quarta-feira, 23 de junho de 2010

APROSOJA ACUSA MONSANTO POR MONOPÓLIO NO MERCADO DE SEMENTE.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) está disposta a comprar briga com Monsanto. A entidade acusa a multinacional norte-americana de monopólio no mercado de sementes de soja transgênicas, com prejuízos aos produtores que optarem pelo cultivo da semente convencional, isto é, livre de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
Segundo a Aprosoja, da área total cultivada com soja em Mato Grosso na safra passada 54,4% foram de sementes transgênicas. A entidade prevê que nesta safra a participação deve crescer para 60%, podendo chegar a 70%, não por opção do agricultor e sim por imposição da Monsanto.
Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, diz que atualmente a melhor opção para o produtor seria o plantio apenas de metade da área de transgênico, mas isso é impossível porque existe semente convencional disponível no mercado. Ele acusa a Monsanto de obrigar os sementeiros (empresas multiplicadoras de sementes) a concentrar 85% da produção em transgênicos, do qual detém a patente, restando apenas 15% para a soja livre de OGM.
Pelos cálculos da Aprosoja, o custo do cultivo da soja geneticamente modificada hoje equivale ao da semente convencional, sendo que no caso da produção do grão livre de transgênicos o produtor pode obter no mercado até R$ 5 a mais por saca. Silveira lembra que é importante para o Brasil manter a produção de soja convencional, uma vez que Estados Unidos e Argentina produzem apenas transgênicos.
A Aprosoja está analisando a possibilidade de recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, contra a Monsanto, para impedir que a multinacional imponha restrição à produção da soja convencional. Outra iniciativa da entidade é uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para incentivar os sementeiros a multiplicar a semente convencional, por meio de cooperativas, ou até contando com apoio financeiro dos compradores estrangeiros.
Outra briga da Aprosoja com a Monsanto diz respeito á cobrança dos royalties sobre a comercialização da soja transgênica. A entidade questiona a imposição da multa 2% sobre a produção de soja convencional, caso o produtor não consiga evitar a mistura dos grãos transgênicos e não transgênicos dentro dos armazéns. Para evitar problemas com o pagamento dos royalties, o produtor é obrigado a pedir uma vistoria nos armazéns, para constatar que a soja é convencional.

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