quinta-feira, 29 de julho de 2010

MATO GROSSO/MILHO - CUSTO DE PRODUÇÃO SUPERA PREÇOS RECEBIDOS.

Os dados sobre o custo de produção do milho safrinha 2009/10, divulgados hoje pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostram que os baixos preços recebidos pelos agricultores são mais danosos para aqueles que investiram em tecnologia para atingir maiores níveis de produtividade.
Levando em conta a cotação atual do milho na região de Sorriso, os produtores que investiram para colher 100 sacas por hectare teriam um prejuízo de R$ 600,00 por hectare se vendessem o cereal ao preço atual de R$ 6,00/saca. O custo total de produção ficou em R$ 1.243,13 por hectare e a receita na venda das 100 sacas seria de R$ 600,00. Vale lembrar que, em virtude da estiagem ocorrida entre abril e maio deste ano, poucos agricultores de Mato Grosso obtiveram a produtividade esperada de 100 sacas.
O agricultor que investiu para obter uma produtividade média de 80 sacas por hectare gastou R$ 986,28. A venda desta produção, caso não houvesse perda pela estiagem, resultaria num prejuízo de R$ 506,28 por hectare. Já o agricultor que gastou R$ 797,08 para colher 60 sacas por hectare teria um prejuízo de R$ 360 por hectare aos preços atuais em Sorriso. Um ponto importante a destacar é que o impacto da falta de chuvas é maior nas lavouras menos tecnificadas, que estão mais sujeitas a perdas de produtividade.
Os cálculos demonstram que, caso o governo tivesse condições de assegurar o preço mínimo de garantia para Mato Grosso, que é de R$ 13,98/saca, o produtor que colheu 100 sacas teria um lucro de R$ 154,87 por hectare; aquele que colheu 80 sacas lucraria R$ 132,12 por hectare; e quem colheu 60 sacas teria um saldo positivo de R$ 41,72 por hectare. Os leilões de prêmios para escoamento da safra, que rendem aos agricultores valores líquidos em torno de R$ 10/saca, contribuem para atenuar o prejuízo, que se acentuou nesta safra por causa da estiagem.
A mais recente estimativa de safra divulgada pelo Imea, cujo levantamento foi realizado no mês passado, indicava a produtividade média estadual de milho em 68,32 sacas por hectare, volume 14,1% inferior a expectativa de colheita de 79,55 sacas prevista em março, quando a estiagem ainda estava começando. A produtividade estimada em junho é 19,2% inferior à obtida na safra passada (84,57 sacas por hectare). O clima no ano passado foi excepcional, com chuvas bem distribuídas ao longo dos primeiros seis meses. Em relação à safra passada, a área plantada de milho em Mato Grosso cresceu 19,4% e a produção teve queda de 3,5%.
O Imea estima que 46,8% dos 8,264 milhões de toneladas estimados para a safrinha deste ano em Mato Grosso já foram comercializados até agora (3,68 milhões de toneladas), graças ao apoio do governo, que neste ano começou mais cedo, para evitar os problemas de estocagem de milho a céu aberto que ocorreram no ano passado, por causa da falta de espaço para armazenagem. A comercialização está 17,9 pontos porcentuais mais avançada em relação a julho do ano passado, quando as vendas haviam atingido 28,9% da safra estimada em 8,507 milhões de toneladas. Por meio dos sete leilões realizados pelo governo, sem incluir a oferta de 1,2 milhão de toneladas do pregão de hoje, foram comercializados 3,69 milhões de toneladas de milho em Mato Grosso, que correspondem a 95,4% do total já comercializado no Estado.

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