terça-feira, 23 de novembro de 2010

SOJA/CÉLERES-RELATÓRIO SEMANAL.

Estratégia de retenção das vendas de soja durante o ano atual rendeu bons frutos ao produtor rural
Pela nossa análise mensal da viabilidade de retenção da soja colhida de março até novembro/11, nota-se que o produtor que optou por essa operação angariou bons resultados ao vender de forma escalonada a produção de soja ao longo de 2010.
Para quem vendeu a produção imediatamente após os trabalhos de colheita em Rondonópolis-MT, amargou preços na casa de R$ 25,10/saca, contra os valores de R$ 33,8/saca a R$ 36,4/saca registrados em meados de 2010. O produtor que ariscou tudo, mantendo os saldos da safra velha até agora estocados, foi quem desfrutou do brilho dos preços atuais pagos pela soja no mercado brasileiro.
Antes de qualquer conclusão acerca dos números, é importante frisar que parte dos produtores não aproveitou o potencial de ganho dos preços registrados no decorrer de 2010. Tal constatação justificou-se pela necessidade de vendas antecipadas que são realizadas antes mesmo da colheita sazonalmente realizadas entre fevereiro e março.
Os produtores de Rondonópolis-MT, que armazenaram o produto até o final do período da estratégia de retenção da soja, obtiveram preço de venda para o seu produto com até 71,3% de valorização se comparado às cotações de março/10 contra novembro/10.
A margem bruta dessa estratégia, considerando os custos de carregamento, chegou a 32,1% neste ano - ganho médio de R$ 13,81/saca de soja se comercializada em novembro/10.
O fator preponderante para o desempenho positivo dos preços durante o ano atual, sem dúvidas se deu pela firmeza na demanda externa e interna. Os prêmios de exportação refletiram essa concepção, estando sempre positivos.
Dentre as variáveis que formam o preço da soja no Brasil, tem-se a cotação da taxa de câmbio que impediu ganhos ainda maiores para os produtores que decidiram estacar soja neste ano.
De março a novembro/10 essa variável registrou valorização, com o Real mais firme em relação ao Dólar. Este perdeu 2,3% de valor em relação à moeda nacional.
Outro fator que merece destaque e que faz parte da essência da estratégia de retenção da soja é o preço do frete. Neste caso, o produtor que conseguiu segurar o produto e vender nos preços atuais, obteve um desconto nos custos com frete de até 22,2% de março a novembro/10 (~R$ 140,00/t: Rondonópolis-MT p/ o Porto de Paranaguá- PR).
Portanto, pode-se dizer que o produtor que optou por armazenar a produção de soja durante o ano de 2010 ganhou dinheiro!

Plantio da soja avança e registra 75% de realização, praticamente em linha com os registros do ciclo passado
Em pesquisa realizada na semana passada, constatou-se que os trabalhos de plantio da soja evoluíram bastante associados ao bom desempenho do clima nesse período. Estimase que 75% da área a ser cultivada em 2010/11 já tenha sido implementada, ante 61% da semana passada e 74% ao observado na mesma época do ano anterior.
Quanto à comercialização da safra velha, o ritmo manteve-se lento por conta do baixo  volume disponível do produto no mercado, registrando 97% da produção de 2009/10.
Para a nova safra, também não foi registrado avanço significativo no volume de vendas devido à recente queda nos preços internacionais da oleaginosa. Até então, 31% da safra nova já tem algum compromisso de venda.

Doméstico
As cotações da soja no mercado doméstico reportaram queda na semana precedente, rompendo uma sequência de seis semanas de encerramento em alta. Tal contexto foi resultado da queda nas cotações externas e valorização da taxa de câmbio.
Na média das praças pesquisadas pela Céleres®, os preços da saca de soja no disponível apresentaram queda de 1,3% no acumulado da última semana. Em relação ao mês passado, ainda verifica-se registro de ganho na ordem de 7,6%.
A cotação dos prêmios de exportação registrou alta na semana anterior, com o prêmio pago para entrega em março/11 negociado a US$ 0,60/bushel - 10 cents acima do reportado no final da semana precedente (12/11). Visto isso, as cotações da soja negociadas no porto de Paranaguá contaram com o fundamento de demanda internacional positivo – o preço da saca de soja nesse porto ficou estável em R$ 28,50.

T E N D Ê N C I A S & E S T R A T É G I A S
A base das estratégias de venda da produção que está sendo semeada conta, no cenário de médio e longo prazo, com fundamentos positivos de demanda chinesa firme e estoques finais restritos. Todavia, no curto prazo, as notícias macroeconômicas tendem a manter as fortes oscilações sobre os preços da oleaginosa .
Dentre os fatores que mais contribuem para a sustentação dos preços para a safra 2010/11, tem-se a incerteza quanto ao volume de soja a ser produzido na safra sul -americana. Tal contexto é apimentado pela influência do fenômeno climático La Niña.
Outro ponto que também já faz parte da pauta dos indicadores que interferem nas perspectivas de preços, diz respeito à disputa de área a ser cultivada em 2011/12 na safra de soja dos EUA.
Com as cotações do milho e demais commodities em bons patamares, os produtores norte americanos poderão decidir por semear outro tipo de produto ao invés da soja, uma vez que a área agrícola nos EUA tem restrições de crescimento pela totalidade de utilização.
Todavia, as incertezas do ponto de vista macroeconômico tendem a retirar temporariamente o fôlego de alta das cotações da soja em Chicago, devido ao sentimento de aversão ao risco gerado pelo desempenho da economia global .
Portanto, no momento, o melhor a fazer é trabalhar no cultivo da safra de soja, acompanhando o desenvolvimento da safra na América do Sul. O intuito é posicionar-se estrategicamente, pensando em vender maiores volumes da produção em um eventual agravamento do quadro climático.

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