sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SOJA: CBOT SOBE MAIS DE 3% COM RALI DO MILHO.

Os preços futuros da soja encerraram a sexta-feira com alta superior a 3% na bolsa de Chicago, impulsionado pelo rali do milho e por preocupações com a condição climática em importante área produtora na China. O vencimento mais líquido, base novembro, subiu 32,75 cents, ou 3,2%, para US$ 10,69/bushel, próximo da máxima no dia de US$ 10,72/bushel. Na semana, este contrato mais ativo teve valorização de 3,7%.
As cotações do milho se aproximaram das máximas de dois anos, acima da marca psicológica de US$ 5/bushel, puxadas por notícias de baixa produtividade nas lavouras norte-americanas e preocupações com a oferta apertada de grãos. Os participantes estão preocupados porque avaliam que a alta dos preços deve estimular os produtores a plantar mais cereal em detrimento da soja. É por esse motivo, que eles puxam as cotações da soja na tentativa de estimular os produtores sul-americanos a plantar mais oleaginosa e atender a demanda global, observa Bill Nelson, analista da Doane Advisory Services.
O mercado segue atento ao Brasil, segundo maior produtor global, depois dos Estados Unidos, em fase de preparação para a implantação da safra de verão. "Precisaremos de mais acres para a soja na América do Sul", acrescentou Nelson. As compras de especuladores ajudaram a sustentar os preços. Este segmento adquiriu cerca de sete mil lotes.
Os traders acompanham com cautela as previsões de geada na China na próxima semana, porque o desenvolvimento mais lento que o normal pode ter deixado as lavouras mais vulneráveis aos efeitos climáticos. De acordo com o serviço meteorológico T-Storm Weather, a onda de frio entre terça e quarta-feira deve ficar concentrada em Heilongjiang, região que produz 33% da soja produzida no país.
A seca no Brasil também está no foco dos participantes. Isso porque o La Niña deve afetar o regime de chuvas durante o plantio e o período de desenvolvimento das lavouras, observa Nelson. A AgResource destacou que o plantio precoce está "parado" nas áreas de cerrado por causa da baixa umidade do solo.
Nos produtos, a alta também foi expressiva. Os fundos compraram três mil lotes no óleo de soja e o mesmo volume no farelo. O vencimento dezembro deste último avançou 4,1%, ou US$ 12,20, para US$ 308,50/t. A mesma posição do óleo subiu 1,3%, ou 55 pontos, para 42,20 cents/lb. A preocupação com o impacto da chegada de uma frente fria no Canadá sustentaram este mercado, porque pode afetar o teor de óleo nas lavouras de canola do país, de acordo com o MDA EarthSat Weather.
MILHO DISPARA 3,5%. O preço do milho fechou acima de US$ 5 no contrato dezembro pela primeira vez em quase dois anos na Chicago Board Of Trade. A queda de produtividade nas lavouras recém-colhidas dos Estados Unidos reforça a preocupação com um possível aperto na oferta mundial de grãos. O primeiro vencimento subiu 17,25 cents (3,5%), para US$ 5,1325 por bushel.
Embora alguns traders esperem uma correção para baixo nos preços, muitos analistas dizem que o mercado deve continuar firme por meses. As quedas recentes que ocorreram na bolsa tiveram vida curta, pois os consumidores de milho - indústria, pecuaristas, etc - aproveitaram para comprar contratos.
Os Estados Unidos são os maiores produtores e exportadores de milho do mundo e suas estimativas de rendimento da safra 2010/11 foram revisadas para baixo sucessivas vezes. A mais recente foi na semana passada, quando o Departamento de Agricultura do país (USDA) reduziu a previsão para 160 bushels por acre, de 165 em agosto. O risco é que os estoques ao final da safra fiquem abaixo de um bilhão de bushels, um nível considerado crítico. A relação entre estoques e consumo em 2011 será a menor em 15 anos.
