terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MILHO/EUA: BAIXA QUALIDADE DA SAFRA PODE AUMENTAR OFERTA

A elevação das temperaturas no Cinturão do Milho norte-americano poderá afetar milhões de bushels de grãos que estão estocados atualmente. Os agricultores seriam obrigados a vender com preços ainda mais baixos, mesmo num momento em que as cotações no mercado à vista já estão no menor nível em três meses. Se o clima ficar mais quente, os produtores não serão capazes de esperar preços mais elevados para vender, pois o milho danificado nos estoques poderia facilmente estragar e perderia seu valor. Alguns participantes do mercado acreditam que os preços cairão até US$ 1 por bushel, se as vendas de agricultores encherem o mercado de oferta. Boa parte da safra dos Estados Unidos foi estocada com níveis de umidade mais altos do que o normal, pois o outono foi úmido demais e não permitiu que o milho secasse adequadamente. A presença de ferrugem e subprodutos tóxicos se tornaram um problema. Produtores venderam imediatamente o que não puderam estocar, mas a maior parte da safra permanece em caixas ou empilhada no chão. O clima frio de janeiro evitou que a qualidade do grão piorasse ainda mais, mas a neve também impediu que os produtores armazenassem e comercializassem o milho.
A forte quebra nos preços desde 12 de janeiro, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos afirmou que a safra de milho era muito maior do que o esperado, também limitou as vendas de produtores. Desde 11 de janeiro, o contrato março da Bolsa de Chicago  recuou 15%. Hoje terminou cotado a US$ 3,65/bushel e o preço médio nacional do milho no mercado físico era de U$3,18/bushel.
Um processador de milho do Estado de Iowa disse estar "certo de que a expressiva queda dos preços impede a movimentação de alguns bushels no curto prazo, mas eles terão de voltar ao mercado antes que chegue a temporada de plantio, ou correm o risco de virar lixo". Segundo ele, dos produtores que estão vendendo agora, cerca de um quarto está trazendo milho de umidade elevada, de difícil estocagem e com tendência de deterioração. E se a qualidade é baixa, é inevitável que os agricultores recebam menos dinheiro pelo milho.Tarifas portuárias impostas sobre o milho de qualidade extremamente baixa podem totalizar de US$ 2 a US$ 3 por bushel, o que representa um forte incentivo para que os grãos sejam negociados antes de sofrerem danos. "Estou ouvindo relatos de que até 75% dos grãos estocados nas fazendas estão sofrendo com alguns problemas de qualidade. Isso só vai piorar, conforme a temperatura subir", disse o consultor de comércio de commodities Karl Setzer. "A última vez em que tivemos problemas com estocagem no milho foi em 1992, de modo que as entregas de milho subiram 5% durante o segundo trimestre do ano comercial. Isso equivaleria a cerca de 12,7 milhões de toneladas", comentou.
Durante o segundo trimestre de 1992, os futuros da CBOT caíram 6%, mas Setzer afirmou que desta vez os preços podem recuar ainda mais do que isso, dependendo do que os produtores fizerem. Ele acrescentou que alguns consultores dos mercados de grãos estão recomendando a seus clientes que esperem para vender, em meio a ideias de que os preços do milho podem passar por um rali no fim deste ano, mas "esse é um movimento muito arriscado, dadas as discussões sobre qualidade neste ano".
O processadores de Iowa entende que os produtores serão forçados a vender milho de umidade elevada em março e os preços no mercado físico poderão ser similares ao que costumar ser durante a colheita, que tipicamente é o ponto mais baixo da temporada. "De modo geral, a discussão é a de que poderemos ver o milho cair mais US$ 1 a partir de seu patamar atual, e isso é apenas para os futuros", avaliou Setzer. "Se a circulação aumentar e os estoques comerciais se encherem, as bases de preços também poderão se desgastar. Uma queda de US$ 2 no milho à vista não está fora de questão."

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