sexta-feira, 18 de março de 2011

MILHO: PLANTIO DA SAFRINHA FINALIZA EM MATO GROSSO.

O plantio do milho safrinha chegou à reta final em Mato Grosso, com 1,78 milhão de hectares cultivados, que correspondem a 98,9% dos 1,8 milhão de hectares estimados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Na mesma época do ano passado o plantio estava concluído em todo o Estado. A área prevista - e que ainda deve ser revisada - desta safra é 7% menor que os 1,948 milhão de hectares semeados no ciclo passado.
Maria Amélia Tirloni, analista de grãos do Imea, diz que os dados relativos à previsão de área plantada serão revistos nas próximas semanas, após o fim do plantio. Pela hipótese pessimista, a área teria recuo de 46,89 mil hectares (2,6%) em relação à estimativa de fevereiro, de 1,8 milhão de ha, e na otimista o crescimento seria de 11,5 mil hectares (0,6%).
Segundo a analista, o mais provável é que haja um recuo na área plantada em relação à previsão atual, pois muitos produtores que não conseguiram plantar até o dia 15 deste mês vão acabar desistindo. Em função do atraso do plantio, por enquanto o Imea não fez nenhuma projeção em relação à produção e produtividade para esta safra. No ano passado, em janeiro o instituto já tinha projetado o volume a ser produzido.
Maria Amélia observa que o fator climático será determinante, em função do atraso do plantio, pois caso as chuvas persistam até o final de abril e início de maio o excesso de umidade pode prejudicar as lavouras na fase de enchimento dos grãos.
O plantio do milho safrinha foi concluído na maioria das regiões produtoras de Mato Grosso, inclusive no médio-norte, que responde por 48% da área plantada. A situação continua complicada na região oeste, por causa das fortes chuvas, que dificultam o avanço da colheita da soja. Na região oeste o plantio atingiu nesta semana 97,1% dos 270 mil hectares estimado pelo Imea e ainda faltam 7,8 mil hectares para serem semeados. Em termos absolutos o maior atraso é na região sudeste, onde faltam ser cultivados 9,3 mil hectares dos 402,5 mil hectares da previstos pelo Imea no levantamento de fevereiro.

EVOLUÇÃO DO PLANTIO (em mil ha)
Regiões              Área     18/03/10    17/03/11  diferença% 
  Noroeste           60,4       100,00%     100,00% 
  Norte                 13,6      100,00%      100,00% 
  Nordeste            73         100,00%      100,00% 
  Médio-norte      868,5     100,00%      100,00% 
  Oeste                288,1      100,00%       97,10%    -2,9 p.p. 
  Centro-sul         107         100,00%       98,20%    -1,8 p.p. 
  Sudeste            400,5      100,00%       97,70%    -2,3 p.p. 
  Total              1.811,10    100,00%       98,90%    -1,1 p.p. 
Fonte: Imea

CBOT/GRÃOS RECUPERAM PERDAS EM CENÁRIO DE DEMANDA E OFERTA APERTADA.

Os futuros da soja fecharam em alta pelo terceiro dia seguido hoje na bolsa de Chicago. Os preços continuam a encontrar sustentação nas perspectivas dos fundamentos, e o contrato maio subiu 27,25 centavos, ou 2,04%, para fechar cotado a US$ 13,6250 por bushel.
Traders estão atentos à oferta global de soja devido à forte demanda, e ainda persistem as preocupações com a safra do Brasil devido às chuvas. O mercado também foi impulsionado pelo relatório altista da Informa Economics sobre o plantio nos Estados Unidos para a safra 2011/12.
Segundo a consultoria, os produtores norte-americanos plantarão 75,269 milhões de acres com soja na próxima temporada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou no mês passado, em seu fórum anual de perspectivas, o plantio da soja em 78 milhões de acres. No ano passado, agricultores norte-americanas semearam 77,4 milhões de acres com soja.
A estimativa da Informa, se confirmada, vai levar o mercado a avaliar um possível corte de 1,36 à 1,63 milhões de toneladas na projeção de estoques finais dos EUA em 2012, destacou Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics. O USDA vai divulgar um relatório sobre as intenções de plantio, com base em dados fornecidos pelos produtores, no próximo dia 31 de março.
"O número da Informa deu um grande impulso para os futuros da soja, que deixou de ser o elo fraco no complexo de grãos para virar líder", disse Zuzolo.
Os produtos derivados também fecharam com alta, em linha com a soja. A ameaça de um aperto na oferta mundial de soja para esmagamento e o potencial de que essa tendência se mantenha para o ano comercial 2011/12, ajudaram a elevar os preços, segundo analistas.
O contrato maio do óleo de soja subiu 125 pontos, ou 2,29%, para fechar a 55,77 centavos por libra-peso. O mesmo vencimento do farelo ganhou US$ 9,30, ou 2,59%, para US$ 367,90 por tonelada, máxima de duas semanas.

