segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PERSPECTIVA: CLIMA DEVE DIRECIONAR PREÇO DOS GRÃOS EM CHICAGO

Os mapas climáticos mundiais devem ditar o ritmo dos mercados de grãos esta semana na Bolsa de Chicago, em especial o de trigo, que vem sofrendo sucessivas altas e influenciando a soja e o milho."O clima vai ser um fator cada vez mais importante até janeiro, que é a época mais sensível de formação de safra (de soja) para a América do Sul. Cada vez mais ele começa a tomar a liderança como fator fundamentalista", afirmou Vinicius Ito, da Newedge.
As chuvas na Austrália e o tempo seco nos Estados Unidos vêm levantando preocupações em relação à oferta de trigo desses países, o que leva os importadores, preocupados com a redução da oferta global de trigo de alta qualidade, a garantirem suas necessidades, segundo traders.
Na sexta-feira, os preços futuros do cereal negociados na CBOT avançaram pela terceira sessão consecutiva, fechando a semana com ganhos de cerca de 14%. Os contratos com vencimento em março, os mais negociados, fecharam em alta de 30,50 cents ou 4,07%, cotados a US$ 7,79/bushel.
Essa alta acaba respingando na soja e no milho, de acordo com analistas. Além disso, a forte demanda pela oleaginosa norte-americana também deve influenciar o mercado esta semana, principalmente com a expectativa em relação ao relatório mensal de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vai divulgar na sexta-feira. "Vai ser interessante observar (o relatório). O USDA não vai mexer na oferta, mas mexe na demanda. A estimativa do USDA para exportação de soja está muito modesta e provavelmente vai ter de elevar, e esse deveria ser um fator supostamente altista para o mercado", completou Ito.
Em relação ao clima, a grande preocupação para a soja é com a estiagem na América do Sul, principalmente na Argentina, com um potencial de redução da safra. Na sexta-feira esse foi o principal motivo para a alta do grão, cujo contrato janeiro, de maior liquidez, avançou 20,50 centavos, ou 1,6%, para fechar cotado a US$ 13,0025 por bushel.
No mercado de milho, há dois fatores aos quais o mercado deve ficar atento, segundo Ito: o debate no governo norte-americano sobre a possibilidade de extensão do subsídio ao etanol, que nos EUA é feito a partir de milho, e os rumores de que a Rússia está buscando o cereal no mercado internacional. "A demanda de milho para etanol representa um terço da demanda total nos EUA. Se não for estendido esse subsídio, vai tornar as margens de etanol negativas, ou seja, o produtor vai pagar para produzir etanol nos EUA", disse ele.
Na sexta-feira, os contratos do milho com vencimento em março subiram 18,0 centavos ou 3,24% e fecharam a US$ 5,7350/bushel. A queda do dólar e o clima seco na Argentina puxaram as cotações.

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