terça-feira, 14 de setembro de 2010

SOJA/MT: PLANTIO ACELERA A PARTIR DE AMANHÃ.

Um produtor do município de Campos de Júlio (553 km a noroeste de Cuiabá) foi o primeiro a dar a partida no plantio da soja da safra 2010/11 em Mato Grosso, mas a pressa vai lhe custar R$ 3,5 mil. Ele foi multado por ter desrespeitado o prazo do vazio sanitário que começou em 15 de junho e termina amanhã (15), período em que cultivo da soja é proibido no Estado, para evitar a propagação da ferrugem asiática.
O noroeste de Mato Grosso é uma das poucas regiões atualmente em que há condições de plantio, pois choveu e o solo tem boa umidade. A expectativa é de que o plantio deve se acelerar a partir de amanhã, como é o caso do agricultor que semeou 54 hectares e foi autuado pela fiscalização do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT). Nas demais regiões os agricultores estão com os insumos comprados e as máquinas preparadas, prontos para dar início aos trabalhos. Eles aguardam apenas a confirmação, pela meteorologia, das primeiras chuvas, para buscar as sementes nos fornecedores.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, prevê que a área plantada com soja em Mato Grosso deve repetir os 6,2 milhões de hectares cultivados na safra passada. Em julho, a Aprosoja chegou a projetar uma retração de 2% no plantio, mas a recuperação dos preços da soja animou os produtores, que já venderam entre 26% a 27% da safra antecipadamente, ante os 20% de igual período do ano passado. Na opinião de Silveira, levando em conta os preços atuais, as vendas deveriam ter atingindo um porcentual maior.
As previsões da Somar Meteorologia são de chuva em Mato Grosso apenas a partir da segunda quinzena de outubro, mas, por enquanto, os produtores não se mostram preocupados com possível atraso na implantação da lavoura. Glauber Silveira observa que a demora das chuvas pode retardar a semeadura da soja e impossibilitar o plantio de toda área de milho safrinha na época recomendada. O aspecto positivo, diz ele, é que não deve haver uma antecipação acentuada no plantio da soja como no ano passado e sim um escalonamento ao longo dos próximos meses, o que é ideal para evitar perdas por causa do clima e do risco de doenças. "Nesta safra, o agricultor deve se dedicar mais a soja, que é cultura principal", diz ele.
Elso Vicente Pozzobon, presidente do Sindicato Rural de Sorriso, município maior produtor de soja de Mato Grosso, com 600 mil hectares, concorda que o cultivo de milho safrinha pode ser afetado pelo atraso no cultivo da soja, pois a janela para a semeadura na região vai até 15 de fevereiro. Ele lembra que, apesar dos baixos preços, o milho é importante para os agricultores de Mato Grosso, pois possibilita diluir os custos fixos, como mão-de-obra e maquinário, além do ganho agronômico proporcionado pela "palhada" que fica no solo após a colheita, um dos requisitos do sistema de plantio direto. Em relação à soja, Pozzobon está otimista em relação à rentabilidade, em função da melhora nos preços e da queda do custo de produção nesta safra, pois os preços dos fertilizantes recuaram entre 10% a 15% em relação ao ano passado.

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