quarta-feira, 5 de maio de 2010

CBOT – SOJA E MILHO SEGUEM CAMINHOS OPOSTOS.

Os preços futuros da soja caíram hoje na Bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em julho, que possuem maior liquidez, encerraram o pregão com desvalorização de 9 cents ou 0,91%, cotados a US$ 9,78 por bushel. O resultado foi influenciado pelo comportamento de outros ativos e pelas condições favoráveis para o plantio nos Estados Unidos. Fundos especulativos venderam cerca de 4 mil contratos de soja hoje. A valorização do dólar ante outras moedas fortes serviu de estímulo para que especuladores liquidassem algumas posições e reduzissem sua exposição ao risco em um ambiente ainda turbulento nos mercados financeiros. Os temores envolvendo a crise fiscal europeia levaram muitos participantes do mercado a buscar abrigo no dólar.
O rápido avanço dos trabalhos de plantio nos Estados Unidos, resultado de condições climáticas favoráveis, também pesou sobre os preços da commodity. Os fundamentos do mercado são considerados baixistas, com uma ampla disponibilidade de soja na América do Sul e o potencial de uma safra recorde nos Estados Unidos.
Por outro lado, "os futuros são sustentados pelas incertezas acerca da nova safra americana e pelo cenário de aperto nos estoques da safra 2008/09", ponderou Bill Nelson, analista da corretora Doane Advisory Service. "Muita coisa ainda pode acontecer até que a nova safra seja colhida", acrescentou.

MILHO

Apesar da pressão do dólar, os contratos futuros de milho continuaram firmes na CBOT, nesta quarta-feira. Os lotes para entrega em julho, os mais líquidos, fecharam em alta de 4,0 cents ou 1,08%, cotados a US$ 3,73/bushel. Analistas disseram que a previsão de clima frio neste fim de semana na região Meio-Oeste dos Estados Unidos sustentou o mercado.
O analista Marty Foreman, da corretora Doane Advisory Services, minimizou o problema dizendo que, mesmo forte, qualquer geada teria efeitos limitados sobre as lavouras no Leste das Dakotas e no Oeste de Minnesota. "Pode ser que queime as folhas, mas o milho deve se recuperar", explicou.
A maior parte da safra americana ainda não emergiu e, por isso, não seria afetada, segundo analistas. O clima mais frio poderia desacelerar a emergência da parte da safra que já foi plantada. Mas os analistas avaliam que, dado o rápido início dos trabalhos de plantio neste ano, não se trata de um motivo para grandes preocupações. Alguns traders disseram que não há motivos ligados a fundamentos para justificar os ganhos desta quarta-feira, pois a oferta é ampla.
Participantes do mercado cobriram posições vendidas diante da força do mercado, mesmo diante da alta do dólar e da queda dos preços do petróleo. "Se todo mundo está baixista e o mercado não cai, alguma coisa está acontecendo", questionou o analista Sid Love, da Kropf & Love Consulting. Ele acredita que esta "alguma coisa" seja o rumor de que a China voltaria a comprar milho dos Estados Unidos, depois do anúncio das exportações de 115 mil toneladas na semana passada. Love lembrou que, se novas vendas ocorreram nos últimos dias, não devem aparecer no relatório semanal do USDA por enquanto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas