quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MT- INVESTIMENTOS DE US$ 1 BI - MACQUARIE GROUP E JPMORGAN.

Diretores do Macquarie Group, maior banco de investimento da Austrália, estão em Mato Grosso nesta semana para conhecer de perto o agronegócio do Estado. Os agricultores estão na expectativa de atrair investimentos do banco australiano, principalmente em transporte e armazenamento, mas o que preocupa é o fato de o grupo ser mais um estrangeiro que está de olho na compra de terras no Brasil.
Os dirigentes do Macquarie, acompanhados de executivos do banco norte-americano JPMorgan, se reuniram com a diretoria da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, disse que os dois bancos querem investir US$ 1 bilhão na compra de terras e na produção de grãos em Mato Grosso. Na opinião de Silveira, o ideal para os produtores, que enfrentaram dificuldades abrindo as áreas de fronteira, seria uma parceria com os bancos para dispor de mais recursos e não vender a terra.
Em seu portfólio, o banco Macquarie chama a atenção dos investidores sobre a importância da participação do agronegócio na diversificação das carteiras, pois historicamente as commodities apresentam baixa correlação negativa em relação aos ativos tradicionais.
Mas a instituição não quer ficar restrita aos mercados futuros de derivativos agrícolas. Recentemente, durante um evento em Nova York, o diretor do fundo agrícola do Macquaire, Tim Hornibrook, relatou que o banco pretende investir na compra de 200 mil hectares de fazendas de grãos no Brasil.
Além da queda de rentabilidade da produção agrícola e do endividamento crônico, outra questão que preocupa os produtores de Mato Grosso é o avanço dos investimentos estrangeiros em terras, principalmente por meio do arrendamento de propriedades cujos donos não têm condições financeiras nem crédito para bancar o plantio. Estimativas não oficiais indicam que os estrangeiros estão cultivando cerca de 3 milhões de hectares em Mato Grosso, entre áreas próprias e arrendadas.
A vasta extensão de terras agriculturáveis, a distância dos portos e a falta de infraestrutura para escoamento da safra, que corroem as margens e reduzem a rentabilidade dos produtores rurais, são fatores apresentados pelos gestores das carteiras em seus portfólios como atrativos para investimento em terras em Mato Grosso, pois, além dos ganhos com a produção, apostam na valorização do ativo a partir dos investimentos em estradas, ferrovias e hidrovias. A estabilidade econômica e política do Brasil é mais um fator que atrai os investimentos.O apetite dos investidores foi despertado pelas projeções do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre a
necessidade de aumento de 70% na produção de alimentos até 2050, para atender ao crescimento do consumo e da população mundial. A baixa disponibilidade, nos países desenvolvidos, de terras para cultivo e a limitação os recursos naturais, como a água, levam os investidores a procurar terras em países em desenvolvimento na África e América Latina para produzir commodities agrícolas e matérias-primas para bioenergia voltadas para exportação. A ONG espanhola Grain.org fez um levantamento e constatou cerca de 100 casos de governos e empresas privadas de países importadores de alimentos, como a China, Japão, Qatar e Arábia Saudita, que investem na produção agrícola em países como Etiópia, Sudão, Uganda e Zimbábue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas