terça-feira, 19 de outubro de 2010

CLIMA/REGIME DE CHUVAS FAVORECE PLANTIO.

As frentes frias devem atuar mais entre o Sudeste, Centro-Oeste e chegam ao Nordeste do Brasil nos próximos 15 dias. O volume, porém, ainda é irregular e mal distribuído, informa a Somar Meteorologia. "Cabe ressaltar que a presença de frente fria sobre o Sudeste, aos poucos, também favorece a organização da convecção tropical (nuvens de chuvas) sobre o interior da Região Centro-Oeste e, assim, dá início ao regime de chuvas deste ano", informa em boletim o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury. Conforme a meteorologia, pode-se afirmar que a partir desta semana se reverte o quadro de seca e gradualmente se instalam as condições de plantio das lavouras de verão.
O grande destaque da semana é a previsão de chuva para Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins ao longo das duas próximas semanas, estima a Somar. Rio Grande do Sul e Santa Catarina terão alguns episódios de chuvas, no entanto, de forma muito isolada e, em geral, fraca, dando início a um período mais seco, o que já se pode atribuir à presença do fenômeno La Niña.

Primavera
A Somar informa, ainda, que as águas da última semana voltaram a se concentrar sobre o Sul do Brasil. O volume foi irregular sobre o Sudeste, Centro-Oeste e sobre o Norte do Brasil. Os maiores volumes de chuva da semana passada se concentraram entre Santa Catarina e o Paraná.
Os índices de Capacidade Hídrica do Solo refletem o resultado das últimas semanas e mostram uma boa recuperação e condições de plantio das lavouras de verão no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. As condições de umidade do solo, no entanto, ainda continuam críticas (abaixo de 40%) em partes de Mato Grosso e Goiás. Segundo a Somar, o interior da Região Nordeste ainda enfrenta longo período seco e de altas temperaturas, mas essa condição deve começar a se reverter nas próximas semanas.

Argentina
A semana passada confirmou a previsão de pouca chuva sobre grande parte do território argentino, incluindo a região do Pampa Úmido, principal região produtora de milho e soja. De acordo com a Somar, o destaque são as baixas temperaturas, que contribuem para atrasar as condições de plantio. "Inclusive, podemos destacar que esse é um padrão bem típico de anos de La Niña", observa Etchichury.
A previsão para esta semana é de pouca chuva sobre o território argentino. Essa tendência deve persistir até a segunda quinzena de outubro, com pouca chuva e temperaturas em gradual elevação.

COMÉRCIO: EFEITO DE DESVALORIZAÇÃO DE MOEDAS.

