terça-feira, 9 de novembro de 2010

SOJA-SAFRA 2010/11 TERÁ ATÉ 35% DE GRÃOS NÃO TRANSGÊNICOS

A safra 2010/11 de soja brasileira deve ter 35% de grãos não transgênicos, segundo cálculos dos organizadores do programa Soja Livre, lançado hoje em Brasília. Isso representa potencial de exportação de 21 milhões de toneladas de soja em grão e até 10 milhões de tons de farelo que, na avaliação do diretor técnico da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi, podem gerar receita maior ao produtor, com prêmios pagos pelo produto não transgênico. "A soja amarelinha e bonitinha não existe mais. Há pelo menos quatro tipos de soja. Talvez seja o início da 'descomoditização' desse mercado", afirmou Paghi. Segundo ele, os mercados europeus e asiático já deram demonstrações de que valorizam produtos não transgênicos e que cabe ao Brasil ocupar esses espaços. "Outros grandes fornecedores mundiais, como Estados Unidos e Argentina, praticamente só plantam soja transgênica", argumento Paghi.
O presidente da Associação do Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva, avalia que no médio prazo o Brasil manterá uma média de 30% de produção de soja convencional, porcentual considerado suficiente para atender a demanda mundial. Sem incentivos, entretanto, o índice de soja não transgênica cairia a 10% do total. Embora admita que a soja convencional seja um mercado especial - "caminhando para um nicho de mercado", como diz Paghi - os organizadores do programa Soja Livre acreditam que haverá sempre um nicho de mercado para a variedade tradicional."A tecnologia está aí, mas a decisão tem que ser do agricultor. Há vantagens que precisam ser consideradas tanto em uma como em outra tecnologia", afirmou Paghi. Em relação à soja convencional, os organizadores da campanha citam fatores positivos a rentabilidade superior, a agregação de valor. Em relação à soja transgênica, destacam pontos como o custo da semente (chama de "taxa tecnológica"), o custo do glifosato, produtividade menor em situações específicas e o desenvolvimento de plantas daninhas resistentes. A mescla do uso das duas variedades permitiria a manutenção da competitividade, a redução da dependência (no caso de sementes transgênicas desenvolvidas por empresas estrangeiras) e a regulação do mercado.
Os objetivos do programa Soja Livre são ampliar a oferta de sementes de soja convencional e seu acesso aos produtores, desenvolver e fortalecer parcerias para a transferência de tecnologias de cultivares de soja convencionais da Embrapa e ampliar a oferta de soja convencional para a indústria produtora. Apesar das intenções, os organizadores do programa admitem que o sucesso depende de variáveis de mercado, ou seja, demanda pela soja comum com o pagamento de valores maiores pelo produto. Segundo Paghi, dependendo do tipo de contrato, a compra de lotes de soja convencional aceita índices de contaminação por variedade transgênica entre 0,1% e 0,9% do total, no máximo.

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