segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CLÍMA: ESTIAGEM PREOCUPA RIO GRANDE DO SUL.

Uma frente fria atua entre o litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e leva chuva para Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Tocantins nos próximos cinco dias, assim como observado no início da semana passada. Em compensação, o Sul do Brasil e também São Paulo e Mato Grosso do Sul iniciam o mês de novembro com uma condição de tempo seco e temperaturas baixas e atípicas para esta época do ano, embora seja uma das características dos períodos de La Niña. As informações são da Somar Meteorologia, em seu boletim semanal. A partir da segunda quinzena de novembro, no entanto, a Somar prevê uma ligeira mudança no comportamento do clima, com as frentes frias atingindo também o sul da Região Nordeste. Com isso, as chuvas devem favorecer lavouras da Bahia, Maranhão e Piauí, além de já beneficiar os produtores dos Estados do Sudeste e Centro-Oeste.
A Somar informa, porém, que persiste a tendência de o regime de chuvas se regularizar e apresentar um padrão típico de verão somente no fim de novembro e decorrer de dezembro. "Para o Sul, a previsão é de pouca chuva para as próximas semanas o que, combinado com baixos volumes de água registrados em outubro, especialmente para o Rio Grande do Sul, já começa a configurar um quadro de estiagem", observa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
Primavera/verão
De acordo com a Somar, a primeira semana de novembro já deu indícios da configuração do regime de chuvas de verão. As frentes frias atuam mais sobre o Sudeste do Brasil e são realimentadas pela umidade proveniente da Amazônia. Isso favorece a organização de chuvas também sobre o Centro-Oeste e Norte.
Os maiores volumes na semana passada se concentraram sobre os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e sul do Tocantins e sul do Pará. Nesses Estados o acumulado pluviométrico variou entre 50 e 100 mm.
No Sul do Brasil, a semana foi de pouca água, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde já começam a serem sentidos os efeitos do fenômeno La Niña. Em alguns municípios do sul do Rio Grande do Sul, há mais de 30 dias não ocorre uma chuva significativa (mais de 20 mm).
Os índices de Capacidade Hídrica do Solo refletem o resultado das chuvas dos últimos 30 dias e mostram uma recuperação da umidade do solo sobre os Estados do Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Embora a água ainda seja insuficiente para repor o déficit hídrico acumulado, já consegue dar sustentação ao desenvolvimento das lavouras de verão já plantadas e marcam o início da recuperação das pastagens.
Argentina/Paraguai
A Somar Meteorologia informa que a primeira semana de novembro foi de pouca chuva sobre a maior parte do território argentino. Nesse período choveu apenas no extremo sul do País e no leste da Província de Buenos Aires. "A tendência é que essas condições não mudem muito para o restante do mês de novembro que, no geral, deve ter pouca chuva sobre as principais regiões produtoras, incluindo o pampa úmido", diz Etchichury. No decorrer de novembro, porém, deve se observar uma gradual elevação da temperatura.
No Paraguai, a primeira semana de novembro também teve pouca chuva sobre as principais regiões produtoras de milho e soja. Ainda não existe risco para as lavouras, pois no mês de outubro as águas ficaram acima da média sobre o leste e sul do Paraguai, o que favoreceu o plantio e período de emergência.
A previsão de pouca chuva para o restante de novembro, no entanto, deve preocupar e, caso se confirme, representará risco para a lavoura de soja, em especial. "Essa preocupação aumenta quando consideramos que estamos em um período de La Niña, que contribui para reduzir as chuvas no verão e aumenta o risco de estiagens regionalizadas", conclui Etchichury.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas