segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CLÍMA CONTINUA SECO EM GRANDE PARTE DO BRASIL.

Grande parte do Brasil terá mais uma semana de tempo seco, com destaque para o Centro-Oeste, interior do Sudeste e no interior do Nordeste, o que agravará ainda mais as condições da seca que essas regiões enfrentam desde abril, informa a Somar Meteorologia. Além disso, nas próximas semanas a temperatura permanece elevada, o que contribui para baixar mais os índices de umidade relativa do ar, potencializando os riscos de incêndios.
O tempo muda apenas no Sul do Brasil, nesta semana, onde uma frente fria causa chuvas a partir de amanhã no Rio Grande do Sul. Essa frente avançará lentamente e no próximo final de semana pode causar chuvas fracas no Paraná, no sul de Mato Grosso do Sul e no sul de São Paulo.
Embora o inverno não tenha acabado, nesta semana haverá forte calor sobre o Brasil Central, onde as temperaturas nos próximos dias podem ultrapassar a casa dos 40ºC. "Isso vai contribuir para baixar mais os índices de umidade relativa do ar, e com isso agravar a qualidade do ar e os riscos de incêndios", afirmou Paulo Etchichury, sócio diretor da Somar. Pelo menos para as próximas duas semanas não há previsão de nova onda de frio, que possa representar risco de geada. Os modelos mais estendidos indicam para setembro apenas oscilação da temperatura, alternando dias com temperaturas mais elevadas com períodos de temperaturas mais amenas, porém sem risco de formação de geadas.
Na semana passada praticamente não choveu na maior parte do País, com exceções no leste do Nordeste e no extremo norte do Brasil. O Brasil Central e parte do interior da Região Nordeste segue com ausência total de chuva. Algumas regiões estão no quinto mês consecutivo sem precipitações e o solo está totalmente seco.
A explicação para o inverno mais seco e o aumento do número de queimadas no Brasil está relacionada os fenômenos climáticos associados aos ciclos dos oceanos (El Niño e La Niña) que interferem diretamente no comportamento das estações do ano, que podem variar muito de um ano para outro ao comportamento da temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial. Neste ano tivemos no primeiro semestre a influência do fenômeno El Niño (águas quentes) que contribuiu para o corte mais cedo das chuvas e a antecipação do início do período seco para abril.
O pior é que os problemas relacionados com a seca extrema deste inverno devem se prolongar e se intensificar ainda mais nós próximos meses. É que no lugar de águas quentes sobre o Oceano Pacífico, agora se observam águas frias, ou seja, estamos em pleno processo de formação do um novo fenômeno La Niña que, conforme já divulgado, deve se prolongar pelo menos até o verão de 2011. Um dos principais efeitos do La Niña é o atraso para outubro do retorno das chuvas na primavera e indicativo de regularização no decorrer de novembro.
Portanto, a redução das queimadas em 2009, assim como, o aumento que se observa em 2010, em grande parte se deve as questões climáticas. Interessante observar que 2009, teve a influência de um La Niña no primeiro semestre e de um El Niño no segundo semestre, cuja condição é oposta ao observado neste ano.
Além do problema das queimadas e da qualidade do ar, o inverno mais seco também causa problemas às pastagens, produção de carne, leite e sistema de abastecimento de água. Mas as mudanças no comportamento do clima não param por aí. A primavera e o verão 2011 prometem climas bem diferentes do observado no ano passado. Tudo por que no lugar de um El Niño este ano vamos ter um La Niña.
Estados Unidos - O tempo não muda e o mês de agosto encerra com condição de chuvas isoladas e forte calor sobre o Meio-Oeste americano. Na semana passada, mais uma vez a propagação de uma área de instabilidade causou chuvas isoladas sobre áreas produtoras de milho e soja da região. Mas as chuvas no geral foram fracas e irregulares. Os maiores volumes de chuvas foram registrados nos Estados de Missouri, Illinois, Kentucky e Tennessee.
A condição de umidade do solo permanece praticamente inalterada. Mesmo com uma condição de chuvas irregulares e forte calor, o solo sobre as principais regiões produtoras de soja e de milho não apresenta déficit hídrico, o que praticamente define favoravelmente para a fase final das lavouras de milho e soja. E reiteramos a previsão divulgada nas semanas anteriores. Até o final do mês o tempo não muda muito sobre o Meio-Oeste, que permanece quente e apenas com chuvas isoladas devido à propagação de áreas de instabilidades típicas do verão. A previsão para esta semana é tempo seco em grande parte do território americano, com previsão de chuva apenas no sul e faixa leste, devido à propagação de tempestades tropicais provenientes do Oceano Atlântico e do Golfo do México.

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