Com isso, analistas dizem que os preços têm que subir para incentivar o plantio de milho no ano que vem e também para racionar a demanda. A partir de um certo preço, os compradores simplesmente vão reduzir suas aquisições, acredita Sid Love, da Kropf and Love Consulting. Um corretor da bolsa disse que houve certa "exuberância irracional" na alta de hoje, usando um termo cunhado pelo ex-presidente do Fed Alan Greenspan para definir uma bolha nos mercados de ações no final da década de 1990. Para outro trader, o rali lembra o de 2008, quando houve mais demanda pelos derivativos (contratos futuros) que pelo milho propriamente dito.
Mas ao contrário de 2008, os preços da energia, que afetam o custo da produção de milho e o valor do etanol, estão longe de se aproximar de níveis recordes. O resultado é que a demanda por milho no setor de combustível não está acima do normal. Traders e analistas também observaram que os fundos detêm uma posição comprada histórica no mercado de milho, o que sempre representa um risco de liquidações mais à frente. "Não acreditamos que o mundo está vivendo o tipo de cenário de crise de alimentos visto em 2007/08", disse o Rabobank em um relatório. "Mas, neste ponto há um número significativo de riscos que podem puxar os preços mais para cima nos próximos meses", ponderou.
Entre os riscos citados pelo banco, há a incerta sobre o tamanho da oferta global de grãos em 2011, incluindo a dúvida sobre se os produtores vão plantar milho suficiente para recompor os estoques. Outras preocupações incluem a demanda na China, que surgiu neste ano como um importante comprador de milho dos EUA pela primeira vez em vários anos, e quão rápido a Rússia vai recuperar sua produção após a pior seca em um século a atingir o país.
A força do recente rali surpreendeu muitos analistas porque não houve um grande desastre climático no Meio-Oeste dos EUA. A produtividade foi prejudicada por chuvas e inundações que atingiram algumas áreas e lavaram o nitrogênio, um importante nutriente, da terra, logo no início da safra. Esses problemas só apareceram agora. Mas a situação pode melhorar na medida em que a colheita avançar para o norte do país. Apenas 11% da safra tinha sido tirada do campo até o domingo passado, mas os produtores fizeram um bom progresso nesta semana por causa do tempo seco na maior parte dos EUA. "Ainda temos muito milho a ser colhido", lembrou Shawn McCambridge, analista sênior de grãos da Prudential Bache.
Na China, a situação pode se complicar se a previsão de geada forte na próxima semana se confirmar. Na América do Sul, o tempo seco deve prejudicar o início do plantio da safra nova. Para os agricultores norte-americanos, o atual momento se apresenta como uma oportunidade de ouro para vender a produção a preços bem mais altos do que eles esperavam, comentou Chad Henderson, analista da Prime Ag Consultants. "Coloque uma fita num trator John Deere e é como se fosse Natal", brincou.
TRIGO/EUA FECHA EM ALTA,  ACOMPANHANDO GANHOS DO MILHO
 Os contratos futuros de trigo fecharam com forte alta nas bolsas dos Estados Unidos, puxados pelo rali de 3,5% no mercado de milho. As cotações do grão subiram diante dos contínuos relatos de queda de produtividade nas lavouras que estão sendo colhidas nos Estados Unidos.
Como a oferta de trigo reduzida pela quebra da safra no Leste Europeu, muitos consumidores de ração passaram a optar pelo milho. Os preços do trigo cederam nas três sessões anteriores, mas com a alta de hoje passou a acumular ganho de 70% sobre as mínimas alcançadas em junho.
 Na Chicago Board Of Trade o contrato dezembro do trigo subiu 20 cents (2,78%), para US$ 7,3925 por bushel. Na Kansas City Board Of Trade a mesma posição ganhou 17,75 cents (2,4%), a US$ 7,6825.
 "Depois da quebra da produção na Rússia e, agora, a inesperada queda na produtividade do milho nos EUA, o mundo não pode suportar qualquer outra perda de produção", disse a consultoria agrícola AgResource Company em nota.

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