O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, soa o alerta com relação à guerra de moedas e adverte que a recuperação dos fluxos de exportações corre o risco de ser afetado se essa tensão entre os países for transformada em políticas de desvalorização. Lamy, que abandonou a tradicional cautela em relação a sua avaliação sobre as moedas nacionais, chegou a admitir que há um consenso de que a moeda chinesa está desvalorizada. A estimativa da OMC é de que, se o ritmo de recuperação da economia mundial for mantido até o final do ano, as exportações terão uma alta de 13,5% em comparação a 2009 em volumes. Nos países emergentes, a expansão seria de 17%. Os números são um contraste forte com a queda de 12% registrada em 2009, o pior ano para o comércio desde a Grande Depressão.
Mas, para o francês, se países começarem a de fato intervir em suas moedas para tornar suas exportações mais competitivas e impedir a entrada de importações, o risco é de que haja disputas. "Há um risco de fricção e o risco é real", afirmou Lamy, em uma reunião hoje com um grupo de jornalistas em Genebra. Há uma semana, foi a vez de a ONU alertar que a guerra de moedas ameaçava os investimentos em 2010. Agora, o alerta vem do setor comercial.
Nas leis da OMC existe uma possibilidade de que um país faça uma queixa se avaliar que outro usou sua moeda para ganhar competitividade no comércio e prejudicar um parceiro. Mas, em 60 anos desde que foi criada a entidade, o artigo na constituição do comércio mundial jamais foi usado. Para o diretor da OMC, os governos em todo o mundo conseguiram conter suas tentações protecionistas nos últimos dois anos e o número de barreiras criadas por conta da crise não foi significativo. O risco agora é de que essa situação seja minada exatamente por medidas de desvalorização de moedas nacionais, criando condições mais competitivas para a exportação de um país e, na prática, criando barreiras para a entrada de produtos. Na prática, isso acabaria sendo um novo protecionismo.
"Por enquanto, isso é apenas um risco. Mas o perigo para o comércio é se essas medidas se materializarem", afirmou. "Se o front monetário acordar, poderemos ser fragilizados (no comércio mundial)", disse.
Nas últimas semanas, a pressão nos Estados Unidos e Europa cresceu em torno de uma pressão para forçar a China a deixar de manipular sua moeda, o que permitiria uma maior importação de produtos do Ocidente para o mercado asiático e uma invasão menor de bens chineses na Europa e Estados Unidos. O resultado, segundo esses países, seriam balanças comerciais mais equilibradas. Mas, por enquanto, essa pressão tem apenas gerado tensões entre os governos e troca de acusações. Na semana passada, a reunião do Fundo Monetário Internacional não chegou a um consenso sobre o tema diante das disparidades de avaliações dos países. Para Lamy, se há um consenso de que a moeda chinesa está desvalorizada, não há nada que diga com exatidão que esse seria o fator que estaria destruindo empregos nos Estados Unidos e levanto a taxa de desempregados para 10%. Isso porque o que importa é o valor adicionado do produto, e não apenas sua origem. Um exemplo é o IPod que, apesar de ser exportado pela China, tem parte de seu material e tecnologia criada nos Estados Unidos.
A OMC vem desenvolvendo uma nova fórmula para contabilizar o comércio internacional, não apenas baseado no fluxo de produtos, mas no valor adicionado criado do comércio e, portanto, de quantos empregos de fato gera. A nova metodologia promete ser tão polêmica como revolucionária. Lamy por anos se recusou a falar da situação das moedas, apontando que esse era um tema do FMI. A mudança em seu tom revela também o fato de que as políticas monetárias passaram a estar no centro do debate comercial, e não apenas das finanças. Na avaliação do diretor da OMC, apenas uma solução multilateral pode ser a resposta para a situação em que o mundo atravessa hoje no debate sobre as moedas.
Eleição - Sobre as eleições no Brasil, Lamy ainda apontou que seja qual for o vitorioso das eleições presidenciais, a política comercial do País não deve mudar, com as prioridades sendo mantidas quase intactas: abertura de mercados, redução de subsídios agrícolas no exterior e a busca por novas fontes de comércio. "Políticas comerciais são reflexos de fundamentos da economia", afirmou. "Ela reflete o que um país acredita que tem uma vantagem ou desvantagem comparativa e como é sua relação com seus vizinhos quando trata disso.
Portanto, é algo estável na maioria das vezes", disse Lamy, que por anos acompanha a política brasileira e faz questão de demonstrar que sabe os motivos para o segundo turno entre José Serra e Dilma Rousseff. Em se tratando de política comercial externa, porém, Lamy prevê uma continuidade na estratégia brasileira. "Não sei por que mudaria", afirmou. "Outros temas têm, inclusive, tido uma repercussão na campanha muito superior ao comércio, que praticamente não foi um assunto", completou.

IOF AUMENTA PARA 6% NAS APLICAÇÕES DE RENDA FIXA.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou esta noite duas novas medidas com o objetivo de atenuar a pressão cambial sobre o real. Uma delas é o aumento de 4% para 6% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos externos em renda fixa e a outra medida é a elevação do IOF para o recolhimento de margem na BM&FBovespa dos atuais 0,38% para 6%. "O que queremos é diminuir o apetite dos aplicadores estrangeiros de curto prazo. Aqueles que vêm aplicar de dois a três anos pagarão o IOF, mas não devem parar de investir no Brasil", afirmou o ministro.
Mantega disse que o estoque do volume de margem na BM&Bovespa é de US$ 20 bilhões e que esse montante pode lastrear US$ 200 bilhões. "Veja a taxa de alavancagem!", destacou o ministro, ao justificar a razão de estar elevando para 6% a alíquota do IOF sobre o recolhimento de margens.
Ele disse acreditar que essas medidas surtirão efeito, contudo não descartou a possibilidade de novas medidas caso seja necessário. Mantega destacou que é importante aguardar os resultados das medidas anunciadas esta noite e explicou que o governo pretende dosar as medidas até porque não há interesse em prejudicar os investimentos estrangeiros diretos. "Queremos atenuar o excesso de variações. O que vai acontecer com o câmbio não sei dizer porque não faço projeções cambiais", disse.
O ministro disse que há um apetite muito grande da parte dos investidores estrangeiros e que só no mês passado entraram no País US$ 16 bilhões, e adiantou que na última semana houve um forte ingresso de capital estrangeiro, mas sem citar números. O ministro adiantou ainda que nas conversas na semana passada, em Washington, percebeu que há um número significativo de grandes fundos estrangeiros querendo desembarcar no Brasil. "Para fazermos o moderador de apetite estamos avisando que quem vier investir no Brasil vai ganhar menos e que deve olhar também para outros países", comentou, dando como exemplo a Austrália.
Mantega voltou a enfatizar a necessidade de uma ação coordenada para combater a guerra cambial no mundo. "Eu desnudei esse tema. Tirei o véu da guerra cambial, agora estamos fazendo uma ação coordenada de vários países porque se cada um tomar uma medida individual, os EUA continuarão emitindo e a China desvalorizando a sua moeda e fica todo mundo na mesma situação", afirmou.
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou em Brasília que as novas medidas anunciadas hoje pelo ministro Guido Mantega entrarão em vigor amanhã se o decreto estiver publicado no Diário Oficial da União. A assessoria admitiu, no entanto, que não há certeza até o momento se haverá tempo hábil para a publicação no Diário Oficial desta terça-feira.

