quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SOJA: CENTRO-OESTE COMERCIALIZOU 40% DA SAFRA 2010/11.

Antes mesmo do início do plantio da safra 2010/11, 40% da produção de soja do Centro-Oeste já está vendida, avalia a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em igual período do ano passado, pouco mais de 20% da produção de soja do Centro-Oeste havia sido negociada. A comercialização é estimulada pelos preços atuais da commodity. Somente na semana passada, o preço ao produtor subiu 3,7%, diz a CNA.
Para a economista Rosemeire dos Santos, superintendente técnica da CNA, o incremento na antecipação das vendas é um sinal positivo, pois mostra o retorno dos grandes agentes - tradings - ao mercado. Ou seja, a crise de dois anos atrás foi superada, avalia. A comercialização prévia representa segurança ao agricultor, pois os preços de negociação garantem a cobertura dos custos de produção, analisa. "Se o produtor quiser fixar preço, é bom para ele", diz a economista.
Os dados analisados hoje pela CNA compõem o boletim "Custo e Preços", divulgado periodicamente pela entidade. O estudo indica boas condições de mercado para os principais produtos agropecuários. No caso da soja, a alta de preços verificada na última semana foi ainda mais forte em Unaí (MG), com 5,12%; Rio Verde (GO), em 4,88%; e em Sorriso (MT), com alta de 4%. O Centro-Oeste foi responsável por uma produção de 31,586 milhões do toneladas de soja na safra 2009/2010, ou seja, cerca de 46% do total nacional, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No mercado de milho, a CNA verificou aumento médio de 2% nas cinco regiões envolvidas na pesquisa. As maiores recuperações de preços foram apuras em Rio Verde (GO), com 5,89% de alta; Primavera do Leste (MT), em 3,23%; e em Passo Fundo (RS), com alta de 2,43%. A análise aponta que a expectativa de baixa produtividade nos Estados Unidos e a realização de leilões de escoamento de milho pela Conab foram fatores de sustentação dos preços.
A CNA destaca, ainda, que a oferta da terceira safra de feijão foi insuficiente para conter a elevação dos preços do produto. Em Unaí (MG), o feijão subiu 37,44% somente na última semana. Para o boi gordo, a alta dos preços tem sido influenciada pela baixa oferta de animais para abate (cenário típico do atual período de seca, ou seja, época de entressafra com menos pastagens), e pela forte demanda. A entidade apurou que na semana passada o preço da arroba do boi subiu 1,42% em Rondônia, 0,66% em Mato Grosso e 0,47% em Tocantins.
A cotonicultura e a pecuária leiteira, entretanto, registram baixa nos preços pagos ao produtor. O valor do algodão caiu 3,18% em Rondonópolis (MT) e em Rio Verde (GO). A média geral aponta para uma redução de 3% no preço do algodão, devido ao aumento da oferta no mercado interno. Os preços pagos pelo leite em setembro apresentaram retração de 3,9% em comparação aos valores praticados em julho, informa a CNA, considerando os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
"O atual cenário, reflexo das cotações no mercado futuro e da redução da oferta mundial, também incentiva o agricultor a aumentar a produção para o próximo ano", diz a CNA em nota. O único fator de preocupação é a possibilidade de o fenômeno climático La Niña causar períodos de seca severos e, assim, prejudicar o cultivo. Ou seja, o mercado é favorável, mas o clima ainda é uma incógnita e pode trazer surpresas negativas, avalia a CNA. Essa preocupação se estende à soja, ao milho e ao feijão. "O prazo limite é a próxima semana. Se não chover, diminui a janela do plantio e aumenta o risco de perdas da produção", diz Rosemeire dos Santos.
Para ela, o milho pode se beneficiar com a quebra de 40% a 50% da safra de trigo da Rússia. "Eles terão de importar milho para preparar ração", destaca. A demanda internacional aquecida tanto por soja como por trigo vai impulsionar o plantio nas lavouras brasileiras neste novo ano agrícola, acredita a economista. "Além da Rússia, a China também está voraz", diz Rosemeire.
Outro fator positivo é a queda de 8% a 10% nos custos de produção, em comparação com a safra passada. "O ano que vem tem grande potencial", afirma. Ela destaca, ainda, que há forte expectativa de o Brasil superar a marca anual de 22 milhões de toneladas de fertilizantes utilizados nas lavouras. "Devemos passar disso", diz a superintendente técnica da CNA. Ela avalia que o câmbio atual beneficia os insumos (boa parte deles importados), e não chega a prejudicar as exportações.

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