MILHO FECHA EM ALTA DE 5,7% COM RUMORES DE COMPRA DA CHINA
O mercado futuro de milho atingiu hoje o limite de alta expandido na Bolsa de Chicago de 45 cents, e fechou com ganhos expressivos. Preocupações com a oferta apertada e sinais de nova demanda da China, inesperada, impulsionaram as cotações.
Posição mais líquida, o contrato com vencimento em maio avançou 37,0 cents ou 5,72% e fechou a US$ 6,8350/bushel. A máxima foi a US$ 6,9150/bushel. Foi o segundo dia consecutivo em que o mercado tocou o limite de alta, elevando os preços em até 11% na comparação como fechamento de quarta-feira.
A valorização ocorreu conforme um funcionário de uma agência internacional de comércio afirmou que a China comprou milho dos Estados Unidos na quinta-feira e deve fazer novas aquisições neste ano. Os acordos pegaram de surpresa os traders de grãos dos Estados Unidos, pois os preços elevados haviam amenizado a expectativa de que a China compraria. "Psicologicamente, é uma grande coisa neste momento", disse o analista John Kleist, da Ebottrading.com.
O mercado está sensível ao aumento da demanda, depois de saltar para as máximas em 32 meses, em 04/3, com preocupações relacionadas à oferta apertada, que deve cair para o menor nível em 15 anos. Os Estados Unidos são os maiores produtores e exportadores de milho do mundo.
Os rumores sobre a China surgiram quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou, ontem, que exportadores privados fecharam acordos para vender 116 mil toneladas de milho para entrega a destinos desconhecidos durante o ano comercial 2010/11.
Traders disseram que a China deve ter entrado no mercado porque os preços recuaram muito desde o recorde recente. A Coreia do Sul aproveitou a oportunidade da quebra nos preços, contratando a compra de pelo menos oito cargas de milho, totalizando 455 mil toneladas nesta semana, segundo um corretor de Seul. O presidente da corretora Brugler Marketing & Management, Alan Brugler, declarou que "os consumidores finais, independentemente de serem domésticos ou internacionais, disseram "vou começar a comprar isso'".
Além disso, a consultoria Informa Economics deu um impulso adicional ao mercado, quando estimou a área plantada com milho nos Estados Unidos em 91,8 milhões de acres (37,15 milhões de hectares), abaixo da estimativa recente de 92 milhões de acres.

