segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MILHO/CHINA DEVE SE FIRMAR COMO IMPORTADOR EM 2011.

Analistas esperam que a China se torne um player definitivo no mercado de milho a partir do ano que vem, depois de ficar ausente deste setor nos últimos 15 anos. Isso aumentará a demanda global pela commodity em um momento de oferta já apertada. Observadores do mercado estimam que a China comprará milhões de toneladas de milho dos Estados Unidos e da Argentina no ano que vem, acelerando um retorno para o mercado global que começou no início de 2010.
O país asiático, faminto por commodities, está importando milho novamente para atender à crescente demanda interna, tanto por parte dos cidadãos quanto pela indústria. Na China, o milho é usado na alimentação animal e também na produção de biocombustíveis. Atualmente, o país enfrenta os preços elevados no mercado à vista para produzir milho domesticamente, o que torna as importações mais atrativas. "Acredito que eles serão importadores regulares", afirmou o analista de grãos Terry Reilly, do Citigroup.
É difícil estimar quanto milho a China precisa comprar, por causa da incerteza sobre o tamanho da safra local e sobre suas reservas. Estimativas privadas para as importações variam de 3 a 9 milhões de toneladas para o ano comercial 2010/11, que vai até 31 de agosto.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) avalia, por enquanto, que as importações da China somam apenas 1 milhão de toneladas no atual ano comercial. O USDA atualizará as previsões sobre a oferta e demanda no seu próximo relatório mensal, que será divulgado no dia 10. No mês passado, o governo americano elevou a estimativa de produção 2010/11 da China em 2 milhões de toneladas de milho, para 168 milhões. Isso causou surpresa, pois os relatos eram de que a safra deste ano resultaria fraca.
Analistas projetam que os preços futuros do milho saltarão 25% para US$ 7/bushel se a China fizer compras significativas no ano que vem. A expectativa já é de que a oferta dos Estados Unidos caia para o menor nível em 15 anos no fim do ano comercial. Em novembro, os preços futuros do milho alcançaram o patamar mais elevado em 27 meses, com preocupações de que a safra dos Estados Unidos, menor do que o esperado, não acompanharia a forte demanda global. O milho registrou a máxima histórica de US$ 7,65/bushel em junho de 2008, por causa da intensa demanda e de enchentes devastadoras nos Estados Unidos.
Autoridades da argentina disseram na semana passada que o país deve concluir negociações para exportar uma quantidade indeterminada de milho para a China no primeiro semestre de 2011. Os países ainda não assinaram um acordo formal de comércio para que a China importe, segundo autoridades chinesas. As vendas da Argentina para a China devem sustentar os preços nos Estados Unidos, pois isso apertará a oferta. Os Estados Unidos e a Argentina são os dois maiores exportadores mundiais de milho.
As exportações de grãos da Argentina sofreram nos últimos anos com o clima desfavorável e instabilidade política. Para impulsionar o comércio, Argentina e a China terão de chegar a acordos sobre variedades geneticamente modificadas de milho, mas a questão não deve ser uma grande barreira. Os Estados Unidos e a China já têm acordos semelhantes para muitas variedades.
Nova tendência - A China começou a importar grãos em volumes maiores neste ano, depois de ficar ausente do mercado desde o ano comercial 1995/96. De acordo com dados alfandegários do país, a China importou 1,48 milhão de toneladas de milho nos primeiros 10 meses do ano. Essas importações consistiram em 1,43 milhão de toneladas dos Estados Unidos e 6 milhões de toneladas da Argentina. O volume é bem maior do que as pequenas quantidades do ano anterior.
Pequim reduziu o volume das compras de milho na década de 1990, conforme expandiu a área plantada numa busca pela autossuficiência. De acordo com o presidente do Conselho de Grãos dos Estados Unidos Thomas Dorr, a China deverá ser capaz de aumentar sua produção se o governo investir em pesquisa para melhorar a produtividade. Mas, por enquanto, o crescimento das importações de milho pela China são "uma nova tendência". Dorr avalia que, conforme as compras da China avançam, aumenta a demanda pelo cereal dos Estados Unidos.
Nos próximos anos, as importações de milho pela China provavelmente variarão de 5 a 15 milhões de toneladas por ano, de modo que as flutuações dependerão de quanto a China terá em seus estoques, de acordo com Reilly, do Citigroup. Isso corresponderá de 5% a 15% das importações globais de milho, com base nos níveis atuais de produção.

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