quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

GRÃOS: CHINA NÃO DEVE MANTER AUTOSSUFICIÊNCIA.

A China pode não ser capaz de sustentar sua tendência de crescimento na produção de grãos, ameaçando a tão alardeada política de autossuficiência no setor, informou hoje Chen Xiwen, diretor do departamento de políticas rurais do Conselho de Estado.
Os comentários, divulgados no site do Instituto de Desenvolvimento Rural da Academia Chinesa de Ciências Sociais, contrariam o discurso do governo e representam um alerta incomum, apenas uma semana após autoridades terem comemorado a sétima safra recorde consecutiva.
A China quer satisfazer 95% do consumo interno de grãos com a produção doméstica, uma política que foi sitiada pelo aumento da renda, pelo êxodo das áreas rurais e pela apertada disponibilidade de terras aráveis. "Há uma concentração maior [de grãos] em áreas produtoras e, com a escassez de água na região norte, a sustentabilidade [da produção] é preocupante", afirmou Chen. "É inevitável que a taxa de autossuficiência recue."
Os comentários de Chen surgem um dia após o Ministério de Agricultura da China ter reiterado seu compromisso de produzir uma safra abundante pela oitava vez seguida no próximo ano. Autoridades do governo minimizaram a probabilidade de problemas com as ofertas de grãos, dizendo que o aumento dos custos de produção contribuiu com o forte rali dos preços do complexo agrícola neste ano. "Eu tenho ido checar em muitos lugares e conversei com vários especialistas, e posso dizer que a principal questão é o custo da produção", disse Sui Pengfei, supervisor de mercado e comunicação econômica do ministério.
A alta acentuada dos preços dos alimentos conduziu a inflação chinesa para os maiores níveis em dois anos no mês de outubro, incentivando o governo a adotar um conjunto de medidas para conter tal situação.
Partindo de uma estimativa conservadora, para ampliar a produção local o suficiente para satisfazer a demanda atualmente coberta pelas importações, será necessário mais de 600 milhões de mu, ou 40 milhões de hectares, de terras aráveis, área da qual a China não dispõe, escreveu Chen. Isso "intensifica as dificuldades do governo para controlar os preços."
Chen reconheceu que atualmente há um sério problema, com a produção em torno de 540 milhões de toneladas por ano e a demanda perto de 525 milhões de toneladas. "Em um ano normal, ainda há um superávit mesmo depois de atender à demanda", explicou ele. Mas Chen ponderou que a perspectiva de oferta e demanda no futuro não é tão otimista.
China informou ter colhido 546,4 milhões de toneladas de grãos neste ano, volume 2,9% superior ao produzido no ano passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou ?

Minha foto
SÃO PAULO, CAPITAL, Brazil
CORRETOR DE COMMODITIES.

whos.amung.us

contador de visitas