segunda-feira, 13 de setembro de 2010

GRÃOS/CBOT-FECHAMENTO FIRME.

Os preços futuros da soja encerraram com alta moderada nesta segunda-feira na bolsa de Chicago no embalo dos ganhos de mercados vizinhos. Analistas observam que será difícil sustentar o movimento neste período de preparação para a colheita da oleaginosa nos Estados Unidos. O vencimento mais ativo base, novembro, subiu 3,50 cents, ou 0,3%, a US$ 10,3450/bushel. Na sexta, a mesma posição havia recuado 1,4% no dia.
A soja seguiu e subiu na esteira do milho e do trigo, commodities que terminaram o pregão com alta de pouco mais de 1%. A oleaginosa precisa tentar acompanhar o milho "porque não podemos perder muitos acres de soja no próximo ano", disse um analista de Chicago. Milho e soja disputam área nos Estados Unidos. A forte alta do cereal, depois dos níveis decepcionantes de produtividade das lavouras norte-americanas, é um estímulo para esta cultura. Além disso, o trigo segue com preços sustentados ainda refletindo a quebra de safra causada pela severa estiagem na região do Mar Negro, que ameaça a oferta global.
Ao mesmo tempo, analistas ressaltam que os produtores se preparam para iniciar a colheita da soja com projeções de produtividade recorde, um fator que pressiona o mercado. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu os traders ao elevar o número para rendimento da lavoura a 44,7 bushels por acre em agosto, ante os 44 bushels previstos no relatório anterior.
"A soja, se não tivesse o suporte da alta do milho e do trigo, poderia facilmente recuar no dia", observou Jason Britt, presidente da Central State Commodities, corretora do Missouri.
Um "sentimento altista generalizado nas commodities" ajudou a sustentar os ganhos no dia, disse Anne Frick, analista sênior da Prudential Bache, de New York. O petróleo e os mercados de ações também encerraram em alta, enquanto o dólar sucumbiu. "Não estou levando a sério esta alta", disse Frick sobre os ganhos da soja. "Acredito que seja uma recuperação depois da perda de sexta-feira", afirma. Os fundos compraram cerca de 2 mil lotes no dia.
Nos produtos, o fechamento foi misto. O óleo subiu com a sólida demanda. O dezembro encerrou a 41,81 cents/lb, alta de 5 pontos. O farelo fechou com pequena queda de US$ 0,20 a US$ 293,50/t.
A expectativa é que as vendas norte-americanas do óleo de soja continuem firmes, por conta dos anúncios diários feitos recentemente pelo USDA, tendo como grandes compradores China e Peru. No último relatório de exportações, a agência governamental apontou vendas de 138.200 tons, incluindo as safras 2009/10 e 10/11, ante 12.300 t da semana anterior e 16 mil tons apurados 15 dias antes.

MILHO, ALTA INFLUENCIADA PELO USDA E TRIGO.
Os futuros de milho fecharam com alta acompanhando os ganhos do trigo e ainda influenciados pelo relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na sexta-feira. O contrato dezembro subiu 5,25 cents (1,1%), para US$ 4,8350/bushel.
Corretores disseram que a produtividade tem sido mais baixa que o esperado em todo o leste do cinturão do milho. No Iowa, grande produtor do grão dos EUA, há grande variação no rendimento das lavouras. Ao final da sessão desta segunda feira, USDA informou que 11% de lavouras tinham sido colhidas no país, ante 6% na semana passada. Muitos traders acreditam que o governo norte-americano vai reduzir ainda mais a estimativa de produtividade de 162,5 bushels por acre projetada no relatório da sexta-feira.
Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics and Consulting, comentou que as inspeções de exportação de 917,3 mil tons, decepcionaram e limitaram o avanço dos preços hoje. Mas os fundos continuaram a comprar bastante. Apenas nesta segunda-feira eles levaram 13 mil contratos.
Alguns analistas, Zuzolo entre eles, acreditam que o mercado está muito comprado e pode registrar uma correção. Mas o executivo da Global Commodity também observou que os produtores norte-americanos podem reter o grão para estimular uma alta maior nos preços no mercado físico, o que acabaria influenciando a bolsa. Na sexta-feira, o USDA estimou o estoque final da safra 2010/11 em 28,345 milhões de toneladas. Se realizado será o menor em 15 anos.

TRIGO FECHA EM ALTA COM PROBLEMAS NO PLANTIO DE INVERNO RUSSO.
As cotações do trigo fecharam com alta nas bolsas norte-americanas, influenciadas pelos problemas no plantio do cereal na Rússia. Os produtores locais não conseguem semear a safra de inverno por causa da falta de umidade no solo, resultado da pior seca a atingir o país nas últimas décadas. Menos de 30% da área a ser plantada receberam umidade suficiente para a semeadura, de acordo com o serviço meteorológico local Hydromedcenter. Os produtores podem não conseguir plantar o cereal a tempo.
Na Chicago Board Of Trade o contrato dezembro subiu 8,25 cents (1,1%), para US$ 7,45/bushel. Na Kansas City Board Of Trade (KCBT), a mesma posição ganhou 10,25 cents (1,4%) para fechar em US$ 7,6950/bushel.
Até 2009 a Rússia foi responsável por cerca de 13% do comércio internacional de trigo. Neste ano, o governo teve de suspender as exportações por causa da quebra da safra de primavera. Desde então, as cotações do trigo subiram e caíram, mas ainda se mantêm mais de 60% acima das mínimas de junho. "A situação da Rússia só piora", comentou Dennis Gartman, publisher da Gartman Letter. "A menos que chuvas substanciais ocorram nas próximas duas semanas, a perspectiva para a safra de inverno vai se deteriorar muito", disse.

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