GRÃOS/EUA: COLHEITA EVOLUI RAPIDAMENTE.

As colheitas de milho e soja continuam evoluindo rapidamente nos Estados Unidos, segundo informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O clima quente e seco vem favorecendo os trabalhos no campo.
Milho
Em seu relatório semanal de acompanhamento de safra, o USDA informou que 68% da safra de milho foi colhida até domingo, ante 51% na semana passada e média de 39% na média dos últimos cinco anos para esta época do ano. Traders esperavam que de 65% a 70% da safra tivesse sido colhida. "É uma das mais rápidas já registradas", disse o presidente da corretora U.S. Commodities, Don Roose. "Em grande parte a colheita vem seguindo ininterruptamente."
Nas últimas semanas o clima tem sido predominantemente favorável no Cinturão do Milho e todos os 18 Estados consultados pelo USDA estão adiantados na colheita. Em Indiana, 90% da safra foi colhida, ante média de 39%. Em Illinois, 93% da safra foi colhida, ante média de 54%.
O avançado ritmo está criando problemas isolados, como falta de espaço para estocagem, mas com a forte demanda para exportação, o milho e a soja colhidos não devem ficar parados durante muito tempo, segundo Roose.
Soja
Cerca de 83% da safra de soja foi colhida até domingo, bem mais do que os 67% observados uma semana antes. A média para este momento é de 62%. Embora a colheita de soja geralmente comece depois da de milho, porque costuma maturar posteriormente, os produtores vão deixar o milho mais tempo nos campos do que a soja, já que ela é muito mais suscetível a problemas de rendimento se chegar à temporada de geadas.
Assim como no caso do milho, todos os Estados pesquisados pelo USDA evoluem em ritmo acima da média. Mas, diferentemente do milho, que decepcionou muitos produtores neste ano, a safra de soja parece robusta. Alguns traders e analistas ficaram indiferentes com a leve redução na projeção da safra de soja no último relatório de oferta e demanda do USDA. Embora a tendência seja de que o USDA continue reduzindo a projeção, Roose avalia que o relatório de novembro "tem chance igual de mostrar aumento ou diminuição" na expectativa de produção. Ele acrescentou que, em virtude das previsões climáticas, a colheita de soja
será praticamente concluída em muitas áreas até o fim da semana. Em Illinois e Indiana, 90% da safra foi colhida. Em Iowa, 94% da colheita foi concluída.
Trigo
Enquanto isso, o governo afirmou que 80% da safra de trigo de inverno foi plantada, ante 70% uma semana antes e média de 77%. Cerca de 51% da safra emergiu, mais do que os 38% da semana passada, mas inferior à média de 52%.
O clima seco não é favorável para os produtores de trigo de inverno, pois a falta de umidade pode desacelerar o desenvolvimento das lavouras. Segundo o analista Dave Lehl, da corretora Benson Quinn Commodities, "o tempo seco parece ideal para continuar colhendo milho e soja, mas para a evolução do trigo de inverno continua sendo uma preocupação".

SOJA FECHA ESTAVEL; DEMANDA SEGUE FORTE.

