segunda-feira, 14 de junho de 2010

PERSPECTIVA: REDUÇÃO NO ESTOQUE E BAIXA OFERTA DEVEM SUSTENTAR PREÇOS.

O relatório divulgado na quinta-feira passada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou uma queda nas estimativas para os estoques finais de milho em comparação à previsão anterior, feita em maio, combinada ao aumento em 2,8 milhões de toneladas na estimativa de demanda nos Estados Unidos, forneceram combustível para a elevação das cotações do grão no encerramento da semana na Bolsa de Chicago (CBOT).
Na sexta-feira, as notícias sobre a compra de três novos carregamentos de milho pela China reforçaram a tendência altista. O Conselho de Grãos dos Estados Unidos informou, em relatório divulgado na sexta-feira, que o país pode exportar uma "enorme" quantidade de milho para a China nos próximos meses para ajudá-la a compensar o déficit de oferta sem esgotar os estoques domésticos.
O vice-presidente de operações da corretora FCStone, Dave Smoldt, avalia que os contratos futuros de milho provavelmente estabeleceram um piso para o curto prazo e que os futuros de soja podem ter um rali relacionado à demanda, diante do encolhimento da oferta da última safra, de acordo com a Dow Jones.
No Brasil, no mercado físico, a colheita da safrinha evolui bem no Paraná, mas a do Mato Grosso deve ter a produtividade afetada pela seca. "Mato Grosso, que responde pela maior parte da safrinha de milho, pode perder até 20% da colheita - uma perda significativa, se lembrarmos que a safrinha anterior no Estado foi bem volumosa", observa Flávia Sologuren, analista de milho da Celeres. "Além da queda da produção, a realização de leilões de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) deve contribuir para a sustentação dos preços." Na próxima quinta-feira, dia 17, a Companhia Nacional de Abastecimento realizará leilões de PEP para adquirir 1 milhão de toneladas de milho do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná, das quais 600 mil toneladas só no Mato Grosso. Também está prevista, no mesmo dia, a realização de um leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) para 140 mil toneladas da Bahia.


No mercado de soja, em Chicago, a atenção dos traders estará concentrada nesta segunda-feira na divulgação do relatório mensal da Associação Nacional de Processadores de Oleaginosa (Nopa, na sigla em inglês) referente ao esmagamento de soja. A previsão é de que o esmagamento em maio tenha caído para cerca 3,54 milhões de toneladas comparados a 3,58 milhões de toneladas em abril, de acordo com a Dow Jones. "Não tem soja para pronta entrega. Os produtores, mesmo pressionados pelos esmagadores, estão segurando os estoques da safra velha", diz Vinícius Ito, analista da Newedge, que prevê que os contratos de julho, embora estejam sustentados, devem enfrentar alguma resistência logo à frente. Para os de novembro, a perspectiva continua baixista, com a evolução favorável do plantio da nova safra em meio a condições climáticas consideradas muito boas, avalia Ito.
A oferta apertada de soja, remanescente da última colheita, pode puxar o contrato julho de Chicago a ponto de se chegar a um prêmio de 80 cents sobre o novembro, que representa a nova safra, segundo avaliação de Smoldt, da FCStone, citado pela Dow Jones. O spread tem se mantido em torno de 40 cents atualmente. O analista da FCStone alertou que o USDA provavelmente está superestimando os estoques de passagem 2009/10 ao prever 184 milhões de bushels. Ele entende que a projeção pode ser reduzida para de 155 a 160 milhões de bushels.
O contrato julho da soja encontra suporte a US$ 8,40/bushel e poderia alcançar US$ 10,20/bushel se houver problemas climáticos na nova safra, de acordo com Smoldt. Uma ameaça climática maior puxaria os futuros para além de US$ 11/bushel. A mínima do contrato novembro deve ficar em torno de US$ 7,50 a US$ 8/bushel se o clima for favorável.
No mercado de trigo, as notícias de que as chuvas de primavera prejudicaram a qualidade da safra e a extensão da área de plantio no Canadá, assim como os relatos sobre problemas de produtividade na safra dos Estados Unidos, devem seguir dando suporte aos preços nesta semana.

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