terça-feira, 17 de agosto de 2010

SOJA FECHA COM FORTE ALTA SUSTENTADO POR DEMANDA E CLIMA INSTÁVEL.

Condições climáticas instáveis em áreas produtoras de soja nesta fase crítica de desenvolvimento das lavouras e a firme demanda pela oleaginosa impulsionaram os futuros da commodity hoje na bolsa de Chicago. O mercado recuperou as perdas de segunda-feira, diante do potencial de perda de rendimento em áreas do Delta, por causa do estresse provocado nas plantas pela temperatura excessiva, e pelo temor quanto ao impacto das inundações nas lavouras de Iowa, no Meio-Oeste.
O vencimento setembro subiu 11,25 cents, ou 1,1%, para US$ 10,4525/bushel. Já a posição mais líquida, base novembro, terminou com alta de 10,50 cents, ou 1%, para US$ 10,42/bushel. Fundos especulativos compraram cerca de três mil lotes no dia.
Os traders estão tentando avaliar a extensão das inundações que ocorreram em Iowa e os relatórios sobre os casos da síndrome da morte súbita registradas recentemente. A maior parte das lavouras no Estado, um dos dois grandes produtores norte-americanos, está sob suspeita de contaminação pela doença, que pode reduzir a produtividade entre 20% e 60%.
O analista de mercado Mike Zuzolo, da Global Commodity Analytics & Consulting LLC, calcula que se houver uma perda de safra pode chegar a 150 milhões de bushels (3,8 milhões de toneladas), haveria um aumento de "45 a 50 cents por bushel no vencimento novembro da CBOT, considerando os dados do último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 360 milhões de bushels (9,144 milhões de t) estejam corretos". "Mas nós sabemos que o mercado já descontou a projeção para os estoques finais e agora, provavelmente, trabalha com o número de 225 milhões a 250 milhões de bushels. Caso contrário, os preços (futuros) da soja estariam próximos de US$ 8/bushel, ao invés de US$ 10,50/bushel", afirma.
A incerteza para a safra 2010/11 pode dar suporte ao mercado, mas as grandes compras da China permanecem como o principal fator fundamental no mercado, pondera John Kleist, corretor e analista da Allendale Inc,Illinois. O mercado está contrastando "a demanda chinesa com uma possível queda de produtividade no final (safra)", disse Kleist. Desde o dia 20 de julho, as compras da China para entrega em 2010/11 totalizaram 2,906 milhões de toneladas, como apontam os anúncios diários do USDA. Hoje, o departamento apontou mais uma venda de 110 mil toneladas para destinos não revelados.
Os produtos também subiram em linha com o desempenho da soja. O farelo avançou diante do temor de restrição de oferta, por causa da possível quebra de produtividade. O vencimento dezembro ganhou US$ 4,40, ou 1,5%, e fechou a US$ 299,80/t. As compras de especuladores somaram mil lotes. A posição dezembro do óleo de soja terminou a 42,21 cents/lb, alta de 14 pontos, ou 0,3% no dia. Neste segmento, as compras de fundos totalizaram dois mil lotes.

MILHO FECHA EM ALTA COM RUMORES SOBRE PRODUTIVIDADE.
As cotações do milho encerraram a terça-feira perto do topo do intervalo que vêm ocupando recentemente na CBOT. Os ganhos foram atribuídos a preocupações com a produtividade da safra americana. Os contratos mais negociados, com vencimento em dezembro, fecharam com valorização de 7,25 cents ou 1,71%, cotados a US$ 4,30/bushel.
O Estado de Iowa tem excesso de chuvas, enquanto o Sul do Cinturão do Milho tem calor e seca, o que representa preocupações legítimas com a produtividade e mantém os preços em níveis elevados, conforme avaliação do analista Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group. Ele acrescentou que as condições variam ao longo do país. O calor no Meio-Oeste impulsiona a maturação das lavouras e o desenvolvimento rápido demais não é bom para o rendimento. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou ontem seu relatório semanal de acompanhamento de safra, no qual reduziu a avaliação boa a excelente em dois pontos porcentuais, para 69% das lavouras. Segundo o analista Jon Michalscheck, da Benson Quinn Commodities, "o calor e o excesso de chuvas parecem ter cobrado seu preço em algumas áreas do Cinturão". Rumores sobre o rendimento da safra dos Estados Unidos permitiram que o mercado se mantivesse descolado do trigo, que registrou perdas hoje. Além disso, traders reverteram operações de spread em que ficavam comprados em trigo e vendidos em milho. Estima-se que fundos tenham comprado cerca de 14 mil lotes hoje.

TRIGO FECHA EM BAIXA PELA 3ª SESSÃO CONSECUTIVA.
Os contratos futuros de trigo tiveram desvalorização pela terceira sessão consecutiva no mercado americano, com realização de lucros. Na Bolsa de Chicago, os lotes para entrega em dezembro cederam 12,50 cents ou 1,80% e fecharam a US$ 6,8375/bushel. Na Bolsa de Kansas City (KCBT), o mesmo vencimento encerrou cotado às US$ 6,9175/bushel, com perdas de 11,25 cents ou 1,6%.
Durante a sessão da CBOT, os preços do trigo atingiram degrau inferior aos US$ 6,50/bushel (base setembro) e registraram a mínima em três semanas. A confirmação de que a Ucrânia vai limitar as exportações não foi capaz de sustentar um novo rali no mercado. O país afirmou nesta terça-feira que vai restringir as vendas externas até o fim do ano, por causa da seca histórica que afetou a produção.
Mas analistas disseram que o mercado já havia assimilado uma redução da safra global quando a Rússia informou a suspensão dos embarques de grãos, no início de agosto. Depois da forte valorização do trigo no mercado internacional, traders embolsaram lucros e os preços recuaram. Hoje, portanto, o mercado esticou as perdas de segunda-feira, embora tenham subido no início do pregão."Para ser honesto, não temos nada que se sobressai no mercado hoje para dizer que é uma terça-feira de virada", disse o analista Dale Durchholz, da AgriVisor. Participantes do mercado estão concentrados, agora, na próxima safra de inverno da antiga União Soviética, que será plantada em setembro e colhida no ano que vem. O calor e a estiagem persistentes podem significar plantio limitado, embora haja esperanças de que a chuva traga algum alívio.
Alguns participantes venderam contratos de trigo e compraram milho e soja em operações de spread nesta terça-feira. Estima-se que fundos tenham vendido cerca de 7 mil contratos na CBOT.

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