quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CRESCIMENTO DA CHINA CONTINUARÁ BENEFICIANDO O BRASIL

Se a Ásia, e em especial a China, vai seguir com forte demanda por commodities, o Brasil só tem a ganhar, avaliam analistas Estados Unidos, Canadá, Austrália consultados pela Agência Estado. "Com a perspectiva de alta das commodities, o Brasil, definitivamente, vai continuar sendo um lugar atraente para o investidor", disse Philip Streible, da Lind-Waldock.
Para o diretor Jonathan Barratt, da Commodity Broking Services (CBS), a China deve continuar a crescer ao redor de 12,4% por trimestre, favorecendo bastante o Brasil e Austrália. "Não estou preocupado com a China. Acho que qualquer desaceleração da economia ou inflação serão mantidas sob controle pelo governo chinês", afirmou, por telefone, de Sydney.
O legendário investidor Jim Rogers acha que o mundo deve experimentar oferta mais curta na agricultura daqui para frente, a exemplo do que se viu recentemente na Rússia, onde a produção do trigo foi afetada pela seca no país, e prevê preços mais altos das commodities nos próximos anos. "Enquanto houver um mercado altista para commodities, e ele deve durar muitos anos, o Brasil tende a se sair melhor. E espero que, quando acabe, o Brasil consiga se sair bem e não reverta a tendência de crescimento", disse há cerca de um mês à AE.
Bill Gary, presidente da consultoria Commodity Information Systems (CIS), de Oklahoma City, vê um cenário promissor para o Brasil, especialmente no que diz respeito às commodities agrícolas como milho e soja, mas aponta para a necessidade de o País aumentar os investimentos no setor sob o risco de não ser capaz de atender a uma maior demanda nos próximos anos. "Vocês estão muito bem, mas vão precisar ter uma produção maior", observou.

DEMANDA DA ÁSIA DEVE SUSTENTAR RALI.
A demanda asiática deve continuar sustentando o rali nos preços das commodities, avaliam analistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália entrevistados pela Agência Estado. Eles enxergam no horizonte uma vista mais encorajadora, que exclui um duplo mergulho na recessão ou desaceleração muito acentuada no mundo. "É provável que vejamos mais alta na maioria das commodities, com uma maior demanda especialmente da Ásia", avalia Phillip Streible, estrategista sênior da Lind-Waldock em Chicago. "Ainda que a economia dos Estados Unidos esteja desacelerando e os indicadores econômicos recentes tenham sido fracos, creio que vamos começar a ver números mais fortes e uma melhora da economia", afirmou.
Segundo ele, o mercado de ações dos EUA também deve avançar nos próximos meses. "Acho que teremos mais algumas semanas de volatilidade, mas quando setembro chegar os hedge funds e administradores de carteiras devem voltar a investir em ativos de mais risco e também em commodities, especialmente a partir do quarto trimestre e ao longo do próximo ano", explicou.
Já o presidente da consultoria Commodity Information Systems (CIS), de Oklahoma City, Bill Gary, disse não estar preocupado com alguma desaceleração na economia chinesa e acredita que o país continuará firme segurando a corda da demanda global. "Os Estados Unidos e a Europa devem ficar enfraquecidos por mais um ano ou dois, mas a Ásia está bombando. Há quem queira conter as perspectivas para China, mas no que diz respeito especialmente às commodities agrícolas a demanda deve seguir forte", disse Gary.
O diretor Jonathan Barratt, da consultoria Commodity Broking Services (CBS), de Sydney, na Austrália, concorda com a máxima de alguns analistas de que, "se for commodity de comer, aposte nela". Segundo ele, a demanda por alimentos deve manter seu vigor por vários anos.
Barratt explicou que a migração da população para a zona urbana colabora para esse cenário, ao mesmo tempo em que impulsiona também commodities metálicas, diante da necessidade de o país investir mais em infraestrutura.
Na contramão está o analista Rodrigo Correa Da Costa, da Newedge em Nova York, que acredita que as commodities devem "perder apelo" para o investidor. "Creio que com um cenário mais lento podemos ver um declínio, ainda que não acentuado, dos preços de algumas commodities", avaliou.

Os produtos agrícolas devem ajudar a alimentar o rali das commodities no médio e longo prazos, além de metais básicos, como cobre, alumínio, e o petróleo, avaliam analistas entrevistados pela Agência Estado. "Vejo boas perspectivas para a soja e milho. Já o petróleo está barato, mas deve manter sua tendência de alta", afirmou o diretor Jonathan Barratt, da Commodity Broking Services (CBS), por telefone, de Sydney. Para os próximos 12 meses, Barratt estima que o trigo chegará a ser negociado a US$ 9 por bushel, o milho a US$ 5,50 por bushel, a soja em US$ 14,50 por bushel, o açúcar a 22 cents por libra peso.
O estrategista sênior da Lind-Waldock, Phillip Streible, acredita que os preços de alimentos devem continuar a subir no curto prazo por causa dos problemas de oferta na Rússia, clima incerto nos EUA, além de demanda forte por commodities agrícolas na Ásia. "Vemos milho, soja e trigo subindo por esses fatores."
Ele avalia que as commodities agrícolas não devem ser afetadas pela desaceleração econômica esperada para os próximos meses e estima que o açúcar, hoje ao redor de 19 cents por libra peso, deve manter cotação abaixo de US$ 21 e acima de US$ 17 nos próximos meses. Para o trigo, a expectativa é de acomodação de preços até o final deste ano. "O trigo deve ficar firme ao redor de US$ 6 por bushel, mas na ponta mais alta poderia chegar a US$ 8", afirmou.
Metais - Entre os metais, o ouro tem experimentado este ano vários picos, na busca dos investidores por segurança, e, segundo analistas, deve continuar a ter seus momentos de alta. Streible acha que o ouro pode dar um repique no final do ano. "A gente já vê o preço do ouro subindo um pouco; deve ficar ao redor de US$ 1215 e US$ 1220 a onça-troy, sendo a cotação mínima estimada de US$ 1185", disse. "Acho que o ouro fica nessa faixa até os traders voltarem ao mercado europeu; então poderemos ver um rali do ouro por volta do fim do ano, podendo atingir US$ 1260."
Jonathan Barratt estima que o ouro deverá chegar a US$ 1350 nos próximos 12 meses, enquanto o Barclays Capital estima que a commodity deva ficar em US$ 1195 este ano e US$ 1180 em 2011.
Petróleo - No curto prazo, Streible acha que o petróleo irá oscilar na faixa de US$ 72 a US$ 88. "Acho que os preços podem cair um pouco mais, mas depois devem mudar de direção", afirmou. Já Barratt, da CBS, acredita que o petróleo poderá chegar a US$ 100 o barril em 12 meses.
Para o Barclays Capital, o petróleo cru, hoje ao redor de US$ 75 o barril na Nymex, deve fechar em cerca de US$ 82 o barril este ano, em US$ 92 em 2011, US$ 106 em 2012 e ir a US$ 137 no longo prazo, segundo relatório do banco divulgado recentemente, com as cotações do Brent levemente abaixo desses patamares para 2011 em diante, em US$ 1 ou US$ 2.
"No longo prazo, o petróleo tende a subir com o consumo energético mundial crescendo mesmo com desaceleração nos Estados Unidos, porque a demanda deve subir em países com populações enormes, como China e Índia", avaliou Annette Hester, analista independente e associada do CSIS Center for Strategic and International Studies (CSIS), por telefone, de Calgary, no Canadá.

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