quarta-feira, 28 de julho de 2010

GRÃOS:CBOT FECHA EM ALTA COM CLIMA INCERTO NO LONGO PRAZO.

Os preços futuros da soja encerraram o pregão em alta testando nova máxima da semana, influenciado pelos ganhos do trigo e pela incerteza quanto ao potencial de produção em 2010. O vencimento agosto subiu 12,50 cents, ou 1,3%, para US$ 10,1050/bushel. O contrato novembro, mais ativo, ganhou 12,50 cents, também 1,3%, para US$ 9,78/bushel. Estima-se que os fundos especulativos comprara cinco mil lotes no dia.
A firmeza dos futuros do trigo, diante do temor de quebra na produção de outros países, por causa do efeito adverso do clima, estimulou os participantes altistas no complexo de commodities agrícolas da CBOT. Compras de especuladores foram registradas no dia, com traders adicionando prêmios aos preços, apesar da condição climática favorável para as lavouras norte-americanas no curto prazo. Analistas avaliam que o mercado está considerando os riscos associados ao longo período de desenvolvimento das lavouras, particularmente na soja. Agosto é um mês crítico porque as plantas estão fase de enchimento de grãos, determinante para os níveis de produtividade. "A incerteza envolvendo as safras produzem medo, e o mercado negocia o medo com preços mais altos", disse Tim Hannagan, analista de Chicago.
Com previsões climáticas de temperaturas ligeiramente mais elevadas no Meio-Oeste, os vendedores foram cautelosos, particularmente diante da alta, puxada pelos futuros do trigo, observou Hannagan. A ameaça de redução da oferta global aumenta o potencial de exportação do cereal americano. Além disso, reduz o volume do produto disponível no mercado americano, que compete com o farelo na alimentação animal, acrescentou. Também foram observadas algumas compras técnicas, depois que os contratos mais ativos conseguiram quebrar o nível de resistência mais próximo, dando mais força aos preços.
O farelo teve um rali para a máxima de uma semana, recuperando perdas recentes, impulsionado pelos ganhos do trigo e pela perspectiva altista do lado da demanda. O mercado está precificando o potencial de incremento da demanda para alimentação dos rebanhos norte-americanos, conforme a produção de trigo recua. O vencimento agosto subiu US$ 7,20 no dia, ou 2,4%, para US$ 301,70/tonelada. Fundos compraram cerca de dois mil lotes no dia.
O óleo de soja também seguiu a soja, mas o avanço foi limitado pelas operações de spread entre o farelo/óleo, realizadas por conta da fraqueza dos futuros do petróleo. O contrato dezembro, perdeu 28 pontos, ou 0,7%, a 39,57 cents/lb. As compras de fundos atingiram cerca de três mil lotes no dia.

MILHO FECHA VALORIZADO EM 3,7%.
Os contratos futuros de milho tiveram valorização expressiva  impulsionados pelo mercado vizinho de trigo, com cobertura de posições vendidas na Bolsa de Chicago. Os lotes mais movimentados, para entrega em dezembro, subiram 13,75 cents ou 3,65% e fecharam a US$ 3,9075/bushel.
O mercado registrou ganhos ao longo de toda a sessão e teve variação maior até do que o trigo, embora os traders tenham dito que foi o principal condutor. Problemas com a safra de trigo na Rússia aumentaram os rumores sobre uma eventual elevação da exportação do cereal americano e os traders disseram que isso pode reduzir o trigo disponível. Os dois produtos são concorrentes na produção de rações.
O analista Mike Zuzolo, declarou que a elevação do spread entre trigo e milho tornará o milho mais atrativo para consumidores finais. "Na minha opinião, o milho está roubando demanda do trigo neste momento."Traders afirmaram que a força do milho se deveu à cobertura de posições vendidas. Fundamentalmente, há pouco suporte para o mercado, enquanto o clima permanece favorável nos Estados Unidos. Zuzolo explicou que os participantes do mercado estão mais preocupados com o clima para a soja, que tem uma temporada de desenvolvimento mais tardia. Um rali da soja também puxaria as cotações do milho, acrescentou o analista.

TRIGO ATINGE MÁXIMA EM 13 MESES COM SECA NA RÚSSIA.
A perspectiva de que a seca na Rússia aumentará as exportações de trigo dos Estados Unidos puxou as cotações do cereal no mercado americano. Os contratos mais líquidos, com vencimento em setembro na CBOT subiram 20,50 cents ou 3,45% e fecharam a US$ 6,1550/bushel. Chegou a registrar a máxima de US$ 6,2325/bushel, maior cotação do primeiro vencimento desde junho de 2009. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento fechou com valorização de 15,75 cents ou 2,56%, cotado a US$ 6,3075/bushel.
O mercado começou a subir diante do rali nos futuros de trigo da Europa, que saltaram para o maior nível em dois anos, com preocupações sobre a redução das estimativas de produção e exportação na região do Mar Negro. Países como Rússia e Ucrânia competem com os Estados Unidos e a Europa no mercado internacional.
A empresa de pesquisa agrícola SovEcon afirmou que a Rússia poderá restringir a exportação de grão usado em rações no outono do Hemisfério Norte (de setembro a dezembro), considerando que a colheita seja menor e que os embarques continuem normalmente neste ínterim. A empresa reduziu sua estimativa para a safra de 2010, revisando-a de 75 milhões de toneladas para 70 milhões. Inicialmente havia previsto de 77 a 78 milhões de toneladas.
O analista Sid Love, da corretora Kropf & Love Consulting, afirmou que "este mercado está baseado na incerteza sobre o volume da safra". Love avalia que o contrato setembro poderá alcançar US$ 7,0/bushel. A corretora Doane Advisory Services espera que este vencimento registre até US$ 6,75/bushel e se aproxime de sua máxima de junho de 2009, de US$ 6,77/bushel. Apesar da valorização recente, os estoques finais de trigo dos Estados Unidos são considerados confortáveis e os maiores em 23 anos.
Traders entendem que há oferta suficiente para atender a um aumento da demanda. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 9 mil contratos na CBOT.

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