Os preços internacionais da soja terminaram a segunda-feira perto da estabilidade na Bolsa de Chicago. Os lotes para entrega em novembro recuaram 1,0 cent ou 0,08% e fecharam a US$ 11,84/bushel. Segundo analistas, o mercado deve se recuperar rapidamente, pois a demanda para exportação permanece forte.
Na sexta-feira, os futuros haviam saltado para as máximas em 14 meses, com sinais de exportação e preocupações com o clima seco e com a desaceleração do plantio no Brasil. O rali deu sinais de que está perdendo força, pois na sexta-feira o mercado fechou em baixa após alcançar as máximas. "Acho que agora estamos esperando um pouco", disse o analista Bill Nelson, da corretora Doane Advisory Services.
O rápido ritmo de colheita pesou sobre as cotações hoje, segundo um analista. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 83% da safra foi colhida, o que ficou dentro da expectativa dos traders, de 80% a 85%, ante 67% na semana passada.
Mas analistas avaliam que o mercado deva se recuperar rapidamente, pois a demanda da China é robusta. O USDA anunciou nesta segunda-feira que a China, maior importador mundial de soja, comprou 120 mil toneladas dos Estados Unidos. As inspeções de exportação também foram consideradas expressivas."Haverá algumas compras (de futuros ) de soja enquanto as exportações vierem desse jeito", comentou Jason Britt, presidente da corretora Central State Commodities. "Parece que a China tem uma demanda insaciável."

MILHO FECHA EM BAIXA PRESSIONADA PELA COLHEITA.
Os contratos futuros de milho tiveram perdas pela quarta sessão consecutiva na Bolsa de Chicago, pressionados pela colheita nos Estados Unidos e pela falta de notícias sobre demanda. Nesse contexto, participantes do mercado embolsaram lucros e pressionaram as cotações. Posição mais líquida, o vencimento dezembro recuou 5,75 cents ou 1,02% e fechou a US$ 5,5725/bushel.
O mercado parece ter perdido o seu momentum positivo, observado na semana passada, ao menos por enquanto. Embora muitos traders esperem novas reduções no tamanho da safra americana, também notam que ainda faltam três semanas para que o governo divulgue um novo relatório de safra.
Traders disseram que a estimativa menor do que o previsto, divulgada há alguns dias pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), já foi assimilada pelo mercado. "Mercados altistas precisam ser alimentados todos os dias e simplesmente não temos isso hoje", explicou Chad Henderson, analista da corretora Prime Ag Consultants.
A colheita atual, que evolui bem por conta do clima favorável, também pesa sobre os preços, segundo analistas.Traders esperaram o relatório de acompanhamento de safra, que indicou 68% da safra colheita. Traders e analistas esperavam de 60% a 70%.
O analista Jerry Gidel, da corretora North American Risk Management Services, acrescentou que o ritmo das exportações parece ter diminuído. Os produtores buscam vender a preços historicamente elevados, segundo traders, mas a colheita pressiona o mercado. Alguns analistas acreditam que o fato de o milho ter superado os US$ 5,50/bushel começa a desencorajar a demanda, mas outros discordam. "As margens do etanol ainda estão muito boas", disse um trader.
Analistas também dizem que, embora os preços altos afetem os criadores de gado no longo prazo, no curto prazo estão vendendo animais que foram alimentados com ração mais barata, do início do ano.

TRIGO FECHA EM BAIXA DE 2,0% COM PREVISÕES DE CHUVA
Os preços futuros de trigo caíram nesta segunda-feira no mercado americano. Previsões do tempo indicaram chuva e diminuíram as preocupações com a seca que poderia afetar a safra. Na Bolsa de Chicago os lotes para entrega em dezembro fecharam em baixa de 14,50 cents ou 2,06%, cotados a US$ 6,90/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento cedeu 13,0 cents ou 1,74% e terminou a US$ 7,32/bushel.
Os futuros cederam depois de encontrar suporte, na sexta-feira, em preocupações com a seca que poderia afetar a produtividade no Meio-Oeste, no Delta do Mississippi e nas Planícies do Oeste dos Estados Unidos. Novas previsões do tempo sinalizaram chuvas hoje no Norte do Delta e no Sul do Meio-Oeste na semana que vem, o que resultaria em "melhorias notáveis em germinação e estabelecimento do trigo", de acordo com a empresa de análises climáticas MDA EarthSat Weather.
Na Rússia, a queda das temperaturas em áreas do Norte está pressionando o trigo em dormência. A safra será mais vulnerável a danos causados por temperaturas baixas de inverno no Vale do Volga, em virtude do clima seco persistente, segundo a MDA.
A Ucrânia impôs oficialmente uma cota de exportação que restringe as vendas externas a 500 mil toneladas até o fim do ano, um montante pequeno, de acordo com documento publicado hoje no site do governo. Traders disseram que o limite não surpreendeu, pois o país vinha discutindo isso há meses, diante da estiagem rigorosa.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PERSPECTIVA: ATENÇÃO COM DEMANDA E CLIMA.

