segunda-feira, 25 de outubro de 2010

SOJA- BOLETIM-CÉLERES-INFORMATIVO SEMANAL.

Paridade de exportação para março/11 aponta preços para a venda antecipada de soja, em média, acima de R$ 40,00/saca. A conta da paridade de exportação futura de exportação da soja para março/11,considerando sete importantes praças de comércio e/ou produção, mostrou-se bastantes favorável ao produtor rural.
A conjunção das variáveis utilizadas na formação dos preços da soja para o mercado brasileiro, as quais resultaram em cotações para a saca de soja no patamar médio de R$ 42,00. Tal nível de preço significa que os produtores que optarem por comercializar antecipadamente a produção 2010/11, poderá obter margens médias sobre o custo direto operacional na casa de 40%, conforme já comentado em nossos relatórios anteriores.
Vale destacar que para o Estado de Mato Grosso os custos logísticos devem impactar sobre a margem dos produtores, a qual na última sexta-feira ficou estimada aproximadamente em 30%.
O contexto atual de demanda firme por soja no mercado internacional tem resultado em cotações interessantes na Bolsa de Chicago e prêmios de exportação nos portos brasileiros – variáveis utilizadas no cálculo de paridadede exportação.
Hoje, nota-se que o volume dos embarques de soja no Brasil já totalizou mais de 90% da estimativa de exportação para o ano atual (29,8 milhões t), o que atesta o contexto descrito acima.
A taxa de câmbio é o ponto negativo do momento, pois como se trata de uma variável macroeconômica, torna-se difícil seu controle e previsão. Na última sexta-feira, a cotação futura dessa taxa, negociada na BM&F/BOVESPA, terminou os negócios em R$ 1,76/US$. Tal valor mostrou-se acima do observado no mercado à vista (R$ 1,70/US$), mas consideravelmente valorizado retirando parte do potencial de valor dos preços da soja.
Trabalhos de plantio da soja seguem atrasados, ainda por volume de chuvas abaixo da normalidade. Em pesquisa realizada na semana passada, observou-se que os trabalhos de plantio da soja no Brasil não evoluíram devido à falta de chuvas em grandes regiões produtoras da oleaginosa. Estima-se que os trabalhos de semeadura do grão já tenham atingido a marca de 17%, ante 10% da semana anterior e 20% observado no mesmo período do ano passado. Mesmo em atraso, se comparado ao ano anterior, o ritmo de plantio da soja está três pontos percentuais à frente do registro calculado para as últimas cinco safras. Quanto à comercialização, as vendas da safra velha registraram 94% e da safra nova 25%.

Doméstico
Em linha com a valorização dos preços no mercado externo, as cotações da soja no mercado doméstico também reportaram alta na semana. Também há de se destacar a desvalorização do Real frente ao Dólar,de R$ 1,70US$ (+2,7% de desvalorização da moeda nacional).
No mercado disponível, os preços da saca de soja apresentaram ganhos de 2,4% nas principais praças pesquisadas pela Céleres®, quando comparados com a semana precedente. Nos últimos trinta dias, as cotações da soja no disponível apresentaram ganho de 7,7%.
Quanto aos prêmios de exportação, o ágio sobre as cotações de Chicago com referência março/11 manteve o padrão de US$ 0,65/bushel, na venda, observado nos últimos dias. A cotação da saca de soja no Porto de Paranaguá terminou a sexta-feira valendo US$ 27,5 (+1,9% em relação àsemana anterior).

Internacional
No mercado internacional as cotações da soja voltaram a registrar ganhos acumulados durante a última semana. Até mesmo a cotação da 1ª Posição negociada na Bolsa de Chicago apresentou fechamento no patamar de US$ 12,00/bushel. Conforme havíamos reportado no relatório da semana passada, tal valor de fechamento não era observado desde agosto do ano anterior. O contrato março/11 terminou a semana negociado a US$ 12,18¾/bushel, com valorização de 15,25 pontos em relação à semana anterior e de 112,5 no intervalo de trinta dias.
As exportações de soja dos EUA servem como termômetro para as cotações internacionais dessa commodity. Neste sentido, com base nos últimos dados de vendas semanais do mercado exportador norte-americano, tem-se que mais de 60% da projeção do trade externo do país (40,4 milhões t) já foi realizado – detalhe, isso com menos de dois meses após o início do ano comercial atual.
Os principais motivos que têm dado à soja sustentação de preços elevados são a demanda pelo produto, principalmente por parte da China; a fraqueza de outros mercados, como exemplo o do Dólar; a participação dos fundos especulativos na ponta compradora dos contratos futuros de soja e a incerteza quanto o desenrolar das adversidades climáticas na América do Sul.

E S T R A T É G I A S
Neste ano, a valorização dos preços externos da soja conta com o fundamento central de demanda aquecida, o que dá suporte para as cotações, principalmente nos cenários de curto e longo prazo – lembrar que os estoques finais ainda estão apertados nos EUA.
Ao contrário do observado em 2008, quando os preços atingiram níveis recordes sustentados em especulação sobre a capacidade de a ofer ta atender ou não a demanda, atualmente, as cotações da oleaginosa contam com fundamentos sólidos em demanda. Vale reconhecer que a especulação t raz volatilidade, mas também dá liquidez ao mercado quando assume o risco do mercado. Portanto, os fundamentos: demanda + investimento especulat ivo, resulta em valorização para qualquer tipo commodity.
Todavia, é importante pontuar também que há fatores que atuam na contramão da tendência de alta como: o fato da colheita transcorrer sem maiores problemas nos EUA; Brasil e Argentina surpreenderem com safras cheias na América do Sul e, por últ imo, um eventual desaquecimento da demanda chinesa.
Neste contexto, a nossa recomendação paravenda da saf ra velha é de aproveitar o bom momento dos preços através de vendas parceladas, antes da pausa para manutenção das indústr ias e, com isso, captar capital de giro para cobr ir eventual idades de custeio no desenrolar do cultivo da nova safra.
Quanto às vendas antecipadas, é prudente esperar para analisar melhor os resultados do risco climático sobre as lavouras da América do Sul , num momento em as cotações registram altas semanas após semanas.

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