segunda-feira, 16 de novembro de 2009

GRÃOS DEVEM SEGUIR INDICADORES FINANCEIROS.

Os preços futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) devem manter-se, ao longo dos próximos dias, perto dos níveis observados recentemente. Com a colheita americana caminhando para o fim e as condições por enquanto favoráveis para o plantio na América do Sul, o mercado tende a acompanhar a oscilação dos indicadores financeiros e o interesse dos fundos de investimento.
Na semana passada, as cotações da soja subiram mais de 3,3%, enquanto milho e trigo acumularam valorização de 6,4% e 8,4%, respectivamente. O mercado continua a demonstrar uma força atípica para esta época do ano. O desempenho semanal das três commodities foi bem superior ao do índice CRB, que apura o comportamento de uma cesta de matérias-primas, e do petróleo, que tem grande influência sobre os preços dos grãos. Segundo analistas, a confirmação de uma colheita recorde de soja e milho nos Estados Unidos, a perspectiva de uma safra cheia também na América do Sul e os amplos estoques mundiais de trigo deveriam pesar sobre as cotações, especialmente nesta época do ano. Contudo, a desvalorização do dólar e o ambiente macroeconômico favorável estimulam os fundos a continuar comprando commodities.Outro fator altista é a demanda, sobretudo por soja. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)divulgado na sexta-feira, os americanos fecharam contratos de exportação para 1,27 milhão de toneladas de soja para entrega em 2009/10 na semana encerrada no último dia 5. Trata-se de um aumento de 82% em relação à média apurada nas cinco semanas anteriores. Só a China comprou 961,2 mil toneladas. Com isso, os americanos já venderam o equivalente a 70% do volume total estimado pelo USDA para a temporada 2009/10, que termina apenas em setembro do ano que vem. Segundo analistas, a China estaria se garantindo contra uma eventual escalada nos preços em caso de quebra na safra sul-americana - um filme já visto em 2008. Caso não haja problemas com as colheitas de Brasil e Argentina, os chineses poderão cancelar algumas dessas compras junto a fornecedores americanos e buscar soja e milho mais baratos nos portos sul-americanos no ano que vem.Segundo fontes do mercado americano, o ímpeto das exportações de soja é tão grande que acabou criando um problema para os esmagadores locais. A indústria tem enfrentado dificuldade em originar a soja de que precisa para efetuar as entregas de farelo com base nos contratos futuros que vencem em dezembro, fato que vem sustentando os preços do farelo.
Outro fator bastante comentado na semana passada foi a presença de níveis elevados de vomitoxina (substância produzida por fungos) em grãos secos de milho após o processo de destilação. Boatos deram conta de que criadores de suínos devolveram carregamentos inteiros devido à presença da substância, prejudicial para os animais. Supostamente, o problema com o milho - resultado do excesso de chuvas durante o mês de outubro - poderia levar a uma maior demanda por farelo de soja. No entanto, analistas minimizaram a questão, alegando que o impacto sobre a demanda total e, consequentemente, sobre os preços é limitado.

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