Esta pode ser uma semana de definição para o mercado de milho na Bolsa de Chicago. Depois de subir cerca de 13% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a produção do país para baixo, as cotações dão mostras de não ter fôlego para chegar aos US$ 6 por bushel, preço tão comentado por analistas e traders. A ideia que vingou entre os participantes do mercado na sexta-feira é a de que a valorização assustou os compradores. Essa avaliação veio após o USDA mostrar vendas de 1,2 milhão de toneladas na semana anterior, ante expectativa que ia de 1,4 milhão a 2 milhões de t de milho.
Os números referem-se até a quinta-feira do dia 7 de outubro, ou seja, antes da nova estimativa de safra ser anunciada. Não deu para saber se os importadores se assustaram com a provável redução da oferta nos EUA e correram, ou não, para assegurar o produto. Isso vai ser verificado no relatório desta semana.
E em certa medida, o que acontecer com as cotações do milho vai ter impacto no mercado de soja, já que ambos os produtos brigam por área nos EUA. "O milho tem mais resistência para chegar a US$ 6 que a soja a US$ 12", comentou Vinícius Ito, da Newedge. Ele lembrou que, enquanto a soja tem tido demanda garantida, pela China primordialmente, o milho ainda não tem essa certeza, embora nas contas do USDA vá sobrar menos milho que soja ao final da safra 2010/11. Confirmadas as estimativas, o país terá grão suficiente para menos de um mês de consumo.
Olhando numa perspectiva mais abrangente, Ito considerou que, no médio prazo, a forte demanda por ração no mundo deve manter sustentados os preços dos três grãos negociados em Chicago. Mike Krueger, presidente da corretora The Money Farm, acredita que o contrato dezembro chegará a US$ 6. "Não se raciona a demanda em uma semana", argumentou.
Os preços do trigo ainda rondam os US$ 7/bushel, mesmo após caírem 16% desde o pico alcançado em agosto, depois que a Rússia suspendeu as exportações. Mas parece ser os EUA que agora enfrentam problemas climáticos que podem dar sustentação às cotações do cereal. Áreas do Meio-Oeste e das Planícies precisam de chuvas para desenvolver as lavouras de inverno antes que o tempo fique frio demais. Mas não há chuvas significativas previstas para esta semana. "As principais áreas estão muito mais secas do que deveriam nesta época do ano", disse Mike Palmerino, meteorologista da Telvent DTN. "O tempo para desenvolver uma boa safra está se esgotando".
Outros fatores nos quais os traders estarão de olho nesta semana são o relatório de acompanhamento de safra do USDA, que sai hoje à tarde, e o dólar, cuja forte desvalorização ajudou a elevar os preços das commodities agrícolas.

ÓLEOS VEGETAIS: ALTA DE PREÇOS TEM SIDO EXAGERADA.
Foi exagerada a recente alta nos preços dos óleos vegetais no mercado internacional, disse Lan Chen, economista da empresa de consultoria em agronegócios LMC International. As cotações subiram por causa de problemas climáticos, que poderiam ameaçar a oferta. Segundo ele, os estoques de óleo de palma cru da Malásia devem chegar em algum momento a 2,25 milhões de toneladas. Ele, contudo, não estimou em quanto tempo isso deve acontecer. A produção "será forte em 2011", disse, durante conferência do setor realizada na Malásia. O analista prevê que os preços do óleo de palma devem oscilar entre 2.500 e 2.600 ringgit por tonelada (3,09 ringgit = US$ 1). Atualmente, o óleo de palma vale em torno de US$ 2.900 ringgit/t. As cotações do óleo de soja nos Estados Unidos, afirmou Chen, estão US$ 100 acima da média por causa do mercado de biodiesel.
Quando o mercado voltar ao normal, "a queda nos preços do óleo de soja vai pressionar os do óleo de palma", disse. A tonelada do óleo de soja vale cerca de US$ 1.100. Ambos os produtos competem nos mercados chinês e indiano.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SOJA FECHA COM PEQUENA QUEDA.