SOJA-COLHEITA/MT AVANÇA, FALTAM 2 MILHÕES DE HECTARES

Os produtores de Mato Grosso conseguiram colher nesta semana 1,064 milhão de hectares de soja, apesar da continuidade das chuvas na maioria das regiões. O avanço foi de 16 % em relação à semana passada e a colheita atingiu 66,6% dos 6,413 milhões de hectares plantados nesta safra, registrando o melhor desempenho desde o início dos trabalhos. Entretanto, ainda faltam 2,142 milhões de hectares para serem colhidos. Na mesma época do ano passado, a colheita da soja havia atingido 93% da área cultivada de 6,122 milhões de hectares da safra 2009/10, e faltavam apenas 428,6 mil hectares para serem colhidos. Os dados são do levantamento semanal de evolução da colheita do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso.
Segundo a analista de grãos do Imea, Maria Amélia Tirloni, a situação atual da colheita da soja em Mato Grosso é preocupante, pois existe uma área expressiva a ser colhida e a expectativa é de continuidade das chuvas na próxima semana. Ela observa que os agricultores conseguiram o bom desempenho nesta semana porque trabalharam dia e noite, aproveitando os intervalos das chuvas para colher a soja, que pode perder qualidade no campo.
Na opinião da analista, as fortes chuvas atuais são responsáveis pelo atraso da colheita, pois o plantio começou mais tarde no terceiro trimestre do ano passado, mas os trabalhos foram encerrados dentro do período recomendado. Ela acredita que o encerramento da colheita deve demorar mais três semanas e diz que por enquanto ainda não é possível estimar as quebras provocadas pelo excesso de chuvas. Os relatos de prejuízos são pontuais, principalmente na região oeste, onde um produtor teve perda total de 500 hectares. A estimativa de produção do Imea se mantém em 19,247 milhões de toneladas e deve ser revista após o término da colheita.
A situação é mais grave no município de Campos de Júlio (750 km a noroeste de Cuiabá), onde os agricultores enfrentam problemas de quebra por excesso de chuvas, descontos nos preços por parte das tradings e dificuldades para escoar a safra, por causa das más condições das estradas. Ademir Rostirolla, presidente do sindicato rural de Campos de Júlio, estima que a quebra provocada pelo excesso de chuvas no município está em torno de 10%. Ontem os produtores conseguiram colher, mas hoje suspenderam os trabalhos por causa da volta das chuvas, diz ele.
Rostirolla relata que os agricultores estão indignados com os descontos impostos pelas tradings por causa da perda de qualidade dos grãos. Ele conta que ontem entregou soja de um mesmo talhão em duas tradings e as classificações nos armazéns das empresas foram diferentes, houve desconto de 20% sobre o preço da soja, enquanto noutro foi de apenas 7%". Ele diz que a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) deve se reunir com as tradings para estabelecer padrões "menos subjetivos de classificação, pois a sobra técnica no final da safra fica sempre para a empresa dona do armazém".
Campos de Júlio e municípios vizinhos, como Sapezal e Campo Novo do Parecis, também enfrentam o problema da alta do frete, decorrente da concentração da colheita nas tréguas das chuvas, que provoca congestionamento de caminhões nos armazéns das empresas e interrompe o fluxo de veículos para retirar a soja das fazendas. Segundo Ademir Rostirolla, há casos de caminhões que passam 24 horas na fila aguardando para descarregar. O resultado da falta de caminhões é o aumento do frete. Ele diz que no início da colheita pagava R$ 0,45 por saca e hoje está pagando R$ 1,00.
A retenção dos caminhões tem reflexo também no frete do escoamento da soja dos armazéns para as regiões de exportação. Maria Amélia Tirloni diz que os levantamentos do Imea mostram que o frete de Campo Verde para Rondonópolis está 15% acima do valor registrado em meados de março do ano passado. De Sapezal para Porto Velho a alta é de 11%. No caso de Campo de Júlio, existe o agravante das péssimas condições da estrada MT 388, ligando o município a Nova Lacerda, que ainda não é pavimentada. O presidente do sindicato Ademir Rastirolla diz que o trecho de 100 km que normalmente é feito em 40 minutos no período de seca, nas chuvas pode levar mais de um dia.
Sorriso - No município de Sorriso (412 km ao médio-norte de Cuiabá), maior produtor estadual de soja, com 600 mil hectares cultivados nesta safra, a colheita nesta semana atingiu 75% da área e ainda faltam 150 mil hectares para serem colhidos. Na mesma época do ano passado, 99% dos 594 mil hectares cultivados em Sorriso na safra 2009/10 estavam colhidos. O presidente do sindicato rural do município, Elso Vicente Pozzobon, diz que as chuvas estão atrasando a colheita, mas por enquanto não provocaram prejuízos significativos. Os produtores estão tendo mais dificuldades para colher, mas o sindicato mantém a expectativa de boa produtividade, com produção de duas sacas a mais em relação à safra passada. Pozzobon diz que há três dias não chove em Sorriso e a expectativa é de avanço na colheita na próxima semana, pois a previsão é de trégua nas chuvas.
A região médio-norte, que responde por 40% da área cultivada com soja no Estado, tem a maior área a ser colhida (722,6 mil hectares), apesar de registrar o maior avanço na colheita (71,9%). Na mesma época do ano passado, a colheita havia atingido 98,6% e faltavam apenas 34,2 mil hectares para serem colhidos. Os trabalhos estão mais atrasados na região nordeste de Mato Grosso, que vem sendo castigada pelas chuvas. No nordeste foram colhidos 48,2% dos 694,2 mil hectares cultivados. Na mesma época do ano passado a região já havia colhido 72,4% dos 577,2 mil hectares semeados na safra 2009/10.

