segunda-feira, 16 de agosto de 2010

TRIGO: RALLY DOS PREÇOS DEVE CONTINUAR.

Se o clima na Rússia continuar seco até setembro, o rali recorde dos preços do trigo verá novos brotos, avaliam especialistas em artigo publicado pela revista norte-americana Barron's. Até o momento, o foco tem sido a suspensão pela Rússia das exportações do cereal, que começou a valer no domingo e durará quatro meses. O presidente russo Vladimir Putin disse que seu país, que deveria se tornar um grande player no mercado exportador deste ano, não vai embarcar trigo para outras nações, em resposta à onda recorde de calor e à seca que colocou várias regiões russas em chamas ou cobertas por fumaça.
O mais preocupante para países consumidores de grãos, especialmente aqueles que não são autossuficientes, é que a pequena janela de oportunidade para se plantar a próxima colheita na Rússia está rapidamente se aproximando sem sinal de chuvas. O solo está tão duro quanto rocha em várias áreas, o que dificultará a plantação. A ausência de umidade em várias regiões de cultivo de grãos na Rússia está gerando preocupações sobre a plantação da próxima safra.
Enquanto vários operadores acreditam que alguma chuva pode ocorrer eventualmente, o mercado tem subestimado até o momento a extensão da seca e seus danos e pode estar cometendo um erro por estar do lado otimista nas circunstâncias atuais.
Diante da incerteza sobre a questão climática, há conversas de que US$ 7 por bushel é o novo piso para os futuros do trigo negociados na Chicago Board of Trade. Recentemente, o trigo disparou e chegou a US$ 8,41 (6 de agosto). Esse valor é quase o dobro da mínima de nove meses registrada no início de junho. "Se a Rússia ficar de fora por dois anos, isso muda a dinâmica", comentou o presidente da AgResources Co, uma empresa de pesquisa, Daniel Basse.
Operadores também estão atentos sobre um potencial teto para o preço. Os futuros de trigo chegaram a subir acima de US$ 13,00 por bushel em 2008, quando as plantações ao redor do mundo estavam diminuindo e as perspectivas sobre o uso de grãos para combustíveis eram melhores.
O Departamento de Agricultura (USDA), cujo relatório da semana passada era amplamente aguardado por participantes do mercado, fez um ajuste inesperadamente grande em sua previsão de produção de trigo para este ano, reduzindo-a em 2,3% para 645,73 milhões de toneladas. O USDA reduziu sua estimativa para os estoques norte-americanos no período até maio de 2011 em 13%. A despeito dos cortes, os níveis de trigo estocados ainda estão no segundo mais elevado volume dos últimos 23 anos, o que, traduzindo, significa que uma escalada de preços para os níveis de 2008 é improvável. O trigo colhido nos EUA e os estoques são suficientes para atenuar a perda do produto russo e dos vizinhos Ucrânia e Casaquistão, mas a calibragem dos fluxos exportadores pode forçar uma disputa que pode também dar suporte aos preços.
Um analista associado ao Serviço de Gerenciamento de Risco norte-americano, Jerry Gidel, afirmou que poderia "ocorrer um pesadelo logístico conseguir trigo, milho e grãos de soja fora dos nossos canais de exportação."
A disputa por países como o Japão, tradicionalmente um grande importador de trigo dos EUA, e do Egito, que está se voltando para o trigo norte-americano em razão da seca na Rússia, colocará os portos e equipamentos de carga norte-americanos sob pressão. A infraestrutura desatualizada não tem recebido muitos investimentos nos últimos 20 anos e será testada se os acordos exportadores com os EUA saírem das páginas de notícias e se transformarem em embarques físicos.
Investidores especulativos têm se mostrado cientes da crescente globalização dos negócios com grãos e da preocupação sobre a Rússia.
Enquanto a atual relação oferta demanda pode manter os bulls(altistas), na baía, as condições devem oferecer mais forragem para os preços continuarem subindo. As informações são da edição da Barron's distribuída pela Dow Jones no sábado.

JORDÂNIA FAZ LEILÃO PARA COMPRAR 100 MIL TONS. 
O Ministério da Indústria e do Comércio da Jordânia abriu uma licitação para comprar 100 mil toneladas de trigo duro vermelho de inverno, segundo nota divulgada no site do órgão. Este é o terceiro leilão deste mês e o prezo para submissão de ofertas termina na próxima segunda-feira (dia 23).
A Jordânia adquiriu 100 mil toneladas de origem alemã na semana passada. O primeiro carregamento de 50 mil toneladas foi comprado por US$ 324,75/tonelada, enquanto o outro custou US$ 322,75/tonelada (ambos na base C&F). Mais 50 mil toneladas de trigo russo foram adquiridas no dia 4 agosto, elevando o volume total importado até agora neste mês para 150 mil toneladas.
A Jordânia consome cerca de 60 mil toneladas do cereal por mês ou quase 720 mil toneladas por ano.

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