As cotações da soja fecharam com pequena queda na Chicago Board Of Trade (CBOT), após terem alcançado o maior preço em 14 meses com o forte ritmo de exportação dos Estados Unidos. Mas a recuperação do dólar no meio da tarde e a perspectiva de chuvas nas áreas produtoras do Centro-Oeste brasileiro pressionaram o mercado no final. O contrato novembro perdeu 3,50 cents (0,3%) para fechar em US$ 11,85 por bushel. Fundos venderam cerca de cinco mil lotes.
Durante a madrugada, o contrato novembro chegou a ser negociado por 12,0425/bushel, acima de US$ 12 pela primeira vez desde agosto de 2009. Na sessão do dia, contudo, essa força não se sustentou. Depois de subir 12% nesta semana, o mercado parece excessivamente comprado, segundo traders.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o país vendeu 1,12 milhão de toneladas de soja na semana terminada em 7/10. A China foi a principal compradora com 583.700 t.

MILHO SE PREOCUPA COM A DEMANDA E FECHA EM BAIXA.
Os contratos futuros do milho caíram pela terceira sessão consecutiva na Bolsa de Chicago. Os dados semanais de exportação dos Estados Unidos ficaram abaixo do esperado e aumentaram as preocupações com a demanda pelo cereal. Os lotes para entrega em dezembro, os mais negociados, fecharam em baixa de 4,25 cents ou 0,75%, cotados a US$ 5,63/bushel. Por outro lado, na semana subiu 6,6%.
No início da semana, os futuros alcançaram seu nível mais alto em mais de dois anos, com temores sobre a colheita dos Estados Unidos, que pode não acompanhar a expectativa de forte demanda. Os Estados Unidos venderam um saldo de 906 mil toneladas de milho da safra 2010/11 na semana encerrada em 7 de outubro, alta de 49% em relação ao volume da última semana e de 35% frente à média mensal, segundo mostrou o relatório semanal de exportações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto, o montante embarcado foi inferior à expectativa de 1,4 a 2 milhões de toneladas.
O presidente da corretora The Money Farm, Mike Krueger, declarou que "as exportações não foram tão boas quanto se imaginava". Os dados não incluem compras feitas depois que o governo divulgou estimativas oficiais da safra, na sexta-feira passada. Participantes do mercado devem avaliar as exportações da semana que vem, para verificar se a expressiva redução na projeção de safra do USDA amedrontou os compradores.
Alguns analistas preveem que as vendas externas da semana que vem não serão muito grandes, pois o USDA não anunciou nesta semana nenhum negócio com milho no seu sistema diário de registro. De acordo com dados do governo, o país deve exportar 16% de sua safra de milho.
Analistas avaliam, ainda, que os preços podem alcançar novas máximas por causa das preocupações com a colheita, que pode ser menor do que o esperado. Muitos apostam na valorização até US$ 6/bushel. "Não acho que se tenha racionado a demanda em uma semana", disse Krueger.

SOJA: PLANTIO/MT CONTINUA ATRASADO, 6,7% DA ÁREA SEMEADA.

O plantio da soja avançou cinco pontos percentuais nesta semana em Mato Grosso e atingiu 418.167 hectares, que correspondem a 6,7% da área em 6,241 milhões de hectares pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em função da falta de chuvas regulares nas principais regiões produtoras, os trabalhos continuam atrasados, pois nesta mesma época do ano já estavam semeados 1,314 milhão de hectares, correspondente a 22,4% da área projetada pelo Imea na ocasião.
O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, diz que o atraso no plantio não deve ter impacto significativo em relação às projeções em relação à área cultivada de soja. Entretanto, diz ele, os produtores estão em estado de alerta, pois se não chover nas próximas semanas e a janela do período ideal de plantio se fechar, o agricultor terá que optar entre reduzir a área ou seguir em frente e correr o risco da quebra de produtividade. Os relatos até agora são de prejuízos pontuais, por parte de produtores que plantaram a soja "no pó" e, como não choveu depois, estão sendo obrigados a fazer o replantio.
Celidônio observa que a preocupação é com a possível redução na área plantada de algodão e milho. Ele calcula que numa área entre 100 mil a 200 mil hectares os produtores terão que optar entre o plantio de soja ou algodão, pois com o atraso das chuvas está se fechando a janela para o cultivo da pluma como segunda safra. A preocupação em relação ao milho não é tão grande quanto em relação ao algodão, "mas as duas semanas serão determinantes, pois para semear o cereal na safrinha é preciso que pelo menos 30% da área de soja tenha sido semeada até o final do ano." Tradicionalmente, os produtores de Mato Grosso realizam o plantio do milho safrinha em 30% da área colhida de soja.
O superintende do Imea observa que até agora os relatos têm sido de chuvas pontuais. "Caso as previsões de chuvas regulares se confirmem na próxima semana, será possível recuperar o atraso, pois os produtores conseguem acelerar e plantar 3% por dia e atingir os 30% do plantio da área de soja até o final do mês." Em Lucas do Rio verde, onde o milho é cultivado em 60% da área de soja, a situação é mais preocupante. Até esta semana o plantio de soja em Lucas atingiu 15% da área estimada pelo Imea, bem abaixo dos 50% observados em igual período do ano passado.
O produtor rural e agrônomo Egídio Raul Vuaden, vice-presidente da Fundação Fundação de Pesquisas Rio Verde, prevê uma redução na área de milho no município na próxima safra. Ele diz que houve casos de produtores em Lucas do Rio Verde que perderam 3 mil hectares de soja plantados "no pó", que agora estão sendo semeados com milheto como cobertura, para depois receber o algodão. Vuaden prevê um cenário complicado para esta safra, pois como atraso do plantio da soja haverá concentração na colheita, o que representa maior risco em caso de chuvas e problemas na logística para transporte e armazenamento da safra.
A região do médio-norte de Mato Grosso, que tradicionalmente lidera o avanço no plantio de soja, neste ano enfrenta o maior atraso. Até agora foram semeados 212.076 hectares, que representa 8,6% da área projetada pelo Imea. No mesmo período do ano passado, os produtores do médio-norte, onde fica Lucas do Rio Verde, tinham semeado 678,3 mil hectares, que correspondia a 28,5% da área estimada pelo Imea. No município de Sorriso, que tem a maior área plantada de soja no País, até agora foram semeados 60 mil hectares (10%), bem abaixo dos 210 mil hectares (35%) que já estavam plantados no dia 15 de outubro do ano passado.

