Os futuros da soja terminaram sem direção comum hoje na Bolsa de Chicago, com os vencimentos mais próximos em leve queda devido ao enfraquecimento da demanda. Já os vencimentos referentes à nova safra norte-americana foram impulsionados pelos temores em relação ao clima.
As preocupações com a desaceleração da demanda, fortalecidas pelos cancelamentos de compras pela China, pesaram sobre os preços e o contrato julho caiu 1,75 centavo, ou 0,13%, para fechar a US$ 13,54 por bushel.
Mas as preocupações com as previsões de tempo úmido nos EUA, o que pode atrasar o plantio da soja, deram sustentação ao contrato novembro, que ganhou 4,75 centavos, para US$ 13,54. Apesar disso, alguns analistas afirmam que isso não deveria ser um fator de suporte para a soja, pois o clima úmido no Meio-Oeste pode prejudicar o plantio do milho e os produtores provavelmente vão optar por plantar soja na área em que não for possível semear o cereal.
Entre os produtos derivados, o contrato julho do óleo de soja subiu 15 pontos, para fechar cotado a 58,16 centavos por libra-peso. O mesmo vencimento do farelo caiu US$ 1,30, a US$ 351,90 por tonelada.
MILHO FECHA EM BAIXA NO CURTO PRAZO.
Os contratos futuros de milho encerraram a terça-feira sem direção comum na CBOT com desvalorização modesta no curto prazo, pressionados por realização de lucros. O contrato mais negociado, com vencimento em julho, recuou 2,50 cents ou 0,33% e terminou a US$ 7,57/bushel.
Entretanto, os últimos vencimentos registraram ganhos, com preocupações relacionadas ao clima frio e úmido que atrasa o plantio nos Estados Unidos.
Produtores precisam de condições favoráveis para semear o solo e depois colher uma ampla safra, com objetivo de reabastecer os estoques do país, atualmente baixos. Mas as previsões do tempo indicam que o excesso de umidade pode interromper o plantio no curto prazo.
"Não vamos ter nada pronto até 1º de maio neste estágio", disse o presidente da corretora Global Commodity Analytics & Consulting, Mike Zuzolo, referindo-se ao plantio.
O meteorologista agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Brad Rippey, disse que "os trabalhos no campo estão praticamente paralisados por causa do solo frio e úmido".
TRIGO VOLTA A FECHAR EM ALTA COM AMEAÇA CLIMÁTICA
Preocupações com o tempo seco em áreas dos Estados Unidos e de outros países voltaram a puxar as cotações do trigo no mercado americano. Na Bolsa de Chicago o contrato com vencimento em julho avançou 10,25 cents ou 1,26% e fechou a US$ 8,21/bushel. Na Bolsa de Kansas City o mesmo vencimento subiu 30,25 cents ou 3,34% e terminou a US$ 9,3675/bushel.
A possibilidade de que a oferta global seja prejudicada dá suporte ao mercado neste momento. No Texas, maior Estado produtor de trigo duro de inverno dos Estados Unidos, as condições são "ruins e estão piorando", disse Mark Welch, especialista em comércio de grãos do serviço de extensão da Universidade Texas.
Welch prevê que o Texas vai produzir cerca de 838,2 mil de toneladas de trigo, quase um terço de sua colheita média. O volume é bastante inferior à previsão recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 1,646 milhões de tons. "Estamos negociando praticamente só o clima neste momento", disse o presidente da corretora Global Commodity Analytics & Consulting, Mike Zuzolo.
Participantes do mercado estão ansiosos, porque meteorologistas não esperam que chuvas aliviem a falta de umidade nas Grandes Planícies, onde o tempo é seco desde que a safra foi plantada, no outono do Hemisfério Norte.
Autoridades do governo confirmaram ontem que a condição das lavouras piorou no Kansas, tradicionalmente o maior Estado produtor de trigo no país. A China e a Europa ocidental também enfrentam clima seco.
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