segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CLÍMA/SOMAR: LA NIñA PERDE INTENSIDADE NA METADE DE 2011.

O fenômeno La Niña só deve perder força em meados de 2011, prevê a Somar Meteorologia. Os efeitos do fenômeno, causado pelo resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial, ainda serão de forte intensidade no começo do Ano Novo. "Há projeções de que o La Niña deva perder intensidade lá pela metade do ano, ou seja, um período de transição durante o inverno e indicativo de "neutralidade" climática (sem La Niña e nem El Niño) para o segundo semestre", diz o meteorologista Paulo Etchichury, diretor da Somar, em boletim no qual projeta o cenário climático para 2011. A seguir os comentários para as principais culturas.
SOJA - A safra a ser colhida em 2011 será toda definida pelas condições do La Niña em curso. Principal risco está concentrado nas lavouras do Sul do Brasil em função da redução das chuvas e estiagens regionalizadas durante o verão. Para o Sudeste e o Centro-Oeste, o clima deve apresentar um comportamento médio, sem indicativo de riscos iminentes. Apenas podem acontecer alguns episódios de chuvas mais concentrados e causar alguns problemas de manejo. Para as áreas de soja do Nordeste, a principal diferença em relação à safra passada está no prolongamento das chuvas até abril e início de maio.
Para o segundo semestre e, portanto, para o plantio da safra de 2011/2012, a condição climática deve ser bem diferente da verificada no plantio da safra 2010/2011. O retorno das chuvas na primavera (outubro/novembro) no Sudeste e no Centro-Oeste não deve atrasar muito. Também se prevê ligeira melhora da condição de chuva para as lavouras do Sul do Brasil a partir da primavera de 2011.
MILHO - O risco climático para safra de milho de 2011 (safrinha) é maior em relação à safra passada para os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. A presença do La Niña reduz as chuvas entre março e abril, o que pode afetar o plantio e a emergência. Por outro lado, o enfraquecimento do La Niña a partir de maio/junho favorece a intensificação do frio e risco de geadas em junho. Portanto, o risco associado a geada está diretamente relacionado ao período de plantio. Quanto mais tarde maior o risco.
Já para as lavouras (safrinha) no Sudeste e no Centro-Oeste a presença do La Niña contribui para o prolongamento das chuvas pelo menos até abril (lembrando que em 2010 as chuvas acabaram mais cedo). Mesmo sem contar com chuvas em maio, em geral as condições climáticas para as lavouras de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais são ligeiramente melhores, principalmente quando comparado com a última safra.
Para o Nordeste, a presença do La Niña também favorece uma melhor safra de milho, que em 2011 deve ter um período maior de chuvas, que no Sertão e no Agreste se concentra entre fevereiro a maio.
ALGODÃO - De um modo geral o cenário climático para 2011 é mais favorável para as lavouras de algodão do Centro-Oeste e do Nordeste do Brasil. As chuvas do verão devem apresentar um comportamento médio, enquanto a presença do La Niña contribui para o prolongamento das chuvas pelo menos até abril (lembrando que em 2010 as chuvas cessaram mais cedo). Para o Nordeste a presença do La Niña não garante chuvas regulares durante o verão, porém favorece o prolongamento das chuvas até abril ou, no máximo, até o início de maio, mas sem representar risco para a fase final (pluma) e colheita.
PASTAGENS - O cenário para 2011 é bem mais favorável do que o observado em 2010. Depois de um longo período seco e atraso no retorno das chuvas na primavera de 2010, as chuvas do verão 2011 contribuem diretamente para uma recuperação das pastagens do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Outros fatores que devem contribuir para o desenvolvimento das pastagens do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil é o prolongamento das chuvas no outono e a ocorrência de alguns episódios de chuvas isolados (associado à passagem das frentes frias) durante o inverno.
Além disso, em função do fim do La Niña e da projeção de neutralidade para o segundo semestre, significa que o retorno das chuvas não deve retardar muito. Ou seja, o período seco de 2011 não deve ser tão extremo nem tão longo como o observado em 2010. Porém, o Sul do País, diferentemente do resto do Brasil, deve enfrentar um período não muito favorável para o desenvolvimento das pastagens, devido ao risco de pouca chuva no verão e no outono e o frio mais intenso no inverno de 2011.
O risco para as pastagens é maior para a região da Campanha Gaúcha, bem como para o Uruguai e o pampa argentino, onde o sinal da La Niña é mais evidente e geralmente os períodos secos são mais longos. Mesmo assim, não se trata de um caso extremo e deve se reverter a partir da primavera de 2011, quando se espera não mais haver a influência do fenômeno La Niña.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas