quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ARGENTINA: CHUVAS IRREGULARES DEIXAM PRODUÇÃO DE SOJA EM SUSPENSE

Os próximos 30 dias vão ser decisivos para a soja argentina de 2009/2010. "Se chover bem até dezembro a soja pode ser implantada sem problemas", afirmou a especialista Stela Carballo, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), equivalente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em entrevista à Agência Estado, a pesquisadora explicou que a situação climática em seu país não é uniforme e as projeções sobre as necessidades de chuvas para cada região variam de acordo com o grau de aridez dos solos. Mas em termos gerais, ela comentou que as expectativas dos especialistas são de chuvas ainda neste mês de novembro."Em uma parte está chovendo demais, como na zona mesopotâmica (nas Províncias de Missiones, Corrientes e Entre Ríos), norte de Buenos Aires e Sul de Santa Fe, onde houve bom desenvolvimento do trigo e boa implantação do milho e da soja", detalhou. Os problemas de estiagem,segundo a técnica, "se concentram na região chaquenha (Províncias de Formosa, Chaco, leste de Salta, a maior parte de Santiago del Estero, norte de Santa Fe e parte de Tucumán e Córdoba), que reduziu a superfície de girassol e de trigo e a produção de gado, devido à falta de chuvas, com o outono foi muito seco, não permitindo a umidade do solo". No entanto, choveu 200 mm nessa região, "corrigindo a estiagem na maior parte e deixando uma umidade que vai servir para os cultivos de verão (soja e algodão)", ressaltou. Carballo destaca que, na região Central de Buenos Aires, havia boa umidade para os cultivos de inverno (trigo, milho, cevada e girassol), mas em outubro o clima não ajudou e as chuvas não asseguraram a umidade necessária para o cultivo da soja. Porém, as chuvas das últimas horas "estão mudando o panorama". "Estamos otimistas", diz ela. A especialista reconhece que a estiagem provocou graves problemas com a cevada e, especialmente com o trigo, que foi plantado somente em 2,7 milhões de hectares ante os habituais 5,5 milhões de hectares anteriores. "A questão do trigo não é só por causa da estiagem, que impedia a implantação no momento adequado, mas também a baixa rentabilidade do grão em comparação a soja, por exemplo", ponderou Carballo. Ela diz que as principais zonas afetadas foram o centro de Córdoba, extremo sul de Buenos Aires, La Pampa, norte de Santa Fe e Chaco."O que se perdeu já se perdeu, a questão agora é a soja, que precisa ter um mínimo de 50 mm de chuva para ser implantada", afirmou. "Mas é importante que tenhamos volumes maiores porque, se deixar de chover, o cultivo não pode se desenvolver", destacou. Carballo disse que, para recuperar as superfícies de La Pampa, sudoeste e extremo sul de Buenos Aires, oeste de Córdoba, por exemplo, é necessário que o solo acumule um metro de umidade, ou seja, que chova 100 mm. "Está chovendo nesses dias e as previsões são de chuvas que não serão muito significativas, mas contínuas. A questão é se vai chover nessas áreas afetadas. Até agora, a chuva está concentrada sobre o leste do País", informou. A técnica explica que os dois últimos outonos foram os mais secos dos últimos 70 anos, o que dificulta a cobertura do déficit hídrico dos solos com as atuais chuvas. "Que continue chovendo, e muito, no extremo sul e oeste de Buenos Aires, mas a situação mais preocupante é em todo centro e sul de La pampa e centro-oeste de Córdoba", diz. Apesar disso, a especialista afirma que "há um processo de reconversão com o El Niño, que está atrasado, mas está corrigindo a estiagem".

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