segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PERSPECTIVA: DISPUTA POR ÁREA PLANTIO NOS EUA CONCENTRA ATENÇÃO.

A disputa de preços entre os grãos negociados na Bolsa de Chicago deve se acirrar nesta semana e as variações da soja ganham destaque uma vez que fecharam a semana passada em queda, enquanto o milho apresentou alta. Os preços de ambos precisam subir para incentivar os produtores norte-americanos a plantar uma área maior visando a reabastecer os estoques, estimados em níveis precariamente baixos tanto para a oleaginosa quanto para o cereal.
Em seu relatório de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa do estoque final da safra 2010/11 de milho do país de 745 milhões de bushels (18,92 milhões de toneladas) para 675 milhões (17,14 mi de tons), deixando a relação oferta/demanda ainda mais justa. Entretanto, o relatório sobre a soja foi considerado neutro, uma vez que manteve a previsão de estoque final em 140 milhões de bushels (3,8 mi de t).
Vinicius Ito, da corretora Newedge, lembra que no momento a soja também está perdendo para o trigo e o algodão. "A disputa por área vai durar meses ainda, e temos uma situação muito crítica porque a soja está perdendo para o milho. Além disso, a soja vai perder também para o trigo e o algodão", disse ele. "Em áreas periféricas a soja vai perder, pois quem pode plantar algodão, por exemplo, não tem o que pensar. A soja vai perder para as principais culturas em que compete por área."
Na sexta-feira, os preços futuros do milho superaram a barreira dos US$ 7 por bushel na bolsa de Chicago pela primeira vez desde julho de 2008 devido a sinais de restrição na oferta. O contrato março terminou cotado a US$ 7,0650/bushel, em alta de 8,0 centavos ou 1,15%.
Por sua vez o março da soja, de maior liquidez, perdeu 17 centavos, ou 1,2%, para fechar cotado a US$ 14,16 por bushel. Mesmo o novembro, referente à nova safra, recuou 6 centavos, ou 0,4%, para US$ 13,7950. Traders optaram por embolsar lucros uma vez que a necessidade de reduzir o risco foi ampliada pela melhora das perspectivas em relação à safra sul-americana. "A situação (da oferta) de milho e trigo é mais apertada que a da soja. Mas não há espaço para uma queda de soja, porque se ela continuar caindo e o milho se mantiver firme, haverá uma distorção na relação de preço. Ou o milho cai, que não é o caso, ou a soja sobe para regular a relação e poder comprar área de plantio na safra nova americana", avaliou Flávio Oliveira, da Terra Futuros.
No relatório divulgado na semana passada, o USDA manteve inalterada a projeção dos estoques finais do trigo em 818 milhões de bushels. O governo também não modificou a previsão das exportações do cereal nesta temporada, que permaneceu em 1,3 bilhão de bushels (35,4 milhões de toneladas). Na sexta-feira o cereal acompanhou os ganhos no milho e o contrato março na CBOT fechou em alta de 4,25 centavos ou 0,49%, cotado a US$ 8,67 por bushel.
O USDA só divulgará seu primeiro relatório sobre a área de plantio no país em 31 de março com os dados fornecidos pelos produtores. Mas segundo Oliveira, o mercado já começa a especular sobre o que será divulgado durante o USDA Outlook Forum, nos dias 24 e 25 de fevereiro, quando deverá sair um pré-relatório com as primeiras estimativas.

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