e 152,8 bushels por acre (3,9 toneladas), respectivamente.
A expectativa com relação aos embarques de milho ficou inalterada em 1,95 bilhão de bushels (49,53 mi de t).
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Estimativas de oferta e demanda de milho dos EUA
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Safra 2009/2010 2010/2011
Estimativas janeiro fevereiro janeiro fevereiro
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Área (em milhões de acres)
Plantada 86,4 86,4 88,2 88,2
Colhida 79,5 79,5 81,4 81,4
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Produtividade por acre colhido - em bushels
164,7 164,7 152,8 152,8
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Números em milhões de bushels
Oferta:
Estoque inicial 1.673 1.673 1.708 1.708
Produção 13.092 13.092 12.447 12.447
Importações 8 8 20 20
Oferta total 14.774 14.774 14.175 14.175
Demanda
Ração/residual 5.140 5.140 5.200 5.200
Alimentação/sem. 5.939 5.939 6.280 6.350
Álcool combustível 4.568 4.568 4.900 4.950
Total doméstico 11.079 11.079 11.480 11.550
Exportações 1.987 1.987 1.950 1.950
Demanda total 13.066 13.066 13.430 13.500
Estoques finais 1.708 1.708 745 675
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Preço médio pago ao produtor - em US$ por bushel
3,55 3,55 4,90-5,70 5,05-5,75
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