segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

BRADESCO DESTACA EXPANSÃO DA REGIÃO CENTRO-OESTE

A região Centro-Oeste deve ser a mais beneficiada no próximo ano pela alta de preços agrícolas, principalmente soja, algodão e cana. A previsão é da analista Regina Helena Couto Silva, do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco (Depec).
Na safra de grãos 2010/11 a região deve produzir 53,7 milhões de toneladas, uma elevação de 2,3%, com expansão das culturas de algodão e soja, que apresentaram melhor rentabilidade ao longo deste ano.
Pelas projeções da analista, "a combinação de produção maior aliada aos preços médios mais altos de algodão e de soja deve elevar a renda agrícola da região em 14% em 2011, acima da média do País, para a qual esperamos incremento de 10,1%". Ela destaca que os efeitos do La Niña no Centro-Oeste serão menores do que no Sul do País, onde a renda deverá crescer abaixo da média nacional, como efeito da quebra de produtividade acentuada de milho e de soja.
A analista observa que o Centro-Oeste atualmente é o principal produtor brasileiro de soja (47% da produção nacional), de algodão (65%) e carne bovina (35%). A participação na produção de milho é de 32%, perdendo apenas para a região Sul. O Centro-Oeste também ocupa o segundo lugar na produção de cana-de-açúcar (12,6%), superado pelo Sudeste (68%).
Apesar da participação expressiva na produção, o Centro-Oeste é a segunda maior região agrícola do País, respondendo por um terço do agronegócio brasileiro. A região Sul ocupa o primeiro lugar, com participação de 34% no valor da produção, sendo o maior produtor nacional de trigo, milho e arroz. Na terceira posição está o Sudeste, com 25% da economia agrícola do País.
Regina Couto destaca que a participação do Centro-Oeste na geração de saldos comerciais positivos também é bastante relevante, atingindo US$ 6,6 bilhões em 2009. A região participou com 9% das exportações brasileiras e com 5,8% das importações totais em 2009, sendo responsável por 26% do saldo da balança comercial do País, diz ela. Dentre os principais produtos exportados pelo Centro-Oeste, o destaque é o complexo soja, com participação de 57% da pauta exportadora da região. Ela comenta que entre as principais empresas exportadoras da região estão grandes agroindústrias multinacionais. Os principais destinos das exportações do Centro-Oeste são a União Europeia (30,5%) e a China (24%).
A analista comenta que desde 1990 a área plantada com grãos no Centro-Oeste cresceu quase duas vezes, enquanto no Sul a área foi expandida em apenas 8%. Segundo ela, no período analisado a produção de grãos da região Centro-Oeste cresceu três vezes, o dobro do crescimento verificado no Sul. A região central respondeu por 43,3% da expansão da produção agrícola brasileira nos últimos 20 anos. Regina Couto Silva ressalta que este crescimento foi impulsionado pela forte expansão da demanda chinesa, cuja participação na pauta exportadora do Centro-Oeste passou de 5% no início dos anos 2000 para 24,3% em 2009.
Ela observa que no período analisado a área cultivada no Sudeste caiu 25,6%, em virtude, principalmente, da transferência da produção de algodão para o Centro-Oeste. A mudança ocorreu especialmente para Mato Grosso (região de Primavera do Leste e Rondonópolis), pela combinação de fatores como topografia plana, que facilita à mecanização; o clima tropical favorável à cultura do algodão; os elevados investimentos tecnológicos em tratos culturais; e as grandes extensões de terra que permitem a profissionalização da atividade, ao contrário das pequenas propriedades familiares de São Paulo e Paraná. Um fator adicional é a política de incentivos fiscais concedidos pelos governos de Mato Grosso e Goiás, como devolução de 50% a 75% do ICMS.
Ela relata que a participação do Centro-Oeste nas exportações brasileiras passou de 4,7% no início da década para 9,2% em 2009. "Ademais, desde o início dos anos 2000, a região Centro-Oeste foi responsável por 25% da expansão do saldo da balança comercial brasileira." Outro setor que avanço na região foi o sucroalcooleiro. Nos últimos 20 anos, a área plantada com cana-de-açúcar dobrou na região Sudeste e no Centro-Oeste área cresceu três vezes. "Claramente, o Sudeste continua sendo a principal região produtora de cana-de-açúcar, com participação de 67%, mas vem perdendo participação para o Centro-Oeste, que elevou sua participação de 5% em 1990 para 14% neste ano."

Venilson Ferreira, correspondente.

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