sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

RALLY DA SAFRA/PR: EXCESSO DE CHUVA PREJUDICA COLHEITA.

Choveu sem parar nas duas últimas semanas no oeste do Paraná, o que atrasou a colheita da soja e está adiando o plantio do milho safrinha. Ao percorrer ontem a região entre Cascavel e Campo Mourão, a Equipe 3 do Rally da Safra encontrou áreas da oleaginosa dessecadas há dias, sem colher, e já deterioradas pelo excesso de umidade. Os técnicos da expedição também viram poucas áreas de safrinha já plantadas.
O produtor Joecir Antonio De Ré, da região de Cascavel, por exemplo, vive um drama. Ele esperava colher 150 sacas de soja por alqueire (2,4 hectares) e deve retirar do campo apenas entre 60 e 70 sacas. Os técnicos do Rally encontraram a lavoura do agricultor enegrecida pela umidade. Ele havia dessecado a soja 15 dias antes e até ontem não tinha conseguido colher. "Se chover mais um dia acabou, não colho mais esse grão", disse, olhando para o céu nublado. Indeciso sobre qual grão plantar no inverno, milho ou trigo, ele vai depender da segunda safra para obter uma boa média de renda. "Ainda não decidi, mas estou desanimado com o trigo", disse.
No percurso de 210 quilômetros percorridos entre Cascavel e Campo Mourão e outras cidades menores, o céu permaneceu encoberto todo o tempo. A região, como o resto do Paraná, concentra propriedades pequenas, de até 200 hectares, e perdas como as que estão ocorrendo em algumas regiões podem comprometer seriamente a renda desses produtores.
De acordo com estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), 2% da área de soja estimada em 4,5 milhões de hectares apresenta condições ruins, principalmente nos municípios de Cascavel, Cornélio Procópio e Toledo. Neste último município, há relatos de lavouras com até 40% de grãos ardidos. Em municípios como Campo Mourão, Cascavel e Maringá a precipitação ultrapassou a média para fevereiro, que oscila entre 150 milímetros e 200 milímetros, apenas nos primeiros 13 dias de mês. O maior volume de chuvas foi registrado em Maringá, onde chegou a 265 mm.
Apesar dos problemas, de uma forma geral a expectativa não é de grandes prejuízos. Segundo o agrônomo Alan Malinski, da Agroconsult, empresa organizadora do Rally, as perdas até o momento não são representativas. "Boa parte da soja deve ser colhida nos próximos 15 dias", afirmou.
Equipamentos - Além de deteriorar a soja em algumas áreas, o atraso na colheita provoca outro problema: a concentração do trabalho no campo. Como muitos produtores alugam dos vizinhos equipamentos, como colheitadeiras e secadores, será preciso esperar ainda mais para entrar com as máquinas nas lavouras.
Maycon Hellon, gerente de Vendas da regional de Campo Mourão da Case New Holland, informa que produtores que compraram colheitadeiras para serem entregues ao longo do ano estão pedindo para acelerar as entregas das máquinas para poder colher a soja a tempo.
Ele, aliás, relata um aumento de 60% nas vendas de colheitadeiras e tratores na região este ano. E esse porcentual pode ser maior. Ele esperava vender 26 colheitadeiras, cujos valores oscilam de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, em 2011, mas esse número pode chegar a 35. Tratores serão 30. "As vendas neste ano superam as de 2008, ano antes da crise internacional", afirma.

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