segunda-feira, 13 de setembro de 2010

CLÍMA-SECA JÁ DURA 200 DIAS EM ÁREAS DO BRASIL CENTRAL E NORDESTE.

O inverno é considerado a estação seca em grande parte do Brasil. No entanto, este ano se observa uma condição mais extrema, o que já prejudica diferentes sistemas de produção que estão relacionados diretamente com as condições climáticas. Pode-se destacar: carne bovina, leite, energia hidrelétrica, cana-de-açúcar, café e laranja. A avaliação é da Somar Meteorologia, em seu boletim semanal, divulgado hoje.
Neste início de setembro o padrão climático não mudou, segundo a Somar. Choveu apenas no leste do Nordeste e no extremo norte do Brasil. No Brasil Central e parte do interior da Região Nordeste, em virtude do quinto mês consecutivo sem chuva, o solo está totalmente seco e em algumas regiões a estiagem agrícola já ultrapassa 200 dias.

De acordo com a Somar, o tempo deve continuar totalmente seco no Centro-Oeste, interior do Sudeste e no interior do Nordeste do Brasil pelo menos até o fim de setembro. "A temperatura permanece elevada, o que contribui para baixar mais os índices de umidade relativa do ar e, com isso, potencializar ainda mais os riscos de incêndios e prejudicar a qualidade do ar", informa o sócio diretor da Somar, Paulo Etchichury.
Para as próximas duas semanas, há previsão de chuvas apenas no Sul do Brasil, onde uma frente fria deve trazer volume moderado de água, principalmente no Rio Grande do Sul. O bloqueio atmosférico impede o avanço da frente fria, que causa chuvas no decorrer da semana apenas em Santa Catarina e no sul do Paraná.
A Somar ressalta que deve persistir a condição atmosférica que mantém as frentes frias bloqueadas sobre o Sul do País, impedindo o avanço das frentes frias até o Sudeste. Nesta semana, o calor continua intenso sobre o Brasil Central, onde as temperaturas podem ultrapassar a casa dos 40 graus, o que contribui para baixar mais os índices de umidade relativa do ar.

Soja
Para a lavoura de soja do Brasil, o fenômeno La Niña tem dois impactos bem caracterizados: atrasa o retorno das chuvas no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Ao mesmo tempo, reduz a incidência de chuva e aumenta o risco de estiagens regionalizadas no verão nas lavouras do Sul do Brasil e também de Mato Grosso do Sul. Para a safra 2011, portanto, muda o cenário climático, principalmente quando comparado com o observado na safra passada.
Setembro ainda deve continuar seco em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. O retorno das chuvas deve ocorrer a partir da segunda quinzena de outubro e no decorrer de novembro, mesmo assim de forma muito irregular. Durante o verão as chuvas nesses Estados devem apresentar um comportamento médio, com o risco de alguns episódios de chuvas mais concentrados entre janeiro e fevereiro, o que pode causar transtorno de manejo, controle de doenças, além do risco de excesso de chuva na colheita.
Na região conhecida como mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), setembro ainda deve continuar seco. O retorno das chuvas deve ocorrer na segunda quinzena de outubro, mesmo assim de forma muito irregular e insuficiente para garantir condições de plantio. A regularização das águas só deve ocorrer em novembro. Durante o verão as chuvas nesses Estados também devem apresentar um comportamento médio.
Setembro ainda deve ter chuvas abaixo da média no Paraná e em Mato Grosso do Sul. No entanto, já são esperados alguns episódios de chuvas isoladas no fim do mês. Em outubro as chuvas ficam mais frequentes e melhoram as condições de umidade do solo para plantio. Para esta safra, deve-se considerar o risco de estiagem durante os meses de verão. A continuidade do La Niña remete para um outono também com chuvas abaixo da média.
Já as lavouras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não devem enfrentar grandes problemas na fase de plantio entre outubro e novembro, em virtude da chegada de um período chuvoso. No entanto, deve-se também considerar o risco de uma redução de chuvas e períodos de forte estiagem entre novembro e dezembro. Mesmo com alguns episódios durante os meses de verão, as chuvas devem ficar abaixo da média e com estiagens regionalizadas. A continuidade do La Niña mantém para o fim do verão e no outono a condição de chuvas abaixo da média e com alto risco de estiagem entre o fim de fevereiro e março, o que pode prejudicar diretamente a fase final da lavoura de soja.
Milho
O cenário climático para o milho é muito semelhante às condições da lavoura de soja. O risco aumenta principalmente para as lavouras do Sul do Brasil em virtude das estiagens no verão. No entanto, as lavouras do norte/noroeste do Rio Grande do Sul e do oeste de Santa Catarina, que foram plantadas mais cedo (em agosto), ainda podem se beneficiar das chuvas da primavera, escapando do risco de estiagem que aumenta a partir de dezembro e durante o verão.
As lavouras de milho do Nordeste do Brasil, incluindo o agreste e sertão, a presença do La Niña num primeiro momento cria expectativa de um bom período de chuvas ("inverno nordestino"), que vai de fevereiro a maio. No entanto, a qualidade do período de águas ainda depende das condições do Oceano Atlântico, que no momento ainda não estão definidas. De qualquer forma, o cenário climático para 2011 é bem melhor que o observado na safra deste ano.
Lavouras dos EUA
O clima observado no início de setembro sobre os Estados Unidos apresenta ainda uma condição típica do verão. Sobre as áreas produtoras de milho e soja do Meio-Oeste americano as chuvas no geral foram fracas e irregulares. Para o restante do mês de setembro o tempo não deve mudar muito. Permanece apenas a previsão de chuvas isoladas por causa da propagação de áreas de instabilidades típicas do verão.
Com relação à temperatura, a expectativa é de ligeira queda nas próximas semanas, o que é um padrão normal com a proximidade do outono, principalmente nos Estados mais ao norte, próximos da fronteira com o Canadá. Por enquanto, ainda não há previsão de frio extremo que possa representar risco de geada que, sem dúvidas, é uma preocupação nessa fase final da lavoura de soja. A partir da última semana deste mês, porém, já há indicativos de temperatura abaixo de zero nos estados Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota e Wisconsin.

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