  EVOLUÇÃO DA COLHEITA DA SOJA EM MT (em hectares) 

  REGIÕES DE MT ÁREA  18/MAR/10  17/MAR/11  DIFERENÇA 
  Noroeste            261,2    93,60%          63,60%      -30,0%% p.p. 
  Norte                   39,0    97,40%          70,70%      -26,7%% p.p. 
  Nordeste            694,2    72,40%          48,20%      -24,2%% p.p. 
  Médio-norte   2.571,4     98,60%          71,90%      -26,7%% p.p. 
  Oeste                 930,2    94,10%           69,00%      -25,1%% p.p. 
  Centro-sul          413,1    90,20%           62,10%      -28,1%% p.p. 
  Sudeste           1.504,4   92,30%            66,20%      -26,1%% p.p. 
  Total               6.413,5    93,00%           66,60%       -26,4%% p.p.

GRÃOS/INFORMA ESTIMA MENOR ÁREA DE PLANTIO EM 11/12.

Produtores norte-americanos plantarão 91,758 milhões de acres com milho e 75,269 milhões de acres com soja na próxima temporada, de acordo com projeções da Informa Economics.
A consultoria prevê que 57,651 milhões de acres sejam dedicados ao cultivo de trigo. O levantamento da Informa apontou que 14,2 milhões de acres serão semeados com outras variedades de primavera e 2,5 milhões de acres com durum.
A área total dedicada ao algodão foi projetada em 13,13 milhões de acres.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou no mês passado em seu fórum anual de perspectivas o plantio de milho em 92 milhões de acres, o de soja em 78 milhões de acres e o de trigo em 57 milhões de acres. O USDA deve divulgar um relatório sobre as intenções de plantio, com base em uma pesquisa com produtores, no próximo dia 31 de março.
No ano passado, agricultores norte-americanas semearam 88,2 milhões de acres com milho, 77,4 milhões de acres com soja e 53,6 milhões de acres com trigo.

GRÃOS: TERREMOTO AFETA 30% DA PRODUÇÃO DE RAÇÃO DO JAPÃO.

As maiores unidades de importação de grãos no norte do Japão sofreram severos danos no terremoto e no tsunami da semana passada, o que afetou cerca de 30% da produção de ração animal do país, informou o Conselho de Grãos dos Estados Unidos (USGC). A maior parte da capacidade produtiva das instalações danificadas está sendo coberta por fabricantes de outras áreas do Japão, segundo o USGC.
"Há planos de aumentar a produção nas unidades e portos não afetados e transportar os produtos para as áreas prejudicadas", disse Mike Callahan, diretor de operações internacionais do conselho, em um comunicado.
O Japão tem uma capacidade de produção combinada de 25 milhões de toneladas. O USGC advertiu que ainda aguarda relatórios oficiais sobre o impacto total dos desastres naturais no comércio de grãos.
Os desafios imediatos na obtenção de ração para as operações de criação de gado e frango são a falta de embarcações disponíveis, os estragos nas estradas e a escassa oferta de combustíveis confiáveis. Como os produtores tendem a manter um volume limitado de ração nas fazendas, o conselho informou que as entregas precisam ser feitas para garantir o bem-estar dos animais.
Os danos provocados pelo terremoto dificultaram o transporte de animais, e alguns frigoríficos e laticínios não podem utilizar toda a sua capacidade, de acordo com o USGC. "As fabricantes de ração estão colaborando e coordenando a produção para cobrir todos os setores críticos", disse Hiroko Sakashita, diretor associado do conselho no Japão, em um comunicado.
O USGC informou no começo desta semana que os embarques de grãos para o Japão prosseguem para os portos localizados no sul do país, que recebem a maior parte das ofertas norte-americana e saíram relativamente ilesos das catástrofes em relação ao norte do país. O Japão é o maior mercado de exportação para o milho dos Estados Unidos.

SOJA/CHINA ACOMPANHA CBOT E FECHA COM GANHOS.

