terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TRANSGÊNICOS: PLANTIO AUMENTOU 10% NO MUNDO EM 2010.

O plantio de sementes geneticamente modificadas aumentou 10% no mundo em 2010 e alcançou 148 milhões de hectares, ante 134 milhões de ha em 2009. A estimativa é do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA). A entidade prevê que até 2015 pelo menos quatro novas culturas transgênicas serão aprovadas em diversos países, o que deve elevar a área plantada com sementes resultantes da biotecnologia.
Entre essas culturas está o arroz com provitamina A, ou arroz dourado. "O maior destaque é o arroz, que é o alimento mais importante do mundo, e também o mais relevante para a população pobre. Ele deve estar disponível para ser plantado nas Filipinas em 2013, depois em Bangladesh, Indonésia e Vietnã. Tem grande potencial econômico e nutricional para a população da Ásia, envolvendo um bilhão de beneficiários", avaliou Clive James, presidente do ISAAA, durante teleconferência realizada hoje para comentar os números sobre os transgênicos no mundo.
James explicou que os outros produtos transgênicos esperados para os próximos anos são cana-de-açúcar com melhores características de agronomia e de qualidade e batatas resistentes a doenças. Atualmente os principais produtos são soja, milho, canola e algodão.
Há expectativas também em relação ao plantio do milho tolerante à seca nos EUA, no começo de 2012, e na África até 2017. Além disso, estão em desenvolvimento variedades de trigo com diversas características, entre elas: tolerância à seca, resistência a doenças e qualidade dos grãos. Os primeiros devem estar prontos para comercialização em 2017, segundo o ISAAA.
De acordo com a entidade, produtores de 29 países cultivaram plantações transgênicas em 2010. Essas nações correspondem a 59% da população mundial. Do total da área plantada com transgênicos, 48% estavam nos países em desenvolvimento. O ISAAA estima que até 2015 esse grupo - em especial América Latina e Ásia - será responsável pela maior parte do plantio de sementes originadas da biotecnologia.
"Claramente, os países da América Latina e Ásia conduzirão os aumentos mais importantes dos hectares globais cultivados com plantações biotecnológicas durante o restante da segunda década de comercialização da tecnologia e ultrapassarão as nações industrializadas nos cultivos de plantações biotecnológicas até 2015", disse James.
Em 2010, três países cultivaram pela primeira vez plantações transgênicas comerciais. Aproximadamente 600 mil agricultores do Paquistão e 375 mil de Mianmar plantaram algodão Bt resistente a insetos, e a Suécia plantou uma batata de alta qualidade aprovada para alimentação animal e uso industrial.
Dos 15,4 milhões de agricultores que plantaram culturas transgênicas, 90% ou 14,4 milhões são pequenos agricultores de países em desenvolvimento e com poucos recursos. Hoje, a maior parte dos pequenos agricultores na China e na Índia cultiva transgênicos: 6,5 milhões de agricultores chineses e 6,3 milhões de agricultores indianos.
James destaca ainda a atuação de Burkina Faso, que teve em 2010 o segundo maior aumento anual no uso de transgênicos, de 126%, com 80.000 agricultores plantando 260.000 hectares, uma taxa de adoção de 65%. Para ele, este caso deve ser considerado como um exemplo para toda a África. A Austrália registrou o maior aumento, com 184%. "Dividir essa experiência é muito importante. Burkina Faso é um modelo para Mali, Togo e pode ser dividido com todos os outros países da região", completou ele, destacando que o uso de transgênicos aumenta a renda dos pequenos produtores, contribui para a segurança alimentar e reduz o uso de pesticidas e combustíveis fósseis enquanto aumenta a eficiência do uso da água, entre outros benefícios.
Brasil - O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês) revisou hoje para 26 milhões de hectares o plantio de lavouras transgênicas no Brasil em 2010/11. Estimativa divulgada pela consultoria Céleres, representante do ISAAA no Brasil, em janeiro, estimava o cultivo de sementes geneticamente modificadas em 25,4 milhões de ha.
A área estimada agora representa um aumento de 21,5% sobre os 21,4 milhões de hectares plantados em 2009/10, e o Brasil consolida-se como o segundo país que mais planta sementes geneticamente modificadas no mundo. Os Estados Unidos permanecem no topo da lista, com 66,8 milhões de ha. A Argentina vem em terceiro lugar, com 22,9 milhões de ha.
"Concluído o período de plantio, percebemos que a adoção em 2010 foi ainda maior do que o previsto inicialmente. Além disso, do ponto de vista de aprovações de novas sementes, 2010 foi também bastante produtivo", avaliou em teleconferência Anderson Galvão, sócio-diretor da consultoria Céleres. No ano passado, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de quatro variedades transgênicas de milho, três de soja e uma de algodão.
De acordo com Galvão, 18,2 milhões de hectares foram plantados com soja e 7,5 milhões com milho na safra 2010/11. Ele destacou que 75% da área total plantada com a safrinha de milho deve ser de transgênicos. É praticamente o mesmo porcentual do que já é plantado com soja. "É importante ressaltar que a soja demorou 13 anos para atingir esse porcentual, que o milho de inverno está atingindo em apenas três anos". A área plantada com transgênicos na safra verão de milho chegou a 45% em 2010/11, o que leva a um total para o cereal de 57% da área. A tolerância a herbicidas é a principal característica vista nas lavouras geneticamente modificadas do País, seguida da resistência a insetos.
"Praticamente todos os Estados com relevância agrícola adotam diferentes níveis de biotecnologia. Em 2010, Mato Grosso consolidou sua posição como Estado com maior área plantada com transgênicos, 6,1 milhões de hectares, seguido do Rio Grande do Sul com 5,2 milhões e do Paraná com 4,8 milhões", completou Galvão.
O analista evitou fazer previsões sobre o aumento do uso de transgênicos no País no futuro. "O Brasil, como um dos países que tem maior disponibilidade de área agrícola, deve vivenciar nos próximos anos um expressivo crescimento na área plantada dos principais grãos. Como a biotecnologia já é tida como padrão para a produção, é natural esperar que a adoção cresça de mãos dadas com a expansão agrícola."

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