EVOLUÇÃO DO PLANTIO DA SOJA EM MATO GROSSO.
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                          ÁREA (HA)   15/10/2009   14/10/2010
Noroeste              261.200        16,3%            1,5%
Norte                     44.000        14,3%            3,7%
Nordeste              652.200         1,0%             0,4%
Médio-Norte      2.466.000        28,5%            8,6%
Oeste                    948.200        25,0%            9,0%
Centro-Sul             409.100        19,4%            8,3%
Sudeste              1.460.600        20,0%            5,4%
Mato Grosso         6.241.300        22,4%          6,7%
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Fonte: Imea

PREÇO DE COMMODITIES NÃO SINALIZA CRISE DE OFERTA.

Os preços das commodities agrícolas não estão sinalizando uma crise de oferta, mas o aumento da intervenção do governo e a alta do petróleo continuam sendo vulnerabilidades para o abastecimento global de alimentos, afirmou ontem o CEO da empresa do setor de agronegócios Cargill, Greg Page. A Cargill é a maior empresa de capital fechado dos Estados Unidos em vendas.
Page avalia que a agricultura global está "num constante estado de desequilíbrio" e, embora os preços das commodities permaneçam bastante abaixo dos recordes de 2008, os estoques de grãos como porcentagem do consumo são "menos estáveis do que se podia esperar". Um importante fator para evitar que se repita o que ocorreu dois anos atrás é o preço do petróleo, que se aproximou de US$ 150/barril em 2008, mas agora gira em torno de US$ 80/barril. A alta do petróleo pode puxar o milho, aumentando custos de produção na cadeia agrícola. "O maior elemento é o preço absoluto do petróleo", comentou Page, nos bastidores da World Food Prize Conference, nos Estados Unidos. "Acho que se tivéssemos o mesmo preços de petróleo que tínhamos antes, poderíamos ver uma posição diferente nos sinais de preço."
Page enxerga uma preocupação adicional na intervenção do governo no comércio global. A crise alimentar de 2008, que causou tumultos e manifestações em países pobres, foi agravada por restrições comerciais, quando 20 países estabeleceram algum tipo de barreira, conforme o CEO.
Mais recentemente, a Cargill criticou a restrição das exportações de grãos imposta pela Rússia, por causa da forte seca que afetou a produção local. No entanto, analistas disseram que tanto a Cargill quanto outras comerciantes globais de grãos se beneficiaram da medida, pois os consumidores russos buscaram novas origens para manter seu abastecimento. Segundo Page, as pessoas estão ansiosas com a oferta apertada de grãos, por causa da possibilidade de surgirem novas restrições no mundo.
Para Page, a política governamental de etanol dos Estados Unidos também é uma preocupação. O executivo reiterou sua oposição aos mandatos referentes ao etanol de milho, o tipo mais comum nos Estados Unidos. Ele disse que políticas como essa travam a demanda, mesmo quando a produção agrícola é decepcionante, como neste ano. De acordo com Page, isso pode resultar na redução da produção de carnes, pois os criadores de animais dependem das rações de milho. Os negócios da Cargill incluem processamento de carnes.
Nesta semana, o governo dos Estados Unidos anunciou a elevação da mistura de etanol na gasolina usada por veículos fabricados a partir de 2007, passando de 10% para 15%. Outra importante política americana envolve subsídios ao setor de etanol.
Sobre o desenvolvimento agrícola na África, que era o tema da conferência, Page declarou que se trata de uma questão dependente de melhores instituições governamentais que transmitam confiança aos investidores. "A Cargill pode contribuir com a segurança alimentar por meio da definição de preços, do transporte, do processamento e da educação rural", afirmou.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CHICAGO/SOJA FECHA EM ALTA COM AQUISIÇÕES DA CHINA E DÓLAR FRACO.