Os futuros da soja terminaram com leve alta na Bolsa de Commodities de Dalian, sustentados por um forte rali dos preços no pregão eletrônico da Bolsa de Chicago. O contrato janeiro, o mais negociado, avançou 0,6% nesta sexta-feira, a 4.474 yuans por tonelada (6,57 yuans = US$ 1). Na CBOT, o vencimento maio fechou com valorização de 3,8% na quinta-feira, com o milho liderando os ganhos do complexo de grãos.
As cotações de Dalian se mostraram mais resistentes que as da CBOT, conforme um mercado físico estável na China sustentou os futuros, afirmou Yu Ruiguang, analista da Tianqi Futures Co. Os preços da soja devem se estabilizar e ter recuperação no curto prazo, à medida que as fabricantes de ração ativamente compram farelo, disse ele.
Uma pesquisa divulgada pelo Ministério de Agricultura de que a área plantada com soja no país pode cair 11% neste ano também fornece suporte ao mercado.
Entre outras notícias, um leilão de 20.689 toneladas das reservas da província de Heilongjiang não conseguiu atrair interessados nesta sexta-feira, à medida que traders estão cautelosos em meio à onda de incertezas.

quinta-feira, 17 de março de 2011

SOJA VOLTA A FOCAR FUNDAMENTOS E FECHA EM ALTA.

Os futuros da soja negociados na bolsa de Chicago fecharam em alta hoje pelo segundo dia seguido, em linha com a recuperação dos mercados de commodities devido à crescente confiança na capacidade do Japão de se reabilitar do terremoto e do tsunami que abalaram o país.
O contrato maio da soja, mais negociado, subiu 48,25 centavos, ou 3,74%, para fechar cotado a US$ 13,3525 por bushel.
Segundo traders, os mercados saltaram porque aparentemente os esforços do Japão para resfriar os reatores nucleares afetados pela tragédia estariam dando certo. As preocupações com o Japão contribuíram para os temores de uma potencial desaceleração econômica global e redução da demanda por commodities agrícolas. "Desde que as coisas não fiquem piores, é um bom sinal", disse Dax Wedemeyer, analista da corretora U.S. Commodities.
O mercado da oleaginosa voltou a se focar nos fundamentos e a previsão de estoques apertados no final do ano nos Estados Unidos, a forte demanda e as preocupações com as chuvas no Brasil reavivaram o interesse de compra dos investidores, disse o corretor independente Dave Marshall.
As chuvas no Brasil levantam temores de perda no potencial de produtividade, além de provocar preocupações relacionadas ao transporte dos grãos para os portos, completou Marshall. O Brasil é o segundo maior produtor de soja, atrás dos Estados Unidos.
Os produtos derivados também avançaram, em linha com a soja. O óleo encontrou suporte ainda nos ganhos do petróleo, enquanto o farelo se beneficiou da alta nos preços dos grãos para ração, disseram analistas.
O contrato maio do óleo subiu 156 pontos, ou 2,9%, para fechar cotado a 54,52 centavos por libra-peso. O mesmo vencimento do farelo ganhou US$ 14,10, ou 4,1%, para US$ 358,60 por tonelada.

SOJA: GANGORRA CLIMÁTICA TESTA NERVOS DOS PRODUTORES.

