segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PERSPECTIVA: MERCADO DE GRÃOS DEVE CONCENTRAR ATENÇÃO NA DEMANDA

A demanda será o grande foco de atenção nos mercados futuros de grãos negociados na Bolsa de Chicago nesta semana, principalmente depois que o banco central da China decidiu elevar a taxa do compulsório bancário na sexta-feira. Tal decisão pode enfraquecer as aquisições no exterior do gigante asiático, grande importador de commodities. Os mercados norte-americanos estarão fechados hoje por causa do feriado do Dia do Presidente e as negociações serão retomadas amanhã.
Na sexta-feira, o contrato março da soja, o mais próximo, fechou com queda de 36,50 centavos, ou 2,6%, cotado a US$ 13,68 por bushel. Os futuros devolveram os ganhos da sessão anterior, por causa do anúncio da China e da expectativa de que as exportações vão desacelerar consideravelmente uma vez que os compradores realizam cancelamentos e transferem suas aquisições dos EUA para a América do Sul. O Brasil deu início a uma colheita estimada em recorde em torno de 70 milhões de toneladas, e as condições da safra da Argentina se estabilizaram.
"Nesta semana o mercado vai ficar olhando a demanda porque, se houver mais cancelamentos, pode estar sujeito a mais realizações de lucro.
A soja pode estar agora em ajuste, voltando a um patamar mais razoável de preço, para observar se a demanda continua", avalia Vinicius Ito, da corretora Newedge.
Enquanto a soja caiu com força, o milho apresentou um leve recuo na última sessão também em virtude dos esforços da China para combater a inflação. Mas a perspectiva para o grão é de alta e as perdas foram limitadas, já que o panorama da oferta do cereal é considerado mais precário. A expectativa é de que os estoques dos Estados Unidos sejam os menores em 15 anos no fim da temporada. Além disso, notícias de exportações de milho para o México lembraram o mercado que os preços ainda não contiveram a demanda. Os contratos com vencimento em março recuaram 3,0 centavos, ou 0,42%, e fecharam a US$ 7,0975 por bushel. "O milho tem um diferencial, já que 40% da produção está travada para a produção de etanol nos EUA, e é essa é uma demanda inelástica. Os outros 60% são para ração e alimento. Para racionar essa demanda precisa ter um aumento de preço muito maior. Então o milho vai ficar sustentado", completou Ito.
Um fortalecimento do milho, assim como do algodão, vai limitar as perdas da soja, uma vez que um rali nesses dois produtos é um incentivo para os produtores negligenciarem a oleaginosa na tomada de decisão sobre a nova safra norte-americana.
Por sua vez o trigo fechou em queda na sexta-feira, perto do menor nível em cinco semanas, em virtude da realização de lucros. Os lotes para entrega em maio caíram 27,75 centavos, ou 3,14%, e fecharam a US$ 8,5575 por bushel. Entretanto, a questão do aperto da oferta continua a preocupar o mercado, que deve se manter sustentado, ainda que sujeito a mais embolso de lucros.

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