quinta-feira, 8 de julho de 2010

MILHO-PRÊMIO PODE CORRIGIR DISTORÇÃO NO PEP.

Os valores dos prêmios pagos pelo governo para subsidiar o escoamento do milho em Mato Grosso são insuficientes para cobrir o custo do frete até os portos, caso as tradings paguem aos produtores o preço mínimo de R$ 13,98/saca como é exigido nos editais dos leilões realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por isso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) pede ao governo para aumentar o valor dos prêmios pagos nos leilões para escoamento (PEP) do cereal no Estado.
Um corretor comentou que a saída tem sido as tradings fingirem que pagam o preço mínimo e os produtores fingirem que recebem o valor estabelecido pelo governo. Um dos mecanismos utilizados tem sido descontar do produtor parte do valor do frete ou mesmo receber um volume maior de milho para cobrir a despesa com o transporte. Atualmente, com a paridade do milho a R$ 19/saca em Paranaguá, o cereal de Mato Grosso na origem, descontando somente o valor do frete, sairia a R$ 10,90/saca em Rondonópolis e a R$ 8,20/saca em Sorriso.
Os primeiros leilões realizados pelo governo comercializaram entre 60% a 70% da oferta de prêmios porque muitos produtores estavam reticentes em aceitar as propostas de descontos na comercialização feita por meio dos leilões, nos quais as tradings têm de comprovar a compra do cereal (no máximo 1 mil tonelada por CFP ou CNPJ) e o escoamento para receber o valor do prêmio. O avanço da colheita e as dificuldades de armazenamento, parte do cereal já está sendo estocado a céu aberto, levaram os produtores a acelerar as vendas, pois consideram mais vantajoso segurar a soja, que têm perspectiva de melhora no preço.
Para resolver a questão o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, enviou correspondência para o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reivindicando aumento nos valores dos prêmios, o que possibilitaria as tradings cobrirem seus custos e remunerar o produtor com o preço mínimo de garantia.
No documento encaminhado ao ministro, Silveira reconhece as limitações dos leilões de PEP, ao argumentar que a tendência é de os compradores (tradings) fecharem as operações dando preferência ao milho já depositado em seus armazéns, o que restringe o número de participantes, apesar da limitação de volume. Por isso, ele defende a realização de Leilões de Prêmio Equalizador pago ao Produtor (Pepro), por meio do qual a subvenção é paga diretamente ao agricultor na venda do milho.
Silveira diz que reconhece a importância dos leilões para escoamento da safra, mas reivindica que o governo utilize operações de compra de milho (AGF) para abater as dívidas junto ao Banco Brasil. O endividamento dos agricultores em Mato Grosso é estimado em mais de R$ 12 bilhões. Além da resistência da área econômica do governo, um dos fatores limitantes para novas compras diretas de milho pela Conab em Mato Grosso é a dificuldade de armazenagem, pois atualmente os estoques de cereal da estatal no Estado somam 2,921 milhões de toneladas.

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