Preocupações com o clima fazem parte do cotidiano de qualquer agricultor, que do plantio à colheita acompanha diariamente as previsões de tempo. Chuvas ou estiagem fora de época são até corriqueiros. Mas na safra 2010/11, as mudanças do tempo, com grandes variações de temperatura, umidade e insolação, pregaram sustos e testaram os nervos dos produtores como há algum tempo não se via.
Depois de uma safra quase perfeita em termos de clima, em 2009/10, o atual ciclo tem sido marcado por momentos dissonantes de preocupação e euforia. Se no início o produtor se preparou para uma seca por causa do fenômeno climático La Niña, logo em seguida comemorou a chuva favorável que garantiria uma produtividade promissora e uma safra recorde. Agora, a tensão voltou a se instalar no campo porque o excesso de água dificulta o manejo, prejudica a colheita e o rendimento das lavouras.
Aedson Pereira, analista da Informa Economics FNP, destaca que as chuvas no final do ano passado e início de 2011 aliviaram as preocupações dos produtores com a seca, que já havia atrasado o início do plantio. "Em novembro e dezembro, que seriam decisivos para o desenvolvimento da cultura, o La Niña enfraqueceu. Em vez de seca, houve precipitação suficiente para garantir rendimentos bons", disse à Agência Estado. Nos cálculos da Informa, o Brasil terá produtividade média de 49,2 sacas por hectare, contra 48,8 sacas no ano passado.
Como os temores de forte estiagem não se concretizaram, as previsões sobre a produção foram pouco a pouco aumentando até atingir números recordes. Hoje, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fala em uma safra de 70,3 milhões de toneladas, mas algumas consultorias chegam a 72 milhões. "Apesar do atraso no plantio, as chuvas muito boas de dezembro até fevereiro contribuíram para mudar aquele quadro negativo, fazendo com que a lavoura se desenvolvesse de forma robusta", disse Pereira. Mas esse momento de euforia rapidamente se transformou em forte preocupação, pois as chuvas se prolongaram até março e agora afetam a colheita. Em muitas regiões as colheitadeiras ficaram paradas, a umidade do grão aumentou e o controle de doenças e pragas ficou mais difícil. Segundo Pereira, fala-se em Mato Grosso de umidade entre 15% e 18% e, no Paraná, de 15% a 17%. O padrão é 14%.
Os produtores do Centro-Oeste, uma região caracterizada por um padrão climático em geral estável, ainda tentam avaliar os danos provocados pelas fortes chuvas. Uma das situações que mais chamam atenção é a de Mato Grosso do Sul, onde as estimativas preliminares apontam para uma quebra de 30% nas lavouras e potenciais prejuízos de R$ 1,5 bilhão. Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), 55% da produção de soja estimada em 5,4 milhões de toneladas já foi colhida, com uma perda estimada em 1 milhão de toneladas.
Segundo Eduardo Riedel, presidente da Famasul, em municípios mais ao norte do Estado, como São Gabriel do Oeste, já há comprovação de perdas acima de 50%. Na região central, que inclui Maracaju, o maior produtor do Estado, as estimativas ficam na faixa de 30% a 40% da safra comprometida. A partir de Dourados e municípios mais ao sul as perdas foram menores, de até 5%. "Sabemos que, no conjunto, a quebra foi expressiva, mas ainda não é possível contabilizar o impacto final porque as situações variam muito. E temos de uma semana a 10 dias para concluir a colheita, então ainda dependemos de como o tempo vai evoluir para contabilizar o fechamento", disse ele.
Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a colheita atingiu até a semana passada metade da área plantada de 6,413 milhões de hectares, mas está 27% atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Maria Amelia Tirloni, analista de grãos do Imea, lembra que a concentração da colheita nessa época do ano devido ao atraso do plantio e à falta de intervalos de chuva tem prejudicado os trabalhos no campo. O produtor também enfrenta dificuldade para controlar as doenças de fim de ciclo. A grande decepção, contudo, gira em torno da produtividade, uma vez que as expectativas não devem se concretizar.
"Existia a possibilidade de a produtividade aumentar em relação ao ano passado com o andamento da colheita, mas a umidade está diminuindo esse ganho. O produtor está se decepcionando e essa desilusão é significativa", disse ela, evitando entretanto fazer previsões sobre o rendimento. O Imea estimou em fevereiro uma produtividade de 3 mil quilos por hectare, queda de 0,8% ante o ciclo anterior.
Na região Sul, o clima também brincou com as decisões do agricultor. No Paraná, segundo principal produtor de soja, a perspectiva de que o La Niña prorrogasse as chuvas até a época da colheita levou os produtores a plantar de maneira escalonada para reduzir os riscos de perdas. O volume intenso de precipitações prorrogou o ciclo da soja em torno de 20 dias, segundo Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). "Devido ao excesso de chuvas em alguns municípios, foi difícil fazer o controle de pragas. Os produtores não conseguiram fazer as aplicações na hora certa. A região Sul foi a que teve mais dificuldade de controles", disse Turra.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a colheita atingiu nesta semana 50% da área estimada em 4,5 milhões de hectares, e Turra cita uma produtividade de até 3.300 quilos por hectare. "O clima surpreendeu positivamente o produtor. Havia toda uma preocupação inicial de perda de safra em função das condições climáticas adversas, mas elas não se confirmaram", disse ele.
A seca no sul Rio Grande do Sul, terceiro produtor, chegou a preocupar o mercado internacional, mas segundo a Emater as chuvas durante o mês de fevereiro deram um excelente padrão às lavouras. A expectativa é positiva em relação ao rendimento. A colheita ainda está nas etapas iniciais.
Expectativas - Apesar de todos os percalços e incertezas, as perspectiva de uma safra recorde ainda se mantêm. Entretanto, é grande a expectativa em torno das condições climáticas durante a colheita da segunda metade da safra.
"Ainda não se fala de perdas ou apodrecimento, mas a continuidade dessa umidade até abril gera preocupação, sim, e existe a possibilidade de algumas correções na produtividade em função desse excesso", avalia Pereira, da Informa. "Mas por mais que se tenha observado essas preocupações no Mato Grosso do Sul, acho que não vai pesar muito sobre a estimativa nacional."
Em seu último levantamento sobre a safra nacional, divulgado no dia de 10, a Conab não considerou o impacto das chuvas no Mato Grosso do Sul porque a avaliação das lavouras aconteceu antes. Mas o ministro Wagner Rossi já admitiu que isso pode prejudicar os números locais da produção. A próxima estimativa será divulgada em abril.