As cotações da soja fecharam com alta na Chicago Board Of Trade (CBOT), sustentadas pela forte demanda interna e externa nos EUA e pela desvalorização do dólar ante outras moedas, como o euro. O contrato novembro subiu 12 cents (1%), para US$ 11,8850 por bushel. Fundos especulativos compraram oito mil lotes nesta quinta-feira.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o país vendeu hoje 280 mil toneladas de soja para a China. No mercado doméstico, a demanda também vai bem. O volume de soja processada no país em setembro, informado pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas ficou bem acima do esperado: 3,4 milhões de toneladas, ante expectativa de 3,17 milhões tons e 3,33 milhões de tons em agosto.
O mercado está em tendência de alta e os traders se mostram sem disposição para fazer vendas agressivas, disse Tim Hannagan, analista da P.F.G. Best, em Chicago. O aperto na oferta de soja nos Estados Unidos aumenta a necessidade de haver uma boa safra no Brasil e na Argentina. Mas com o atraso do plantio no Brasil por causa da estiagem, a China está antecipando compras de oleaginosa dos EUA para se precaver de uma possível restrição maior no volume disponível em 2011, disse Hanagan. No mercado de derivados, os futuros acompanharam o desempenho do grão.

MILHO: DEMANDA QUESTIONADA DERRUBA PREÇOS.
Os contratos futuros de milho terminaram o pregão desta quinta-feira com desvalorização modesta na CBOT. Traders embolsaram lucros depois do recente salto dos preços e começaram a questionar se a demanda será capaz de se manter firme, mesmo com preços elevados. Posição mais líquida, o contrato dezembro caiu 2,0 cents ou 0,35% e fechou a US$ 5,6725/bushel.
Foi a segunda sessão consecutiva de perdas do milho. O contrato recuou depois de avançar até a máxima de US$ 5,79/bushel no início das negociações. Os futuros vêm subindo desde meados de julho, mas o movimento se acentuou quando o governo dos Estados Unidos reduziu sua estimativa de safra, na semana passada.
Entretanto, o mercado não foi capaz de permanecer firme por mais uma sessão. "As pessoas estão olhando para esse mercado, vendo que ele começa a se esforçar e pensam que talvez seria melhor embolsar parte desses lucros", disse o analista Dale Durchholz, da corretora agrícola AgriVisor. Os preços alcançaram novas máximas em dois anos na quarta-feira, antes de fechar com perdas. Durchholz acrescentou que há rumores de que a Coreia do Sul pode estar reduzindo as compras de grãos, por causa dos preços elevados, o que aumenta as preocupações com a demanda. A maior fabricante de ração da Coreia do Sul comprou milho para março, mas transferiu licitação para importar trigo de ração, de acordo com executivos.
"Quando se chega a esses níveis elevados, vemos uma carência de compras de consumidores finais e de fundos", disse o presidente da corretora U.S. Commodities, Don Roose. "Isto é um sinal de alerta." Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 6 mil contratos nesta quinta-feira, avaliam traders. OS fundos foram grandes compradores durante o último rali dos preços.
Muitos analistas preveem que o contrato dezembro vá alcançar US$ 6/bushel, em meio à forte demanda e às preocupações com a oferta. Os últimos vencimentos atingiram nível psicológico importante, mas o contrato dezembro registrou um pico de US$ 5,88/bushel na quarta-feira.
Participantes do mercado "provavelmente têm de assimilar o que fizemos até agora" antes de voltar a puxar as cotações com intensidade, disse Roose. Os futuros ainda têm habilidade para esticar os ganhos recentes porque o tamanho da safra é desconhecido, segundo traders.

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