CBOT/GRÃOS-FORTE ALTA COM MELHORA DO CENÁRIO EXTERNO E DEMANDA.

Os futuros dos grãos abriram com fortes ganhos na Bolsa de Chicago, guiados pela recuperação dos mercados financeiros e por boas perspectivas positivas de demanda.
Além disso, os progressos feitos pelo Japão no resfriamento dos reatores nucleares ajudaram o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, e os mercados acionários norte-americanos a subir, estimulando a confiança dos investidores. A fraqueza do dólar também favorece os grãos, uma vez que torna as commodities mais baratas para compradores estrangeiros.
No caso da soja, a melhora do cenário macroeconômico permitiu aos investidores se concentrar nos fundamentos. A previsão de um apertado estoque final nos Estados Unidos, uma intensa demanda e preocupações com fortes chuvas no Brasil fornecem suporte. 
O contrato maio da oleaginosa saltou 55 cents para US$ 13,42 por bushel. O mesmo vencimento do milho subiu 30,0 cents, limite de alta, para US$ 6,46 50 por bushel. Os lotes para entrega em maio do trigo disparavam 54 cents, ou 4,98%, para US$ 7,16 por bushel.

MILHO/EUA: VENDEU 116 MIL T P/ PAÍSES NÃO REVELADOS
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou hoje que exportadores privados venderam 116 mil toneladas de milho para países não identificados, com entrega no ano comercial 2010/11, que começou em 1º de setembro. Qualquer atividade de venda de 100 mil toneladas ou mais feita em um único dia para um mesmo destino deve ser comunicada ao USDA até o próximo dia útil. Volumes inferiores devem ser relatados semanalmente.

ASIÁTICOS INTENSIFICAM COMPRAS APÓS QUEDA DOS PREÇOS
Compradores asiáticos estão contratando várias centenas de milhares de grãos de Austrália, América do Sul e Estados Unidos, aproveitando a queda acentuada dos preços, disseram executivos nesta quinta-feira.
O terremoto e o tsunami no Japão atrasaram o desembarque e desviaram as cargas de grãos, mas o consequente declínio dos preços abriu uma janela de oportunidade para compradores de outras regiões na Ásia, que estão agressivamente importando trigo, milho e soja. "Os fundamentos ainda são fortes e os preços podem se recuperar, então os compradores não querem deixar passar a última oportunidade", disse um executivo de uma trading global de commodities de Cingapura.
O sul-coreano Major Feedmill Group comprou um carregamento de 70 mil toneladas de milho da Marubeni para entrega até 15 de julho por US$ 318,50 a tonelada CIF em um leilão, disseram executivos nesta quinta-feira. Já o Nonghyup Feed Inc., maior fabricante de ração da Coreia do Sul, adquiriu duas cargas com um total de 110 mil toneladas por valores não revelados. O país é o terceiro maior importador de milho do mundo.

SOJA/EUA VENDEM 64% MENOS, EMBARQUES SOBEM 15%.

Os Estados Unidos venderam um saldo de 146.800 toneladas de soja da safra 2010/11 na semana encerrada no dia 10 de março, de acordo com o relatório semanal de exportações do Departamento de Agricultura do país (USDA).
O volume fica 64% abaixo do registrado uma semana antes, além de ser 59% menor que a média das últimas quatro semanas, segundo o governo. Os principais compradores foram Holanda (77.100 t), Egito (52.900 t), Japão (26.400 t), México (23.500 t) e Taiwan (9.600 t).
Cancelamentos foram feitos por países não identificados (56 mil t).
Para entrega na temporada 2011/12, foram comercializadas 67.700 toneladas, sendo 60 mil toneladas para China.
Os embarques totalizaram 838.700 toneladas no período, alta de 15% em relação à semana anterior, mas 27% menos que a média mensal. Os principais destinos foram China (527.600 t), Holanda (77.100 t), Egito (72.600 t), México (61.800 t) e Tunísia (27.700 t).

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